sexta-feira, 31 de julho de 2009

Eclipse na caserna

Dificuldades da comunicação verbal

DIZ O CAPITÃO AO ALFERES:
- "Vai haver amanhã um eclipse do sol. Mande formar a Companhia em farda de trabalho na parada, onde explicarei o fenómeno que não acontece todos os dias. Se chover, não se verá e, por isso, deixe a Companhia na caserna"

O ALFERES TRANSMITE A ORDEM AO FURRIEL:
- "Por ordem do nosso Capitão, amanhã vai haver eclipse do Sol em farda de trabalho. Toda a Companhia forma na parada, onde o nosso Capitão dará as explicações, o que não acontece todos os dias. Se chover o eclipse é na caserna."

O FURRIEL DIZ AO CABO:
- "O nosso Capitão vai fazer um eclipse do Sol na parada se chover, o que não sucede todos os dias, não se vê nada; então o Capitão, dará a explicação em farda de trabalho na caserna."

ENTÃO, O CABO TRANSMITE A ORDEM AOS SOLDADOS:
- "Soldados, amanhã, para receber o eclipse que dará a explicação sobre o nosso Capitão em farda de trabalho, devemos estar na caserna onde não chove todos os dias.

POR FIM, COMENTÁRIOS ENTRE OS SOLDADOS:
- Amanhã, se chover, parece que o capitão vai ser eclipsado na parada. É pena que isso não aconteça todos os dias...

2 comentários:

Beezzblogger disse...

Agora percebo, tanta ordem mal executada no exército que servi com muito orgulho. Dá para rir, caro amigo, mas de facto penso que isto ilustra a realidade.

Abraços do Beezz

A. João Soares disse...

C aro Beezz,
Esta estória, tem origem muito antiga, talvez tão antiga como os eclipses!!! Ou como os militares!!! O seu cerne reside nas dicifuldaes de comunicação entre pessoas com preparação muito diferente, a quem não se pode aplicar ao ditado «a bom entendedor meia palavra basta».
Penso que em miúdo vi essa estória numas Selecções no capítulo «piadas de caserna», e o caso passava-se num navio, o que tem lógica porque os marinheiros estão mais ligados aos astros – em cada navio é medida a altura do sol todos os dias ao meio-dia para calcular a latitude.

Esta estória está relacionada com uma regra dos militares: quando dão ordens, devem falar «clarinho, clarinho, para militar perceber!», porque os soldados, muitas vezes analfabetos eram impenetráveis a palavras diferentes das do seu curto dicionário de ouvido.

Um abraço.
João