Por ajudar a compreender os acontecimentos que actualmente enchem os ‘mídia’ e a personalidade do homem que confia muito em si próprio, transcreve-se parte do Editorial do Diário de Notícias:
A estratégia de José Sócrates
Diário de Notícias, 23 de Fevereiro de 2010. Editorial
A entrevista de José Sócrates a Miguel Sousa Tavares ontem na SIC, a primeira depois do caso do alegado esquema para controlo dos media, não esclareceu nada em relação à polémica. Apesar de as perguntas lhe terem sido feitas, o primeiro-ministro refugiou-se na defesa que elaborou desde o início e que já antes usara para o Freeport: além da indignação pelas fugas ao segredo de justiça, repetiu que o seu nome foi usado indevidamente.
Ou seja, Sócrates decidiu que não tem de dar mais explicações. Nem justificar porque não responsabilizou de imediato quem abusou do seu nome e da sua amizade, quer nas escutas em que é citado no falhado negócio PT/TVI, quer no apoio que Luís Figo lhe deu em plena campanha eleitoral.
A intenção é óbvia: o primeiro-ministro quer que quem o acusa apresente provas. Se tal não acontecer, da sua boca não sairá mais nenhuma justificação, nem se o assunto o levar a sede de comissão parlamentar. Porque acredita que o tempo e as falhas da investigação jogam a seu favor. E ele está empenhado nessa corrida de fundo, que percorre entre dois obstáculos paralelos: as investigações da justiça e a recuperação da crise.
Se as investigações judiciais provarem o seu envolvimento directo nas polémicas que vieram a público (o primeiro a fechar será o Freeport), ficará sem condições para se manter no Governo ainda antes do Verão. Caso contrário, evitará o confronto e colar-se-á à forma positiva como Portugal parece estar a sair da crise: se a sociedade civil, os empresários e os investidores o apoiarem, levará o debate até às presidenciais e aí os números da economia falarão por si.
É uma estratégia. Mas a divulgação de contradições sucessivas não está só a provocar um visível desgaste político a este Governo. Está a deixar o País mergulhado num ambiente cada vez mais inviável. E se isso continuar, Cavaco Silva poderá ver-se forçado a avaliar e decidir sem fazer cálculos políticos.
Sobre o tema da entrevista tem interesse também o artigo do Correio da Manhã
Apoio de Luís Figo foi “livre e generoso”
Mil dias
Há 1 hora
5 comentários:
Caro João,
Para além do que está dito no artigo lembro o que comentei no post anterior. "Julgo que tudo começa por a maioria dos lugares serem de nomeação política e desse modo ficam, à partida, vinculados a quem os nomeou. E isso também se passa com os Comandos militares e não só. É desta forma que as "marionetas são comandadas por esses cordelinhos"! Enquanto isso acontecer quem estiver no poder dominará tudo e todos! É o princípio da DITADURA!!!"
Há que mudar todo este sistema viciado e conluiado por todos os partidos com assento na AR. Talvez que, com um Presidente descomprometido, se consiga começar a LIMPAR PORTUGAL!!!
Um abraço amigo.
Caro Luís,
Não pode haver grande mudança para melhor, porque se trata de vícios muito entranhados nas gentes lusitanas. A mudança de eleitos pouco muda. Estão todos imbuídos dos mesmos defeitos. Não te esqueças que E todos concordaram na votação unânime da célebre Lei de Financiamento dos Partidos, que permitia lavar dinheiro e várias formas de corrupção e enriquecimento ilícito. Na TV o deputado Ricardo Rodrigues, com um significativo currículo, disse que tal lei não trazia nada de novo apenas legalizar comportamentos que vinham a ser seguidos. Estás a ver? quais são os comportamentos habituais? Felizmente o PR vetou essa pouca vergonha, que nunca deverá ser esquecida para que não tenhamos ilusões acerca dos políticos. Todos!!!
Um abraço
João
Sobre o pequeno-almoço de Figo com Sócrates tem interesse ler o primeiro parágrafo da crónica de Rafael Barbosa do JN de hoje O pequeno almoço.
Desculpa a minha ignorância sobre política mas pergunto a cada cidadão Português:
Se você tivesse poder agora, o que faria para Portugal sair da crise?
Beijocassssssssssss
Amiga Gisele,
Da sua cabeça saem sempre ideias brilhantes. Faz uma pergunta muito pertinente. Seria bom que cada português pensasse e lhe desse a resposta.
Pela minha parte, a resposta está no post Pedir desculpa a Portugal, na seguinte frase «... os políticos que têm feito parte dos Governos, da AR, das autarquias e os que ocuparam e ocupam cargos por nomeação política sem concurso público.» Pegaria neles todos metia-os em aviões para irem passar férias às Ilhas Fiji, mesmo que tivesse que pagar uma indemnização às ilhas pelo incómodo de receberem tais pessoas inconvenientes.
Depois, escolheria uma equipa de não mais de uma dúzia de bons portugueses com menos de 50 anos e encarregava-a de governar, sendo supervisada pela Justiça dirigida por um juiz também «jovem», honesto e isento.
A partir daí, o País iria ficar melhor e progrediria com mais riqueza para todos e maior justiça social.
Beijos
João
Sempre Jovens
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