Prometer é fácil, o difícil é convencer as pessoas de que se trata de coisa séria e, mais difícil ainda, é cumprir aquilo que se promete. E quando se falha algumas vezes, deixou de se ter credibilidade.
Hoje, no Público, lê-se em título de artigo Governo executou apenas 13 por cento da despesa prevista no plano anticrise, isto é, do prometido, do planeado (merecia mais crédito do que o prometido) apenas foi cumprido cerca de 1/8 (um oitavo, a oitava parte!!!). Isto não beneficia a imagem de seriedade de quem faz promessas.
E já que não há realizações para agradecer os portugueses ‘agradecem’ promessas como diz o título de um post de 24 de Março de 2009.
E, pensando em tudo isto, acabamos por compreender que haja razões para o conflito confronte [PS e oposição no braço-de-ferro das contas públicas]. Certamente, deverá haver motivo para ocultar dados e números, para contrariar a propalada verdade e transparência, mas há que ter cuidado em mente que nos tempos de hoje os mistérios e as grutas escuras já dificilmente atraem incautos. Não será com escuridão ou mesmo apenas penumbra que se ganham votos.
No entanto tenham esperança porque na Natureza não há nada que tenha maior poder de atracção do que o vácuo. Só tem o inconveniente de, quando essa atracção tem efeito, ele desaparece, é uma conquista suicida!
Almirante Gouveia e Melo (I)
Há 39 minutos
7 comentários:
Amigo João,
Estou perfeitamente de acordo com o que diz no parágrafo final.
Fico absolutamente revoltada quando vejo certas contas e certas percentagens. Na sua grande maioria ... penso que serão alienantes. Mas como não estou à altura de julgar por falta dum maior conhecimento desses cálculos, junto-me ao número de pessoas cuja ignorância deste tipo de matéria continua a permitir que vivam ao sabor do que os economistas vão fazendo ... E caímos neste estado de coisas. Lamento, mas tenho de ser sincera. Mas eu estou a aprender todos os dias.
Maria Letra
Cara Amiga,
Falham nas promessas, que até poderiam ser compreensíveis por já sabermos que, para caçar votos, vendem banha de qualquer cobra. Mas quando se chega à posição oficial de fazer planos, aí, não há desculpas. Eles devem ser o mais rigorosos possível, realistas, feitos com competência para serem executados. Mas ficaram por um oitavo do planeado! E esse oitavo provavelmente foi mal executado, com derrapagens em custos e tempo.
Um País nestas condições, não pode sobreviver muito.
Compreende-se que não queiram mostrar as contas públicas e o défice. Têm vergonha de mostrar a sua «obra». São o vácuo, a nulidade, mas fazem muito barulho como a carroça.
Beijos
João
Querido Amigo João,
O tema do post é tão verdadeiro como verdadeiro é o nascer do dia e o cair da noite.
Sobre o tema, tudo o que dissesse seriam repetições.
O conceito do vácuo é que chamou por completo a minha atenção, pela originalidade e, é a partir daí que não posso deixar de o felicitar pela maneira "esbelta" como descreve os problemas que estamos vivendo. Aliás, tudo o que escreve, escreve ao seu jeito, e o seu jeito está muito fora da vulgaridade.
Dá prazer a quem lê!
Parabéns
Milai
Só mais uma coisinha, João Soares: a nossa resistência às promessas está directamente proporcional à resistência de certos governos. Sendo assim, nunca mais saímos do impasse. Porque será???
Bom fim-de-semana.
Maria Letra
Cara Milai,
É sempre muito simpática. O meu jeito de escrever resulta da vontade de ser claro, para ser compreendido, porque não falo para me ouvir, mas para transmitir as minhas ideias que procuro expressar de forma lógica e o mais simples possível. Procuro aquilo que se depreende do título no post Eficiência na comunicação. A leitura dele seria muito útil a muitos políticos.
Beijos
João
Cara Mizita,
Há quem resuma esse problema dizendo que cada povo tem o governo que merece. Há pouco tempo o Procurador Geral da República dizia numa localidade do centro do País que a luta contra a corrupção não se apresenta fácil, porque os implicados não estão interessados em denunciá-la e as pessoas que dela conhecem indícios também não e até dão valor aos que enriquecem rapidamente, considerando-os exemplos a seguir pelo seu sucesso. E o povo pensa e espera que pode beneficiar de pequenas corrupções para abreviar os assuntos que tem com os órgãos públicos.
Enfim, falta de cultura séria e honesta, com respeito pelos valores éticos que devem enformar uma sociedade vencedora segundo as normas legais e morais.
Há muita gente que acredita nas promessas mais mirabolantes e cai em qualquer conto do vigário. Gastam o pouco que têm no euromilhões e em outros jogos de azar.
Há dias um dos meus amigos de um dos encontros de que publico fotos no blog Só imagens, propunha que todos jogássemos em conjunto no euromilhões para nos habilitarmos a um prémio grande. A minha resposta foi que não estava interessado, por ter melhor destino a dar ao dinheiro.
Enquanto o povo se deixar convencer pelas promessas dos políticos sem nelas raciocinar, não cessaremos de ser governados com pouca honestidade, verdade e rigor. É preciso dar um murro na mesma como a amiga Mizita diz.
Beijos
João
Amigo João,
Que dizer mais para além de que escreve de uma forma sublime admirável e o que ja´foi comentado???
Resta-me subscrever tudo
Beijinhos,
Ná
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