Com o título de «O medo da luta volta a atacar», na última página do Jornal de Notícias de hoje, é apontado o dedo à decisão de o ministro da Educação inglês, Alan Johnson, acabar com o hábito de os alunos porem a mão no ar quando sabem a resposta a uma pergunta do professor. Perante a rapidez de raciocínio dos mais dotados, o comum dos cábulas tinha inveja do seu saber, do facto de se colocarem em posição claramente acima de si. E agora, com a política do género "proíba-se a mão no ar!", pretende-se não dividir a aula entre os talentosos e os tímidos. É mais uma medida de nivelar por baixo. Para não ofender os menos sabedores, cortam-se as pernas, perdão, as mãos, aos mais aptos e capazes de sucesso. É a exagerada vontade de criar a igualdade, a massificação, o anonimato, a mediocridade generalizada, sem capacidade de evolução, de fuga para a frente.
Mas na vida cresce-se e aprende-se a aceitar que há outros melhores que devem servir de exemplo e de emulação aos menos capazes.
Não produz bons efeitos no desenvolvimento da sociedade, qualquer tentativa de nivelar por baixo, deixando de premiar o mérito. Nem no desporto se dão iguais taças para todos os concorrentes, havendo nítida diferença entre os primeiros e os outros.
Aproxima-se o 10 de Junho, provavelmente, com distribuição de prémios a indivíduos seleccionados por critérios de valor de acções levadas a cabo em benefício de Portugal. É certo que esses critérios são muitas vezes discutíveis e o futuro tem indicado que muitos agraciados não eram exemplos a apontar ao comum dos cidadãos. Mas, mesmo assim, há a intenção de premiar o mérito, os que na escola da vida levantam o braço.
Mas ainda estamos à espera de ver premiar as empresas que empregam mais pessoas, que exportam mais, que pagam mais impostos, que investem mais na investigação, que mais ajudam o mecenato, que registam mais patentes, etc. Portugal avança à custa daquelas que nestes critérios se distinguem.
O mérito merece ser premiado para benefício de toda a colectividade, que a ele muito deve.
terça-feira, 5 de junho de 2007
A tendência para alinhar por baixo
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2 comentários:
Bom dia e abraço, com pouco tempo.
O nivelar por baixo é coisa muito antiga, própria dos ineptos, ignorantes e incapazes de se aproximarem dos seus émulos. Já em 1634, Galileu Galilei teve de renegar todas as suas crenças científicas, porque o Papa Urbano VIII julgou ver-se satirizado pelo seu livro sobre o sistema do mundo, vindo a público.
Também em Portugal, depois do 25 de Abril foram perseguidos os homens que mais tinham contribuído para o desenvolvimento do País, com a alegação que eram ricos, mas que o tinham sido pelo seu esforço de organização e gestão. Hoje há gente na«mais rica sem competência, à custa de manobras que não querem confessar. Um dos ricos de hoje afirma que foi bafejado por várias «taludas» da lotaria!!!
Mesmo assim, seria interessante ver premiados no 10 de Junho os empresários que se encontram nas condições referidas. Seria um critério interessante.
Um abraço
A. João Soares
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