Meses difíceis de gerir são o futuro imediato do PS, o que exige uma análise perfeita das realidades nacionais, uma estratégia muito cuidadosa da campanha eleitoral e um filtro adequado nas palavras dos militantes mais espontâneos, como Santos Silva, Lello e Vitalino. Qualquer palavra menos ajustada pode fazer ruir o castelo de cartas a montar meticulosamente. O caso Elisa Ferreira foi objecto de um alerta oportuno de Rui Rio no início da campanha para o PE, mas o PS fez ouvidos de mercador usando da sua b+habitual arrogância, mas agora acordou, fora do momento próprio, levantando mais desunião partidária. A candidata, certamente, só ocupará um dos cargos e o «boy» que o partido quer obsequiar terá então oportunidade de ser premiado.
É um assunto que irá gerar confusão tal como as palavras pouco claras acerca de Alegre. E além disso, surge agora o «chumbo às obras públicas» que bem podia ser evitado se a decisão tivesse assentado num estudo correcto das reais necessidades do País, bem explicado à Nação, sem arrogância, sem imposição, sem termos de teimosia como o «jamé». E o resultado é que o povo, discordante, pode e deve manifestar no voto o seu direito de soberania.
Mas melhor do que as minhas palavras, é a pena experiente da jornalista, pelo que transcrevo o seguinte artigo do Jornal de Notícias.
O Verão Quente que José Sócrates terá de enfrentar
JN. 090713. ISABEL TEIXEIRA DA MOTA
Os factores externos às campanhas eleitorais voltarão a sentir-se. Mas será que a Oposição os vai aproveitar?
O Verão político será marcado pelas campanhas partidárias que já estão nas ruas. A crise, a gripe, os incêndios e a insegurança têm tudo para "aquecer" o debate. Três sociólogos analisam os temas no quadro do período eleitoral que se avizinha.
A campanha eleitoral começou. José Sócrates multiplica-se em contactos com a sociedade civil para tentar ouvir e interpretar o sentir do eleitorado. Manuela Ferreira Leite prepara o programa eleitoral nos fóruns Portugal de Verdade. Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã desdobram-se em acções de rua.
O JN interrogou três sociólogos sobre o impacto que os temas da criminalidade, crise internacional, gripe e incêndios terão nas campanhas políticas num verão que seguramente não será igual aos outros.
"A marca da campanha terá em linha de conta o que foi o último ano: uma fricção muito forte de todos os partidos da Oposição contra o Governo", salienta o sociólogo Paquete de Oliveira.
Sente-se um clima de "forte sentido de confrontação", aponta o investigador do ISCTE, reconhecendo que os temas da crise, da gripe, da criminalidade e dos incêndios florestais podem tornar-se "perturbadores" caso tenham uma "evolução negativa".
O sociólogo José Leite Viegas destaca "o aproveitamento" que os partidos da Oposição poderão fazer do evoluir dos acontecimentos nos próximos meses. "Os temas de campanha estarão muito dependentes do aproveitamento que a Oposição fizer", declarou ao JN. Exemplo: "há um sentimento de insegurança latente na sociedade que pode tornar-se explícito em face de casos mediáticos e aí a gestão política será complicada em período pré-eleitoral".
Outro exemplo: "a crise está cá, mas se as empresas aproveitarem as férias para fecharem as portas e não abrirem mais, isso causará um problema político ao Governo que a Oposição não vai deixar passar".
"Não é de excluir que os partidos queiram cavalgar essa onda", adverte, na mesma linha, André Freire, sublinhando que "são temas recorrentes, mas a época é que é especial". "Seria de esperar em Agosto um arrefecimento dos temas políticos", sustenta, até pelo forte sinal de"cansaço" que o país manifestou nas Europeias.
A Decisão do TEDH (396)
Há 21 minutos
1 comentário:
Amigo João,
Repito esta fracção do Seu post: "É um assunto que irá gerar confusão tal como as palavras pouco claras acerca de Alegre. E além disso, surge agora o «chumbo às obras públicas» que bem podia ser evitado se a decisão tivesse assentado num estudo correcto das reais necessidades do País, bem explicado à Nação, sem arrogância, sem imposição, sem termos de teimosia como o «jamé»."
E quem é que está altura, entre os políticos, de fazer um estudo correcto das reais necessidades do País'? Sinceramente, mas muito sinceramente, acho que esses poderiam ser encontrados no anónimato a que foram votados. Os bons não se vangloriam disso nem aspiram a serem uma celebridade. Mas nós sabemos bem onde estão.
Maria Letra
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