Segundo o Jornal de Notícias, a presidente da administração do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), Paula Nanita, afirmou ontem que o Sistema Nacional de Saúde pouparia 220 milhões de euros, por ano, no caso limite de aderirem todas as instituições prestadoras de cuidados de Saúde em Portugal à partilha de serviços de apoio logístico que, como diz, é uma solução com benefícios confirmados noutros países.
"As estruturas de serviços partilhados na Saúde que o SUCH está a dinamizar, num cenário virtual de adesão total das instituições portuguesas prestadoras de cuidados de Saúde permitiria uma poupança anual de 220 milhões de euros no âmbito do Sistema Nacional de Saúde", disse Paula Nanita em entrevista à agência Lusa.
A responsável referiu também que esta poupança seria "alcançada num cenário conservador", tendo como referência os países que têm as melhores práticas internacionais, nomeadamente, Estados Unidos, Reino Unido, Nova Zelândia, Espanha e Irlanda, por forma a estimar este valor.
Não havendo qualquer razão para recusar estes argumentos, muito interessantes do ponto de vista da gestão de dinheiros públicos, fica-se, no entanto, chocado com todo o discurso, no bom estilo do que é usado pelo ministro da Saúde, de falar em termos de dinheiro, sem se referir aos doentes. Os Hospitais e o serviço de Saúde, em geral, servem para prevenir as doenças e curá-las quando são detectadas, são para dar alívio aos doentes, mas os responsáveis do sector, muito raramente, se referem aos benefícios que pretendem fazer chegar os doentes, que melhorias estes irão sentir com as medidas anunciadas. Esses 220 milhões de euros por ano de que forma irão beneficiar os doentes, a população em geral?
É mau sintoma constatar que os políticos se preocupam com muita coisa secundária como a reacção a críticas e anedotas, mas que raramente mostram estar conscientes de que a sua função é proporcionar melhores condições de vida aos portugueses, àquela grande maioria que não pertence à roda de familiares e amigos dos ocupantes das cadeiras do Poder. A protecção destes está garantida à custa do sacrifício dos restantes.
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