Vento que bate, insistente,
Em frágeis corpos, sem norte.
Leva tudo à sua frente,
Na sua fúria de morte.
Ninguém sabe o que fazer.
Desistir, não são capazes.
Acreditam no vencer
E na sorte dos audazes.
Alguns, de força incansável,
Estudam o mal na raiz,
Na procura de travar
Os ventos do seu país.
Ventos loucos, sem control,
Que sopram todos os anos,
Anos escuros, sem sol,
Que causam penas e danos.
Uns esperam a calmia,
Vão recolhendo a folhagem,
Outros, mais em sintonia,
Juntos, lutam com coragem.
Procuram travar o vento,
Lutam p'rá acalmar a dor.
Acreditam no bom tempo
E na força do amor.
De tronco sólido e duro,
Fogem de ventos e lodos.
Têm 'sperança num futuro:
Todos por um, Um por todos.
E, nesse esperar sem fim,
Sentindo a força do vento
Que sopra, dentro de mim,
Vou-me 'squecendo do tempo,
Esse factor meu rival,
Que sei ser muito importante,
Nesta luta desigual
Contra o mau tempo constante.
Venham os corpos com norte
E coragem p'rá mudança
Desta injustiça tão forte.
Maria Letra
NOTA: Este poema foi transcrito do blogue Sempre Jovens e vem reforçar a mensagem contida no post Que futuro teremos?
A Decisão do TEDH (396)
Há 4 minutos
2 comentários:
Obrigada, amigo João, pela publicação do meu poema a Si dedicado.
Agradecia-lhe o favor de separar "a calmia", o que já fiz, também, no blogue "Sempre Jovens".
Um grande abraço.
Maria Letra
Querida Mizita,
Bem haja pela sua gentileza e pelo cuidado de rever o texto. Quando se possui rigor e competência profissional, não se descuram os mínimos pormenores.
Parabéns pela maneira como traduziu a ideia em poesia, com força convincente.
É realmente preciso ter esperança mas, sem esmorecer, é indispensável ir preparando a mudança, começando por acordar os que estão ensonados e ainda não vêem que o futuro está nas suas mãos, nas mãos de todos nós. É uma qualidade da Democracia, o facto de a soberania residir nos cidadãos.
Beijos
João
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