segunda-feira, 6 de julho de 2009

A lei da Selva

As notícias que vão chegando mostram que devido à incompetência do poder central o País está transformado num sistema desorganizado, ao sabor dos parasitas que vivem á custa dos produtores e dos consumidores. Para 5% de trabalhadores produtivos, há 95% de parasitas a sugar o suor daqueles poucos. Se os números não forem mesmo estes não devem andar muito longe deles.

Pela leitura da notícia do Jornal de Notícias Intermediários anulam lucro de fruto milionário, fica a saber-se que os produtores de Sever do Vouga vendem o mirtilo a 3,5 euros o quilo, mas o fruto chega ao consumidor a preços entre os 35 e os 40 euros!!! Isto só seria de esperar num país de loucos em que, havendo um ministério, da agricultura, os agricultores e fruticultores não dispõem de apoios em informação para se organizarem e fazerem a distribuição do produto de forma racional e eficiente de maneira a terem mais lucro e beneficiarem o consumidor a preços mais acessíveis. Há que eliminar as sanguessugas que, sem aumentarem valia ao produto, lhe aumentam o preço 10 vezes mais.

Mas o povo não é desprovido de raciocínio e a Associação para a Gestão, Inovação e Modernização do Centro Urbano de Sever do Vouga (AGIM ), criada pela Câmara e pela SEMA- Associação Empresarial, está a ajudar os produtores a conseguirem mais lucro e a atingirem o mercado nacional que, neste momento, quase não tem expressão (5% contra 95% de exportações para a Holanda e a França). Está em vias de aprovação de uma candidatura ao programa MODCOM (modernização do comércio) que é a porta para o desenvolvimento de uma nova política de comercialização do mirtilo de Sever do Vouga.

Oxalá os esforços surtam efeito e o exemplo seja depois seguido por todos os produtores agrícolas. Consta que a mesma parasitose ataca a distribuição da batata e de outros produtos agrícolas.

Agricultores de todo o País unam-se, organizem-se e não deixem que o vosso trabalho enriqueça habilidosos que nada produzem.

6 comentários:

Gisele Claudya disse...

É, meu caro, estamos com tantos problemas que a frase vem bem a calhar:
"Devido à quebra dos bancos, queda nas bolsas, cortes no orçamento, crise nos combustíveis e pelo racionamento mundical de energia, informamos que a famosa luz no fim do túnel será desligada".

Mas não podemos perder a esperança, né? Beijinhos

A. João Soares disse...

Querida Gisele Claudya,
Agradeço as tuas simpáticas palavras. Há uma grande diferença entre o Brasil e Portugal, na dimensão e na quantidade e na variedade de riqueza de recursos naturais. Portugal é muito débil e, por isso, tem de ser governado com pinças, com muito cuidado para não ficar insolvente.

Beijos
João

Anónimo disse...

Desculpe-me discordar caro João, mas Portugal é muito rico. Rico até demais, ao ponto de uma classe elitista se agarrar ao poder com unhas e dentes! E pelos vistos ainda há muito para amealhar...

Agora mais a sério, creio que Portugal até é bastante rico em recursos naturais, pena é a sua má gestão e consequente rentabilidade.
Exemplos: cortiça, vinhos, pedras ornamentais, madeiras, sol, vento, etc, etc, etc...
Sem falar na quase eminente exploração de petróleo. Aí sim vai ser "o bom e o bonito"!

A. João Soares disse...

Caro André Miguel,

Bem analisado!
O petróleo cria problemas sociais de injustiça e exploração dos mais desprotegidos onde surge. Quando a sua exploração aqui começar vai ser uma luta terrível dos «boys» para obterem tachos e grossas comissões no tráfico de influências.

Um abraço
João Soares

Luis disse...

Caríssimos Amigos,
Portugal sempre teve apetência pelo comércio visto ser uma forma de ganhar dinheiro com pouco esforço... é só enganar o vendedor e depois o comprador! E depois ainda se queixam dos ciganos!!!
A indústria tem muitos riscos e obriga a investir... dá muito trabalho e é perigoso pelos riscos que se correm!!!!
Mesmo os poucos que se aventuraram na indústria fizeram dela mais comércio que outra coisa... É por isso que nunca sairemos da "cepa torta"!
Esta é a minha opinião desde sempre.
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Somos um país de vendilhões de feira, com olho no lucro. Cada produto passa por uma quantidade de intermediários entre o produtor e o consumidor, todos encarecendo o preço de forma incontrolada.
O mirtilo aumenta dez vezes mais. Uma roubalheira.

Um abraço
João