No meio da variada campanha de tricas, suspeitas, acusações, réplicas, insinuações, «verdades», «mentiras» e referência insultuosas a entidades que deviam ser mantidas acima de qualquer vexame, já aqui expressas por várias pessoas, surge esta apreciação de um factor que merece ser tido em consideração. Segue-se a transcrição:
Guardiões da honra
Correio da Manhã. 16 Fevereiro 2010 - 00h30. Eduardo Dâmaso
Uma das coisas mais escandalosas que a ‘Face Oculta’ tem revelado é a ligeireza com que se multiplicam os insultos de dirigentes do PS aos investigadores e magistrados do caso. O mais irrelevante do que tem sido dito está na multidão de rapaziada embasbacada com Sócrates que pulula pela Internet.
Uns mais desinteressados, outros puramente empenhados em defender umas migalhas, todos muito encandeados com a luminosidade da propaganda governamental. Agora veio o advogado Proença de Carvalho, que há anos diaboliza polícias e magistrados. Habitualmente com opiniões respeitáveis, desta vez com adjectivos inqualificáveis. Por fim, o candidato do PS rotundamente derrotado nas Europeias, Vital Moreira, que despejou todo o desprezo que é capaz na expressão "agente local", qualificativo aplicado ao Ministério Público de Aveiro. Estes continuadores da prosápia governamental fazem tábua rasa do trabalho e da seriedade de pessoas que servem o Estado, algumas há mais de 30 anos, e com inegável competência e prestígio. Alguns dos prestimosos guardiões da honra de Sócrates são só patetas, mas outros têm responsabilidades públicas e políticas sérias. Mais valia que soubessem estar calados quando não sabem conciliar a defesa de amigos com o respeito pelo trabalho dos outros.
Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
Da série: É altura de ser bom.
Há 24 minutos
2 comentários:
Caro João,
Saber estar calado é uma virtude! Diz-me então se "eles" a têm? Claro que não... Por isso está tudo dito!!!
Um abraço amigo.
Caro Amigo Luís,
Estar calado pode ser virtude ou manha ou cobardia, conforma as circunstâncias. Aceito de bom grado a regra «nunca fales sem antes avaliares se o que vais dizer tem mais valor do que o silêncio».
O mal dos nossos políticos é a apetência pela visibilidade que procuram por tudo por nada, só para mostrarem que estão vivos. Depois, como o pensamento não acompanha a velocidade da voz, contradizem-se e dizem coisas sem nexo, como ocorreu com a explicação que o PM deu do défice.
Errar é humano, mas deve haver o cuidado de emendar e procurar não mais voltar a errar.
Um abraço
João
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