Achei interessante coligir uma série de respostas a comentários num post recente e, desta forma, elaborar este post. Espero que ele contribua para reflexão dos leitores e obter comentários com a qualidade daqueles que aqui tem havido em assuntos como este.
As pessoas que observam com imparcialidade a sociedade actual preocupam-se com a ausência de valores que há poucos anos eram considerados o esteio da sociedade, das relações humanas, em todos os estratos sociais. Nacionalmente, as sucessivas «crises» políticas de promessas não cumpridas seguidas de outras promessas incumpríveis, os recuos devidos a decisões tomadas imponderadamente, sobre o joelho, a arrogância apoiada por uma teimosia vazia de racionalidade, agravaram-se com a crise financeira mundial. Mas o problema parece generalizado internacionalmente, o que não admira, dados os maus efeitos da globalização.
Esta crise nasceu de um sistema internacional condenado ao fracasso, da liberdade incondicional do poder financeiro e económico, sem supervisão, sem controlo e sem responsabilização por erros graves contra a estabilidade e sustentabilidade, com prejuízo para toda a humanidade em geral, particularmente, para os que vivem no limiar da pobreza e que não podem perder o pouco que já não tinham.
A bolha especulativa e de exploração de lucros por qualquer meio, com prejuízo fosse de quem fosse, rebentou e, para espanto dos mais optimistas, em vez de dar lugar a um esforço de reparação dos erros estruturais existentes e que estiveram na causa do desastre, tem originado um reforço do sistema, recuperando as perdas dos grandes financeiros, reabilitando indústrias que o próprio mercado vinha condenando ao seu ocaso, como o excesso de bancos e a indústria automóvel, inimigo perigoso da poluição e das alterações climáticas, em prejuízo dos consumidores, dos menos protegidos pelo Estado, das pequenas empresas, da agricultura, das pescas, e das produções que garantam a subsistência nacional e regional das respectivas populações.
Perante a crise, os governos evidenciaram a sua impreparação, incompetência, dedicação à sua função de Governar e falta de vistas largas e de capacidade de decisão e, por isso, acentuaram a parte mais negativa da globalização, em vez de aproveitarem o que ela tem de positivo para construir um novo sistema isento dos defeitos daquele que originou a crise internacional.
A nível nacional, corre-se insensatamente para obras megalómanas, sem olhar a custos, aumentando o endividamento externo, sem previsão da capacidade de amortização dos custos iniciais, sem olhar para a possibilidade de exploração rentável, sustentável, acabando por fazer cair nas gerações futuras um fardo insuportável, por mero capricho do poder que as antecedeu.
Paralelamente, assiste-se à degradação dos valores, do civismo do respeito pelas pessoas, individual e colectivamente. Na AR todos os políticos sem hesitações adjectivam os seus opostos de mentirosos e desonestos intelectualmente, evita-se combater a corrupção e o enriquecimento ilícito, aprova-se por unanimidade uma lei de financiamento dos partidos com dinheiro verde sem cuidarem do perigo de abrir caminho para um sistema estatal de lavagem de dinheiro proveniente das piores actividades criminosas.
Sintomaticamente, tal unanimidade nunca foi obtida em assuntos de interesse geral em defesa dos interesses nacionais no sentido mais lato. Ainda agora, para exemplo, não houve unanimidade em criminalizar a utilização de animais em lutas de espectáculo e apostas. Ignora-se quais os grandes interesses que estarão por detrás deste negócio que levou os partidos a não se unirem, como o fizeram no problema do «dinheiro vivo».
E perante estes dislates, o povo deixou de respeitar os políticos seguindo o exemplo que recebem das «touradas» na AR, das acções de «malhar» referidas na Comunicação Social e nas declarações á imprensa pelos políticos que desfrutam de maior visibilidade as quais desmascaram aquilo que realmente os preocupa. E o que os preocupa prioritariamente não são os grandes problemas de Portugal que eles raramente tentam definir ou sequer referir, mas a conquista de votos, de regalias de «tachos» para os seus «boys». A campanha para as recentes eleições para o PE foi um exemplo elucidativo. Atiraram-se as piores ofensas aos outros partidos mas nada se falou da importância da UE para Portugal ou de Portugal para a UE ou desta para o mundo e o futuro da humanidade. Não houve ideias tácticas e muito menos estratégicas, no que foi exímio o cabeça-de-lista do partido governamental.
Fica provado, e a última sessão na AR tirou qualquer dúvida que ainda existisse, que os interesses nacionais não são encarados a sério e que os governantes não têm a maturidade que seria desejável para as funções. Há quem defenda a entrega do Poder a jovens mais puros de sentimentos e intenções, mas há quem a receie por falta de experiência política. Mas, na realidade, tal experiência não significa mais do que estarem cristalizados nos vícios e manhas de que os actuais eleitos padecem. Com tais experiências nada melhorará. Terá de haver uma rotura de procedimentos, de metodologia na equação dos problemas com os olhos postos em interesses e objectivos nacionais acima de egoísmos e ambições sem ética.
Com os recursos humanos actualmente no activo, pessoas com cerca de 40 anos já viciadas nas maleitas existentes não iremos longe e só podemos alimentar esperanças de que de entre os agora ainda crianças surja uma elite com capacidade de organização e de concretização que consiga dar um novo rumo à humanidade, sem grandes sofrimentos. Para isso a juventude necessitaria de uma Educação adequada às grandes tarefas a que está destinada. Mas esse aspecto também está muito descurado. Toda a mudança obriga a sacrifícios de hábitos e de rotinas, bem como de alteração da escala de valores. Mas, realmente, a humanidade, em geral, não só o nosso País, está a precisar de uma correcção da rota para evitar o abismo irremediável, tendo de enfrentar as dificuldades inerentes.
A minha esperança de um futuro mais promissor não é em interesse pessoal, porque o prazo que prevejo, já não me trará benefícios pessoais. Penso na humanidade como se estivesse a olhar de um outro planeta e, dessa forma, procuro não me deixar prender por casos isolados, mas sim por tendências gerais ou erros com efeitos alargados que ultrapassam a área local.
Por outro lado, a esperança é o antídoto da depressão e da angústia, uma espécie de higiene mental que ajuda a viver em equilíbrio, perante o cenário de grave desagregação ética e social.
Mas esta esperança utópica tem bases reais. A Natureza funciona segundo o movimento sinusoidal com descidas e subidas, altos e baixos. As estações do ano são um belo exemplo disso. Na primavera nascem as folhas às árvores, depois as flores e os frutos e, no outono amarelecem e começam a cair, para no inverno as árvores ficarem nuas. Depois tudo recomeça.
O nosso planeta teve épocas glaciares, diluvianas, etc. Agora estamos em época seca e quente. A humanidade também tem passado por fases e não é necessário recuarmos à pré-história, pois basta irmos à época dos descobrimentos em que Portugal foi dono dos mares, sendo depois substituído pelos ingleses, e em parte pelos holandeses, franceses, belgas e os espanhóis com quem se partilhou a América do Sul. Todos recolheram ao espaço inicial deixando as colónias em liberdade.
A China foi o Império do Meio, com todo o mundo à sua volta. Depois a Europa liderou o chamado mundo ocidental, «cargo» que depois passou a ser desempenhado pela América do Norte. Nada permanece imutável e há na Natureza um regresso periódico a situações anteriores. Como o homem é o único ser vivo que constrói ferramentas e aperfeiçoa tecnologias não deixará que algo venha a ser igual a ontem, mas isso nem sempre é vantajoso, porque as próprias tecnologias começam a dificultar ser controladas pelo homem. A propósito da queda do avião em viagem entre Rio de Janeiro e Paris, houve técnicos que afirmavam que o sistema do avião é de tal forma perfeito que se auto-repara sem necessidade de intervenção do piloto. Mas se este vir que a coisa não corre bem, tem dificuldade, muitas vezes impossibilidade, de intervir. Passamos a ser sequestrados, vítimas indefesas da máquina.
Mas, quanto a uma evolução da vida social e política, a esperança não pode ser alimentada pela observação da generalidade dos jovens que têm crescido no ambiente doentio que lhes foi legado pela geração anterior; temos que esperar que, de entre eles, surja uma elite de «génios» que usem o raciocínio, concluam que muita coisa está errada e que é indispensável regenerar o sistema para que o Homem continue na Terra, e que tenham coragem de organizar e levar a cabo a mudança. A revolução francesa surgiu assim, a independência americana também.
O ideal seria que tudo se conseguisse com as palavras dos filósofos sem violência, mas, provavelmente, terá de haver violência para desalojar os actuais donos da humanidade (políticos, banqueiros, multinacionais e outros capitalistas exploradores que estiveram na origem da actual crise financeira global). Mas a violência por vezes, apesar de sofrimento, traz benefício, porque é sucedida de clarificação e concentração de esforços para objectivos claros. A Alemanha depois de ter ficado destruída pela II GM, foi bem sucedida no rápido trabalho de reconstrução e tornou-se depressa na locomotiva da Europa. Pelo contrário, Portugal, com os seus brandos costumes, não teve violência mas, em vez de reconstrução da Democracia, gerou o PREC cujos maus efeitos ainda se reflectem no caos em que vegetamos. Enfim, irá haver mudanças, sem sabermos quando nem como, mas a esperança em dias melhores para os nossos netos não deve desaparecer!!!
Efectivamente, tudo leva a crer que o mundo irá sofrer profundas alterações que, provavelmente, serão violentas. Há quem preveja que a hegemonia irá deixar de pertencer à América e passar para o Extremo Oriente (China). A Europa que, durante séculos, foi o centro da humanidade, irá perder essa regalia, esmagada por imigrantes, na maior parte vindos do Norte de África onde não há ocupação laboral para a população crescente. Os muçulmanos irão criar agitação com o Ocidente, embora não tenham organização para dominar a civilização, mas o petróleo continuará a dar-lhes alguma força por mais uns anos.
A esperança num futuro melhor é a última coisa a morrer. Mas é preciso alimentá-la. E é isso que estou aqui a fazer, procurando contribuir com a minha quota-parte para uma humanidade mais feliz e próspera, apesar das infantilidades de políticos sem formação ética.
A. João Soares
domingo, 5 de julho de 2009
Que futuro teremos?
Publicada por A. João Soares à(s) 06:22
Etiquetas: futuro, governar, interesse nacional
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50 comentários:
CARO A. J. SOARES
TUDO QUE DISSE, ASSINO POR BAIXO.
SOMENTE, COM ESTES POLITICOS QUE TEMOS NAO HA ESPERANCA.
SOMENTE A ABSTENCAO MACICA TERA ALGUM EFEITO.
POR ISTO E QUE DEVEMOS AFRONTAR OS 230 MAMOES QUE ESTAO A MAMAR NAS TETAS INESGOTAVEIS DE NOSSOS IMPOSTOS NA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA DAS BANANAS PORTUGUESA.
ABSTENCAO / ABSTENCAO / ABSTENCAO
UM ABRACO DEMOCRATICO.
RAMIRO LOPES ANDRADE
ramirolopesandrade.blogspot.com
Caro Ramiro,
Como se refere à abstenção, permita ue lhe diga que não concordo que seja a melhor solução.
Com efeito, quem está descontente com o que se passa de menos correcto da parte dos partidos e dos políticos tem três opções: voto nulo, abstenção ou voto em branco.
Quem vota NULO constitui o grupo dos analfabetos ou malcriados que não sabem preencher o boletim ou riscam ou escrevem ordinarices.
A ABSTENÇÃO engloba os cobardes, indiferentes, preguiçosos que se estão nas tintas para os destinos do País e preferem ficar em casa a dormir ou a ver a telenovela.
Pelo contrário, quem vota em Branco constitui o grupo dos que não concordam com a forma como os partidos estão a não encarar o destino de Portugal, a pensarem só nos seus interesses e no dinheiro vivo, e, por isso, decidem mostrar aos políticos que não confiam neles e não os consideram merecedores do seu voto. É um acto voluntarioso muito diferente dos outros dois. É uma bofetada nos políticos. Nas últimas eleições foram quase 5% dos votos entrados nas urnas. Nas próximas poderão ser mais de 40%.
De estes três grupos, o mais digno, lógico e sensato é o terceiro.
Um abraço
João
Querido Amigo João,
Trabalho fabuloso!!! Parabéns.
Conseguiu com a perfeição que já lhe é habitual dar-nos uma visão perfeita do momento actual, não só nacional como mundial e ainda do que as gerações vindouras terão que enfrentar.
Não posso estar mais de acordo consigo em todos os aspectos.
Esperemos que surja num futuro breve, a tal "elite" que tenha uma visão distinta e que consiga mudar completanente o rumo actual.
Tenhamos esperança.
Beijinhos e votos de um bom Domingo.
Fernanda Ferreira
Querida Amiga Ná,
Oxalá, surjam depressa jovens iluminados que dêem a volta a isto. terão de ser pessoas com forte personalidade para enfrentarem as dificuldades que vão surgir dos actuais donos do mundo, com boa ética para não caírem nas tentações em que os actuais políticos se viciaram, com capacidade de organização, de planeamento e de controlo para não deixarem fugir pelas malhas os inimigos do povo e com perseverança para não desanimarem com a demora dos resultados.
O Mundo precisa de novos profetas e apóstolos sérios. Um dos grandes erros de Sócrates foi rodear-se de pessoas, incompetentes e imaturas, sem maneiras para cargos públicos de responsabilidade, como se tem visto na Ar e nas afirmações públicas. Todos fazem muito barulho como a carroça vazia.
Cabeças ocas apenas com a vaidade e a ambição que não olham a ética nem a moral.
Beijos
João
Caríssimos Amigos,
A grande maioria de quanto foi dito e comentado está certíssimo e por isso como O João tem afirmado em post's anteriores "Há que parar para pensar e só depois decidir", coisa que os nossos (ir)responsáveis ou não sabem ou não querem fazer para não perderem as suas mordomias!!!!
Quanto aos chefes se rodearem de maus acessores é para se poderem pavonear pois "quem tem um olho no meio de cegos é rei", mas será SÓ REI DE COISA ALGUMA... e é o que tem acontecido com Sócrates e companhia limitada...
Caro João julgo não te importares e por isso vou postar este teu belo artigo na nossa Tulha! Um abraço a todos e para ti em particular um grande abração de grande amizade e companheirismo.
Muito bom artigo. Excelente diagnóstico.
Infelizmente para nós e para os nossos filhos as coisas não vão mudar nos próximos anos. Talvez os nossos netos venham a sentir alguma ligeira mudança.
Com todos os problemas que a crise mundial colocou a nu, nomeadamente a falta de ética nos negócios, a ganância, o fartar vilanagem dos governantes com anos e anos de poder em proveito próprio e da trupe que os rodeia servindo-se à mesa dos orçamentos estatais, seria de esperar que a onda que a eleição de Barak Obama nos EUA e a derrota nas europeias de partidos que perderam as eleições por estarem claramente manchados com a nódoa da corrupção e utilização indevida e descarada de recursos públicos (PTrabalhista no UK, PSOE em Espanha e PS em Portugal), seria de esperar dizia, que de uma vez por todas esta gente que nos pretende governar aprendesse a lição e os sinais que lhes temos dado. Estamos fartos de assistir anos e anos a este espectáculo degradante em que o pretenso serviço público a que supostamente se candidatam, não passe de mero veículo (está na moda este termo) para se servirem a si e aos seus vassalos.
Estamos realmente cansados desta gente e eles continuam sem nos querer ouvir, agarrados que estão, a esta coisa viscosa da servidão partidária para atingir objectivos exclusivamente pessoais.
Estamos a meses de eleições importantes no nosso pobre país e o que vemos de novo?
Nada!
Vemos os mesmos do costume, os que "andam por aí", os "que sempre estiveram lá" e os que "estando lá querem ir mais além".
Nada de novo!
Tivessem os portugueses a oportunidade de manifestar (muitos o fizeram votando em branco nas últimas europeias o que é relevante) a sua revolta contra a mediocridade nacional e levada ao extremo como o fez a pianista Maria João Pires e o país fechava por falta quórum!
Um excelente artigo. Os meus parabéns.
Não confio nos políticos portugueses, ou são parvos ou corruptos.
A CE devia de ter políticos profissionais, que fossem destacados, em comissão de serviço,nos países de maior défice, ex. de Portugal.
Se assim não acontecer, nunca mais chegaremos ao nível médio da CE.
Saudações
Compadre Alentejano
Amigo A. João Soares
Este post é magistral. Neste texto resultante da compilação dos seus comentários sobre os tempos actuais, é uma síntese profunda sobre as origens, remotas e próximas, da actual conjuntura nacional e global, que é de crise. Aponta alternativas e dá importantes pistas que contribuem para uma mudança do actual paradigma evitando a repetição em espiral da mesma crise, assim como aponta o caminho da sustentabilidade económica, social e em última análise da própria humanidade.
Obrigado A. João Soares, este texto merece releitura(s) e reflexão mais profunda, para que tenha como se espera consequências nos comportamentos de todos nós e de cada um. Mais um exemplo de cidadania activa.
Abraço
Carlos Rebola
"(...)A nível nacional, corre-se insensatamente para obras megalómanas, sem olhar a custos, aumentando o endividamento externo, sem previsão da capacidade de amortização dos custos iniciais, sem olhar para a possibilidade de exploração rentável, sustentável, acabando por fazer cair nas gerações futuras um fardo insuportável, por mero capricho do poder que as antecedeu."
Aqui não estarei tão de acordo.
Se fosse por capricho que o poder adjudica obras, o Ferreira do Amaral (Lusoponte), o Fernando Gomes (Galp) e entre tantos e tantos outros, o mais recente Jorge Coelho (Mota-Engil) estariam desempregados.
Não existe nenhum capricho no facto de a grande maioria dos ministros e secretários deste e outros governos, desde que existe democracia, fazerem o tirocínio antes de assumirem funções num banco português que de uma forma ou de outra está sempre ligado às grandes negociatas que se fazem neste país.
E eles sempre a pensarem que nós dormimos...
Caro Luís,
Agradeço o destaque que deste a este texto publicando-o no teu blog, A Tulha do Atílio.
Se quiseres, podes difundir por e-mail a todos os teus correspondentes.
Um abraço de muita amizade
João
Caro Afonso de Melo e Cunha,
Existe realmente uma degradação de valores da sociedade actual. Impera o egoísmo com a ambição, a vaidade e o consumismo com vista à ostentação daquilo que, muitas vezes, nem existe.
O Poder está muito difuso, não se sabendo de onde brota. Por exemplo, há quem afirme que as ofensivas de Bush contra o Iraque e o Afeganistão foram instigadas pelo complexo industrial militar, isto é, as fábricas de materiais de armamento e equipamentos de guerra que, para não fecharem, vão fomentando guerras através dos respectivos lobbies. E os governantes obedecem, tal como em Portugal, obedecem às empresas de construção civil, fazendo obras megalómanas que não são indispensáveis.
Um abraço
João Soares
Se o sistema mundial não se altera, é difícil prever onde se irá parar. Há que começar a esclarecer as gerações mais novas para começarem a pensar seriamente na sua vida, no futuro da humanidade. Em Democracia, usa-se dizer que o povo é quem mais ordena, é no povo que reside a soberania. Então saibam utilizar a arma do voto, e as liberdades de opinião, de expressão e de manifestação. E se isso não for suficiente, haverá a insubordinação, a rebelião, a revolução.
Caro Compadre Alentejano,
Gostei da sua sugestão de virem gestores estrangeiros governar isto. A Federação Portuguesa de Futebol já usa essa solução para treinar a selecção nacional!
Já fiz essa sugestão como última hipóteses num no post Reforma do regime é necessária e urgente. Já há muito que aqui expresso pontos de reflexão sobre a situação de Portugal e pistas para formular possíveis soluções.
Um abraço
A. João Soares
Caro Carlos Rebola,
Obrigado pelas suas palavras. Realmente, independentemente de algum mérito que o post possa ter, os pontos de reflexão apontados merecem ser profundamente escalpelizados e meditados para encontrar soluções viáveis que façam convergir todas as energias para reformar o sistema político nacional a bem de Portugal, para benefício dos portugueses, principalmente daqueles que mais explorados e sacrificados têm sido.
Um abraço
A. João Soares
Caro Pedro Falcão,
O facto de apontar o dedo ao termo capricho, obrigou-me a consultar o dicionário, porque esta palavra tem dois sentidos divergentes. Por um lado significa aplicação, esmero. Mas o sentido em que a apliquei é: vontade súbita que sobrevém sem razão alguma; obstinação em alguma coisa desarrazoada; inconstância, irregularidade, variabilidade; extravagância em obra de arte.
Peço que veja em comentário anterior aquilo que escrevo sobre a origem difusa do poder. No nosso País, muita obra é feita não propriamente por capricho dos políticos, mas pela sua subserviência ao poder económico e financeiro das construtoras e dos bancos que as financiam. Não é por acaso que é nestas empresas que se emprega a maior parte dos políticos após deixarem os cargos públicos, e também não é por acaso que enriquecem desmedidamente em contraste com as suas origens muito modestas.
A Juiza Maria José Morgado disse que muitos políticos saíram de meios pobres e, poucos anos depois de entrarem na política, transformam-se nos mais ricos do País.
Um abraço
A. João Soares
Caro Afonso de Melo e Cunha,
Peço desculpa, por um erro cometido ao colar a assinatura do meu comentário, que foi cair no meio da minha resposta.
Fica aqui a explicação da anomalia.
Um abraço
João Soares
«A esperança num futuro melhor é a última coisa a morrer.»
Os políticos são impacientes. Os políticos já não se limitam a dependerem da vontade do Povo expressa na urnas. Os políticos vão mais longe: Inventam fundações para , atrvez das quais, manipularem a própria vontade do POVO. Assim, o POVO fica condicionado na sua verdadeira vontade. Esta realidade é a negação da democracia . Uma negação que ninguém quer "travar" porque, afinal, os sistemas de controlo...também estão dominados pelo doentio desejo de apego ao poder...
Abraço
Apesar da esperança ser a última a desaparecer, infelizmente, o que nos e espera é óbvio.
A classe política não mudará e os lamentáveis episódios irão continuar.
Ainda muito recentemente queixei-me ao presidente da república, apenas porque entendi que o deveria fazer, pois não acredito que ele faça algo no sentido da mudança.
Acho que o futuro irá ser marcado por algum atentado que choque e abale a estrutura do país e que só depois, a receio, se façam as reformas necessárias a começar pelo governo e simultâneo com a justiça.
Já ando a votar em branco e manifestei esse meu acto, mas tal como o voto, também acaba por ser esse o seu peso e o seu som (nulo)
Caro João,
Parabéns por este excelente trabalho digno de ser divulgado e com a sua permissão assim o farei pelos meus contactos.
O futuro que teremos adivinha-se negro, embora sempre haja uma réstia de esperança.
Tudo está mal e falando do nosso País em concreto teria que haver uma mudança total, o que não me parece possível enquanto tivermos políticos como os que temos actualmente. Veja-se o caso de Manuel Pinho, já todos sabíamos que é arrogante, mas agora deixou cair por completo a máscara e para além de ser um péssimo economista é também malcriado. Outros haverão como ele só que ainda mantêm a capa.
Beijinhos,
Ana Martins
Caro Paulo Sempre,
Os políticos actuais, por todo o mundo, são dominados por manhas e vícios contrários à verdadeira função de Governar os Países, as pessoas e os recursos nacionais. São dominados por objectivos pessoais de vaidade arrogante, de abuso do poder que aproveitam para o enriquecimento rápido e insaciável à custa dos cidadãos. Nada os detém e usam de todos os meios para dominar as pessoas, a sua vontade, transformando-as em ovelhas submissas que se submetem apaticamente a todos os caprichos dos poderosos. As técnicas de acção psicológica e de lavagem do cérebro estão ser cada vez mais sofisticadas para maior e mais eficaz domínio das massas humanas.
E os dominadores dos Estados de todo o mundo estão conluiados, coniventes, cúmplices na asfixia do povo. Nas Honduras a comunidade internacional apoia o regresso do ditador; no Zimbabwe a comunidade internacional mantém o Mugabe, na Birmânia, Myanmar, a ONU não quis ou não conseguiu colocar no poder para que foi eleita Daw Aung San Suu Kyi nas eleições de Maio de 1990, há quase duas décadas; na Coreia do Norte, o ditador que se considera divino, ainda não foi destituído, apesar de manter a população a morrer de fome, e gastar fortunas em vaidades de poder nuclear, constituindo um factor de má vizinhança e de insegurança para os vizinhos.
Isto mostra que as mudanças de que o mundo precisa não se conseguem por Maios legalistas, levando a crer que a solução será a definitiva, o atentado fatal. Os meus escritos são orientados para alertar os políticos a evitarem esse drama, mas não passa de sonho utópico porque eles, na sua obsessão não vêem o óbvio. Mas, também não deve ser temida a violência, porque a seguir aos grandes traumas é costume aparecerem líderes com vontade, generosidade, dedicação e capacidade de organização e concretização que fazem ressurgir o País. Viu-se nos maiores derrotados das guerras.
Mas seria óptimo que nos mantivéssemos atentos, com esperança, optimismo preocupado, mas vigilantes e preparados para fazer ressurgir o bem-estar e a felicidade das pessoas. É nelas que os políticos devem pensar.
Um abraço
João
Caro LFM,
Refere um eventual «atentado que choque e abale a estrutura do País». Se isso acontecer será devido à incompetência e incapacidade de os políticos não terem colocado no cimo das suas preocupações as pessoas e os interesses nacionais, pelo que deverão ser eles e os exploradores do Estado (bancos, construtoras e outras grandes empresas que exploram além do tolerável os utentes e clientes) as únicas vítimas. A observação do que se passa no mundo, como referi no comentário anterior, leva a pensar ser necessário prever, planear a actividade a desenvolver após o golpe, para que não se entre na balbúrdia, mas se reconstrua de forma metódica e segura o novo sistema, sem manter os vícios e manhas anteriores.
Mas, como diz, e como se deduz das reflexões deixadas no comentário anterior, parece que isto já não reentra nos eixos com paninhos quentes.
Um abraço
João
Querida Ana Martins,
Obrigado pelas suas palavras.
O seu prognóstico parece correcto. A solução seria como diz, embora as perspectivas parecem de facilitismo que não conduz a uma acção bem estruturada quer inicialmente quer depois para a reconstrução. O ensino e as «novas oportunidades» não estão a preparar gente para tomar decisões com garantias de sucesso, em qualquer sector. Estão a ser introduzidas nas cabeças ilusões sem nexo em que as pessoas nem pensam.
Recomendo que esteja atenta ao que se vai dizer até às eleições: ninguém vai explicar os principais problemas dos portugueses nem as possíveis soluções de forma a escolhermos a melhor. Vão digladiar-se uns aos outros apontando os defeitos alheios sem olharem para a necessidade de contrição e de se melhorarem, não apresentarão projectos realistas mas, apenas, fantasias desnecessárias com que iludem o povo para votar neles. Todos farão isso. São todos iguais, e precisam que os votos em branco substituam toas as abstenções das última eleições.
Beijos
João
Excelente post caro amigo!
Os políticos que temos, são o reflexo da sociedade podre que somos, uma turba de incapazes, incultos, analfabetos e troca-tintas.
Esperanças num melhor futuro? Sim, claro sempre! No entanto as escuras nuvens da bi-polarização governativa não auguram nada de bom. As nossas pseudo elites políticas, são uma grande trampa, qual é a solução, sinceramente não sei, talvez arrasar tudo e começar de novo.
Caro Barão,
Realmente, o panorama no curto e médio prazo não é lindo de ver.
E se não tiverem juízo acontecerá a sua previsão «arrasar tudo e começar de novo». É a técnica dos construtores. preferem demolir o prédio e construir um novo do que fazer alterações mantendo algumas paredes.
Mas se a solução tiver de ser essa é indispensável ter previamente um projecto bem elaborado para que não se caia na bagunça em que fomos lançados no 26 de Abril.
Mas, se o povo souber pressionar e não esquecer que é ele o detentor da soberania, os políticos mudarão lentamente mas com a suficiente eficácia. Para começar, seria bom que todas as abstenções passassem a ser votos em branco. Não haveria efeito na constituição de governo mas haveria grande influência na forma de pensar e de actuar dos políticos.
Abraço
João
Caro João;
Pois eu não concordo nada com o voto em branco, por várias razões sendo uma delas o facto de não se saber de onde poderá vir uma cruz 'voadora'...
Recentemente, nas eleições para as Europeias, surgiram notícias sobre ilegalidades que se prendiam com boletins em branco, abstenção e outras.
Já tivemos oportunidade de trocar e-mails sobre o assunto e não quero ser insistente.
Um abraço
I.
Caro Amigo João Soares:
Na minha modesta opinião, este é o texto mais brilhante e profundo de quantos tenho lido em teu blogue.
Mas o que podemos esperar de um Povo que, após uma brilhante revolução sem sangue, exulta com um dos mais soezes ataques que foi feito no campo da Educação, em nome de um "nivelamento por cima" e de uma Sociedade sem classes, e acaba com as Escolas Comerciais e Industriais? Todos tinham que ser Doutores e o resultado é o que está à vista: Um Povo inculto e sem formação profissional e, pior do que isso, sem ter conseguido que a educação (para a vida) e a cultura, ao longo dos anos, devesse plasmar uma consciência colectiva estruturada nos valores eternos de uma sociedade – moralidade, espiritualidade e ética.
E os Doutores que formámos, são aqueles em quem votamos, os que estão na Assembleia da República, fazendo um outro tipo de ataque com a criação de intrincadas leis e emendas sucessivas às leis, tornando inoperacional o funcionamento da JUSTIÇA.
Que Sociedade pode evoluir sem ter JUSTIÇA, EDUCAÇÃO e FORMAÇÃO PROFISSIONAL?
Precisava de comungar contigo essa esperança num futuro melhor, mas sinto que a nossa Sociedade está atacada do pior dos cancros: a desonestidade intelectual.
Continua com a tua inquebrantável Força, a tua Voz tem de chegar longe e de forma continuada.
Bem hajas pela Missão a que te devotaste.
Caro A João Soares, de facto a análise está correcta, só uma pessoa sem sensatez analizaria isto, este imbróglio de outra forma. Mas a análise, por si só, não chega, e eu sei que o amigo a fez nas suas melhores intenções, e dou-lhe os meus parabéns por isso, está perfeita.
Cabe-me a mim, enquanto cidadão livre deste mundo, carcereiro da política, na análise e no seu entender, tentar apontar algumas soluções, até para poder dizer, aos demais, aquilo em que penso e acredito.
O sistema mundial financeiro, goza de impunidade também mundial, goza de uma esfera translúcida de corrupção obscura, que tudo faz em prol do lucro de uns, em detrenimento de muitos mais, eu diria, criminalizem-se este sistema podre, a ver se ainda iremos a tempo de salvar a humanidade.
O sistema económico, anda reboque, com a cartelização de alguns sectores fundamentais ao bom funcionamento desta, como sendo entre outros os combustíveis, os seguros, a justiça, etc. E eu digo, regulamente-se estes sectores como democráticos e não autocráticos, dar o poder a quem usufrui e é obrigado a usufruir destes sistemas, criando uma democracia participativa, e não a representativa que temos, que está podre.
São duas opiniões, entre muitas outras, que podem parecer utópicas, se calhar na visão de alguns, mas dentro do respeito, deixo à consideração dos demais, pois é aquilo em que realmente acredito.
Bem haja, pelo descernimento e clareza de ideias.
Um Abraço da prisão.
Fernando Marques
Pulseira Electrónica
Cara Isabel Magalhães,
Já conhecia esta sua opinião. Mas pelo seu argumento, ninguém deve votar, pois alguém na mesa pode tornar nulo qualquer voto em partido diferente do seu, fazendo um risco no boletim.
Com isso não aumenta os votos do seu partido, mas reduz os dos outros.
Abraço
João
Caro Amigo Rezende,
Obrigado pelas tuas palavras que tocam nos pontos fulcrais. Realmente ser optimista é muito difícil, é uma tentativa de escalar o Everest! Mas também é um estímulo a jovens mais lúcidos a pensarem naquilo que lhes compete fazer, sem tardar muito, para que Portugal possa continuar um País, mais ou menos, viável.
Têm sido cometidos erros gravíssimos em vários sectores, sendo o principal a Educação.
Um abraço
João Soares
Caro Pulseira Electrónica,
Obrigado pelo comentário.
Foca dois pontos importantes que seria bom que fossem resolvidos a bem da Democracia, isto é, das pessoas, da transparência e da Justiça Social.
Não seria difícil de os políticos os resolverem se não estivessem amarrados aos detentores do poder financeiro e económicos. Efectivamente, tudo demonstra que os políticos não passam de marionetas que se movimentam em função da forma como aqueles poderosos lhes puxam os cordéis.
Repare não explicam qual o interesse de abrir mais auto-estradas, mais um aeroporto e o TGV. Os financeiros e as construtoras sabem o benefício que irão ter, mas não o confessam. Mas os políticos só podem dizer «porque sim».
As últimas notícias até dizem que o movimento no Aeroporto da Portela tem diminuído apesar do bom tempo nas praias.
Os governantes recebem as suas comissões e a garantia de emprego depois de deixarem os cargos, como o Jorge Coelho e tantos outros.
Um abraço
João Soares
É o povo que temos, muitos diriam, pois que, com efeito, os portugueses sempre foram um povo marginal, atrasado, sempre confiando nos políticos (as excepções, de tão ventiladas, assim o provam), que estes sejam bons ou maus, ao sabor da corrente. Os interregnos áureos ficaram a dever-se exclusivamente a alguns reis e governantes mais iluminados e dignos. As muitas excepções confirmam a regra. O que se passa no parlamento não é mais do que um espectáculo dos políticos para sacar votos a atrasados incautos. Os resultados o comprovam. A questão do Manuel Pinho não destoou nem foi uma excepção, apenas foi gestual em vez do acostumado modo verbal diário. Enquanto as pessoas não compreenderem que eles não estão lá a debater os problemas nacionais, mas a propagandear e defender o ataque aos tachos dos parasitas. Outra prova do atraso mental e intelectual da população em geral, transparece na escrita adoptada de estilo iletrado e do mau emprego das palavras. Não se compreende como haja pessoas que se crendo instruídas e espezinham indiscriminadamente as mais simples regras não apenas das línguas latinas, mas de todas elas, tais como iniciar frases por “E” ou por “Mas”, ou colocar uma vírgula a seguir a um destas conjunções. Estes factos tão extremamente simples, como a conjugação de certos verbos, embora nada tenham a ver directamente com a política, revelam o estado geral da mentalidade portuguesa e da sua incapacidade de discernimento e julgamento do que está certo ou errado. Como esperar, pois, deste povo, capacidade mental para compreender e actuar em casos de seu interesse que não seja malandrice. A existência da própria corrupção tem a mesma fonte: a enorme quantidade de pobres diabos que pensam que dela podem também tirar proveito. Por isso, deixa andar.
Õ problema das obras megalómanas não está em elas o serem, mas na sua verdadeira utilidade rendimento futuros. Se o s tripeiros não necessitavam do aeroporto onde foram esbanjar e roubar fundos que melhor seriam empregues no Alentejo e em Trás-os-Montes, uma metrópole como a de Lisboa precisa muito mais, embora outros factos que lhe são afins sejam discutíveis. Se o estúpido dum ministro diz que no Alentejo é o deserto, é porque a corja dos seus confrades assim o fizeram.
Sobre as colónias devemos recordar que Portugal foi o único país colonial que abandonou as suas colónias provocando a miséria, a desgraça e a guerra em todas elas. O seu autor só pode ser considerado como um assassino colectivo. É mais uma coisa a orgulhar-nos da Abrilada. A questão da « generalidade dos jovens que têm crescido no ambiente doentio que lhes foi legado pela geração anterior», citada no post, é outra. Nunca se viu o estrume produzir uma elite de génios, mas nada é impossível. Nenhuma revolução, por abafada que seja, desde que tudo destrua como em Portugal, indiscriminadamente, só pode gerar o caos, o atraso, um enorme buraco. A Espanha não deve ser tomada como exemplo por ser um país de selvagens e dos mais atrasados da Europa. No entanto, a sua mudança de regime, em que nada foi destruído, foi exemplar.
O que gerou a onda migratória actual foi a globalização. Desregulando e permitindo que a concorrência tudo regulasse, mesmo até onde concorrência não existe por os mercados já se encontrarem dominados, provocou um aumento de miséria nos países menos desenvolvidos e que se não atingiu mais Portugal foi devido à sua adesão à EU.
A vontade de mudar e a sua exigência só pode vir da população. Sempre assim foi e ninguém espera uma mudança a não ser os portugueses papalvos. Sem se exigir o fim do parasitismo, da atribuição de todos os lugares de chefia por concurso, o fim das Instituições, a prestação de contas e controlo dos políticos em tudo, a necessidade de aprovação popular na legislação, em mudanças da constituilção e noutros assuntos de interesse nacional, etc., nada mudará, não tenhamos ilusões.
Caro Amigo,
Obrigado pelas suas considerações variadas que tocam nos pontos fulcrais da crise crónica do País. Como as críticas devem ter sempre a indicação de uma pista para encontrar uma solução, gosto do último parágrafo que sintetiza os aspectos essenciais a ter em conta para construir um futuro digno.
Um abraço
João Soares
Meu Caro Joao Soares
Muito boa e bem fundamentada a "análise" exposta.A mesma é construida com base na evidência,no senso,no realismo e de forma pragmática.
De uma forma geral os "comentários",de modo assertivo, apontam para a total responsabilização da paupérrima classe,melhor dizendo,"clique" política que se apoderou aleivosamente do poder neste País,esbulhando os cidadãos de tudo quanto poderia contribuir para a melhoria das suas condições e do seu bem estar,ao fim e ao cabo,das naturais e profundas esperanças contidas na revolução de Abril.
Cada um tem o que merece,diz a sabedoria e tal é bem verdade.Pessoalmente,porém,tenho a convicção de que nada se resolverá sem que se ponham fóra de uso essas espécies de associações de malfeitores que dão pela designação de partidos.É verdadeiramente neles que todos os males e entraves residem.Ardilosamente eles jogam com a sua necessidade em democracia, contudo, é imperioso que os cidadãos através de outras plataformas (movimentos cívicos,de opinião,de reflexão,em suma, de Homens Bons)demonstrem a total dispensabilidade dos existentes pelo que de pejorativo materializam.
O caminho é árduo mas é necessário percorrê-lo.
Parabéns pela reflexão feita e um abraço.
Caro Amigo Valdemar,
Obrigado por este comentário com uma visão da forma como pessoas impreparadas se apoderaram do poder e passaram a usar as regalias que para si decidiram com a finalidade de se encherem de benefícios desproporcionados, senso alguns de licitude duvidosa.
Quanto aos partidos, autênticas agências de emprego para os seus «boys»já me referi ao que o Valdemar propõe, quando fiz algumas sugestões anteriores ao post Reforma do regime é necessária e urgente. Se se chegasse ao ponto de contratar gestores estrangeiros, como faz a Federação Portuguesa de Futebol, os paridos deveriam suspender funções até serem marcadas eleições legislativas, depois de criadas condições normais.
O certo é que tal como estão, as coisas não podem continuar sem profunda modificação de comportamentos. Também já sugeri que os partidos acordassem na criação de um CÓDIGO DE BEM GOVERNAR, em que constariam: a cooperação de todos na preparação de grandes decisões; a definição dos cargos a preencher por nomeação governamental, sendo todos os outros por concurso público; A redução de assessores; o relacionamento transparente com as grandes empresas financeiras, industriais e as construtoras, bem como os gabinetes de advogados ou consultores.
Portugal é tão governável como qualquer país dito democrático, mas é preciso definir procedimentos dos políticos, e esclarecer o povo para intervir da forma que o Valdemar diz, através da organização cívica e da denúncia de qualquer ilícito de que tiver conhecimento.
A quantidade e qualidade dos comentários que aqui têm aparecido mostra que há cidadãos conscientes da importância deste tema que deve ser objecto de reflexão do máximo de cidadãos.
Um abraço
João Soares
"(...)eles não se governam nem se deixam governar". O karma já e' antigo...
Caro Pedro Falcão,
Esse é um mal atávico do nosso povo, como muito bem refere nessas palavras do general romano.
Um abraço
João Soares
Caro J.Soares
Subscrevo na íntegra a opinião de Ramiro Lopes Andrade.
Sobre a dita abstenção,discordo totalmente da sua opinião, nomeadamente quando acha traduzir um " estar-se nas tintas para o destino do País".
Tenho por mim, que o voto em branco, traduz o repúdio pelos programas e pelos representantes apresentados à votação, mas não o repúdio pelo sistema.
Já a abstenção,repudia frontalmente o sistema político vigente, que no caso em apreço é, não a "democracia e estado de direito" que devia ser, mas uma "partido-trampocracia e estado dos de direito".Daqui, o total desprezo pelo mesmo.
A este propósito e das palavras do PR nas cerimónias de 10.JUN p.p.a este respeito,enviei-lhe uma mensagem que lha vou reenviar.
Cordiais saudações
MG
Caro MG,
Compreendo os seus argumentos. Mas acho que o voto em branco tem mais impacto nas opiniões, porque é um acto volitivo enquanto a abstenção não passa, na opinião dos políticos e das pessoas, de uma abstenção, uma indiferença, um deixa-andar.
Quanto ao assunto do 10 de Junho, acho que ficará bem como comentário no post relativo ao assunto. Quando conversámos, pensei que tivesse dificuldade em colocar comentários, mas vê-se que domina a técnica, como estou a ver neste.
O conmentário pode ser do seguinte teor:
Transcrevo a carta que enviei.... e cola a carta.
Fico a espera
Um abraço de amizade
A. João Soares
Caro J.Soares
Vou fazer a 3ª tentativa para o envio do escrito. Tal como previa, os meus "conhecimentos" deram barraca!
Bom, aqui vai a carta.
Será que chega desta ?
Abraço
MG
Linda-a-Velha, 10 de Junho de 2009
Ilustre e Meritíssimo Senhor Presidente da
República Portuguesa
Excelência
Como português que sou , e que deu ( e tornava a dar) pela sua Nação, em horas bem difíceis, o que tinha e que não tinha, sem nada exigir em troca, sinto-me no direito de poder responder ao discurso de VªExª, hoje pronunciado em Santarém, no Dia de Portugal, no particular que segue.
Não há possibilidade de acreditar numa democracia em que os valores foram substituídos por interesses, onde proliferam vencimentos e despesas verdadeiramente obscenas , a começar nos gabinetes, passando às empresas públicas e autarquias, verdadeiras agências de empregos, continuando nas escandalosas “derrapagens” em obras públicas e terminando numa Assembleia, cujos componentes mais não são que uma emanação dos Partidos políticos que não, como deveriam ser, os representantes dos cidadãos, onde se fala muito ( e bem ), mas cujo comportamento não serve de exemplo ao Povo que paga a sua existência, o que deveria suceder.
Nem tão pouco acredito num Estado de Direito, em que o Estado faz todos os possíveis para fugir ao pagamento das suas dívidas, donde se destacam as resultantes de lei ou contracto ( prioritárias segundo a Constituição ), até mesmo após intervenção judicial a mandar pagá-las, e em que um governante se arroga pura e simplesmte o direito de não cumprir lei do parlamento votada por unanimidade, sem que nenhuma responsabilidade lhe seja assacada.
A incompetência, a irresponsabilidade e a impunidade assentaram arraiais. O cancro da corrupção alastra como uma pandemia, mas não oiço nenhum responsável político comprometer-se a exterminá-la..
Enquanto esta situação se mantiver, e não forem repostos ou, no mínimo, não vir e ouvir um compromisso claro em repôr os valores neste Pais, não darei o meu aval (através do voto) a nenhum Partido Político.
Com a maior consideração, apresento a VªExª os meus mais respeitosos cumprimentos
Eduardo Matos Guerra – Coronel de Cavalaria reformado – NIM 50278811
Caro MG,
Se esta carta ficaria mais correctamente, pela cronologia, no post de 10 de Junho que contém o discurso do PR, também aqui fica bem por se adequar à definição da situação actual e à necessidade de aperfeiçoar o sistema, com aumento do respeito por uma adequada escala de valores éticos.
Um abraço
João Soares
Boa Noite,
O seu texto deve ser tido como uma Biblia, que deve ser lida pelas gerações futuras.
O futuro é incerto, o actual sistema liberalista é tudo menos liberal, pois o Estado veio acudir todos os maus gestores deste sistema economico.
O aspecto politico português é anedótico, uma vergonha. Somos vitimas de de uma elie que já vem de trás habituada aos brandos custumes como refere, que precisou de militares para fazer uma revolução os "mesmos militares" que nos anos 30 fundaram o chamado Estado Novo....
O compadrio, a cunha, o tacho, os sacos azuis são o pão nosso de cada dia.
Mas o sistema prefere dar atenção ao futebol e às quecas q Cristiano Ronaldo e Companhia dá por esse mundo fora.
Enquanto esta elite continua a comer enquanto nos engana com o pão e circo.
Que futuro é este???
Que povo somos nós que estamos tão adormecido, não temos cultura, instrução para pensar!
Deixamos que outros pensem por nós, seremos até quando marionetas de corruptos e elites páridas?????
Abraço,
Magno.
Caro Magno,
Já não tenho palavras para lhe agradecer o comentário, sem cair em repetições. Parece poder concluir-se que nada foi dito fora do bom senso e do desejável para Portugal. A partir deste texto e dos brilhantes comentários recebidos, há agora necessidade de cada ponto ser desenvolvido e pormenorizado. Espero que surjam técnicos de gestão e politólogos que se encarreguem disso.
Portugal merece esse esforço.
Abraço
João
Caro J. Soares
Em boa hora decidiste compilar num único artigo, os comentários que há muito vens fazendo sobre a grave e caótica situação que o País atravessa. O resultado é uma análise lúcida e de excelente qualidade da situação mundial e sua previsível evolução, para partires para análise detalhada da situação grave que o País atravessa, apontando caminhos que passam necessariamente pela regeneração do sistema político, para manter acesa a esperança num futuro melhor.
Com a aproximação das eleições legislativas proponho-me, caso não te oponhas, fazer divulgação alargada deste excelente artigo.
Um abraço
Eurico
Caro Eurico,
Esá provado que quando me expresso melhor é ao responder aos estímulos dos comentários!!! E seria pena que os mais recentes, todos com uma mesma orientação, ficassem escondidos no espaço pouco lido destinado a comentários.
E deu isto que, segundo os comentários recebidos, não saiu mal.
Quanto a difundires, não tenho que impedir ou autorizar. Só peço que sejam respeitados os direitoe de autor e indicação da origem (em link) como costumo fazer quando transcrevo textos alheios.
Bem hajas pela simpatia das tuas palavras.
João
bOAS...
Perspetiva interessante esta a do amigo.
A meditar... mesmo!
abr...prof...
Pensava que votar em branco teria consequências imediatas. mas näo. os 5% de brancos dariam para eleger um deputado, mas foram eleitos os mesmos, sem que os votos brancos contassem para nada. Como se fossem nulos.
como diria o outro... MEKÉ?
Há aqui algo que me ultrapassa. Daquilo que conheço de Nicolau MAQUIAVEL (1469-1527) não o vejo a manifestar uma tal dúvida. Com certeza, quem confiar num partido, quem quiser contribuir para eleger um deputado, terá que votar validamente no partido que preferir. Ninguém pode evitar que o faça. O voto é livre e secreto.
Mas há quem, em vez do comodismo preguiçoso e indiferente da abstenção, prefira ir às urnas e entregar o boletim em branco para, de uma forma activa, dizer aos candidatos que não considera nenhum deles merecedor do seu voto.
Cumprimentos
João
Francamente! Donde terá surgido a "ideia" que os votos em branco serviriam para eleger um deputado? Eu sei, eu sei! Circulava por e-mail, mas em caso de dúvida, e à distância de um clique, está o site da Comissão Nacional de Eleições com todos os esclarecimentos.
A CNE também alertava para possíveis fraudes nos boletins em branco e nos cadernos eleitorais nas 'linhas' dos que se abstêm.
'Eu não creio em bruxas mas...' o melhor é não facilitar.
Cara Isabel,
Obrigado pela sua intervenção.
Essa ideia só pode ter saído da cabeça de um falso Maquiavel, pois o Nicolau era de uma inteligência que tem sido admirada apesar dos séculos decorridos.
A CNE, como instituição oficial emite opiniões «politicamente correctas». Pergunto: que medidas tem tomado para evitar as fraudes que refere e que sanções tem aplicado às que foram detectadas? Os manipuladores da contagem dos votos são inspeccionados para não levarem consigo caneta ou esferográfica? Na contagem estarão pelo menos dois sendo de partidos diferentes? Há medidas simples com alguma eficiência.
Abraço
João
felicissimo, sera a melhor maneira de expressar o meu sentimento neste momento!
isto, por ter tido acesso nesta noite a este post, neste blog!
feliz, por saber que o meu sentimento esta integralmente escrito( resumidamente... porque ha milhentas coisas a dizer e a discutir), e que "n" pessoas pensam como eu!!!
"promessas não cumpridas seguidas de outras promessas incumpríveis"
"Esta crise nasceu de um sistema internacional condenado ao fracasso"
"degradação dos valores, do civismo do respeito pelas pessoas"
"o que os preocupa prioritariamente não são os grandes problemas de Portugal que eles raramente tentam definir ou sequer referir, mas a conquista de votos, de regalias de «tachos» para os seus «boys»."
"Penso na humanidade como se estivesse a olhar de um outro planeta e, dessa forma, procuro não me deixar prender por casos isolados, mas sim por tendências gerais ou erros com efeitos alargados que ultrapassam a área local."
"O ideal seria que tudo se conseguisse com as palavras dos filósofos sem violência, mas, provavelmente, terá de haver violência para desalojar os actuais donos da humanidade (políticos, banqueiros, multinacionais e outros capitalistas exploradores que estiveram na origem da actual crise financeira global)"
estes pensamentos... pena é que a humanidade (portugueses logicamente incluidos) nao pense assim, como um todo!!
"temos que esperar que, de entre eles, surja uma elite de «génios» que usem o raciocínio, concluam que muita coisa está errada e que é indispensável regenerar o sistema para que o Homem continue na Terra, e que tenham coragem de organizar e levar a cabo a mudança"
quanto a isto, carissimos :
pelos cometarios a este post, e pelas conversas com 2 ou 3 amigos ( aqueles que nao se preocupam apenas com o futebol... esses sao aqueles que votam sempre no mesmo partido, simplesmente porque SIM... e nao pensam verdadeiramente no país, no futuro, ou na humanidade) essa elite ja existe!!
tenho 28 anos ( sou ainda um jovem )e sinto, e penso, e alias... tenho a certeza, que tendo poderes para tal, conseguiria fazer de portugal, ou ate do mundo, um bom sitio para viver!!
sem racismos, sem gigantescas desigualdades, sem opressoes, nem pressoes!
harmonia, igualdade, viver em prol da humanidade!!
mas para isto, (falando em numeros, e nao em pessoas) metade da humanidade teria que ser destruida! um mal gigantesco, porque estou a falar sobre "morte de pessoas" ( o meu vizinho... o teu vizinho... o meu primo... o teu irmao... etc ) mas um mal menor, pois so assim se poderá um dia assegurar o futuro da humanidade!!
a democracia ( especialmente a portuguesa, que melhor conheço ) encontrou toda uma serie de vicios, e viciadamente se vai reeditando... é nas actuais condiçoes um sistema completamente obsolento e em crise!
quando houver revoluçao... eu vou na frente!!!
mas sozinho... ou sou preso, ou internado, ou morto... ou passo simplesmente despercebido!!
Caro Bruno,
Obrigado por estas suas palavras de esperança e confiança no futuro. É bom ver um jovem do grupo etário que tem que recuperar os valores que andam esquecidos. Se se não for a sua geração, a que se seguirá terá uma tarefa mais difícil.
Como diz o texto O ideal seria que tudo se conseguisse com as palavras dos filósofos sem violência(...). Para isso, é preciso difundir ideias, acordar os que dormem e só pensam no futebol e telenovelas. Quando houver uma massa humana bem visível, quando em vez de abstenção, passar a haver muitos votos em branco, a mostrar de forma activa aos políticos que eles não prestam e não inspiram confiança, será mais fácil que a mudança aconteça sem violência.
Mas se esta for indispensável, não pode haver hesitação, para garantir à gente honesta que possa viver decentemente. Porém a violência poderá não ser um massacre, porque depois de abater uns poucos poderosos, os outros aceitarão a realidade. Não são pessoas loucas e a coragem não é o seu forte.
Um abraço e parabéns pela sua reflexão. Vá aparecendo por aqui e deixe os seus desabafos. Estou certo que encontrará muitos posts que o ajudarão a aprofundar as suas reflexões
João Soares
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