As imagens que nos chegam da realidade vigente conduzem-nos a supervalorizar a «ciência» de antanho que, apesar da iliteracia, produziu frases imorredouras com um conteúdo que merece ser meditado.
«Matar o mensageiro quando a notícia não agrada». É uma frase antiga e poderá nunca ter sido concretizada correntemente, embora fosse intenção de poderosos que se ficaram por outros tipos de retaliação. Agora, entre nós, parece que a frase parece está a ser reabilitada, com a adaptação provável de a palavra matar não significar tirar a vida física.
«As paredes têm ouvidos». O Dr. Fernando Charrua que diga se é ou não actual.
«O rei vai nu». Dizem que foi uma criança que disse esta frase, porque os crescidos viam mas não ousavam expressar-se com receios de represálias. Nada se sabe do que aconteceu à criança, mas talvez tivesse recebido um prémio por alertar para a distracção do rei que logo se foi vestir. O professor António Balbino Caldeira, no papel de criança, num país que não respeita os direitos destas, em vez de prémio, recebe uma notificação da Justiça.
Agora, diferentemente de tempos antigos poderiam surgir novas máximas, como «O SMS é arma perigosa na mão de bufos e sabujos»; «quem vê delações não vê corações»; «é preciso prudência com quem fala de conhaque», «aqueles que são obstáculo na tua carreira, são insectos a esmagar»; «quem não concorda totalmente contigo deve ser abatido». Eu não mataria o mensageiro, nem molestaria a criança das frases anteriores e tenho repugnância pelos seguidores daquelas que ficam neste parágrafo, mas há muitos que as perfilham como é mostrado nos casos de Charrua e Caldeira.
O governo português e Moçambique
Há 1 hora
5 comentários:
Parece que sim. Parece. Bom domingo e um abraço.
Caro amigo,
Venho humildemente agradecer-lhe a honra que me deu ao distinguir o meu blog com o prémio Blog Sem Tomates e felicitá-lo, ao mesmo tempo, por ter sido distinguido com idêntico prémio, tão bem merecido! É preciso tê-los no sítio, para atirar a estes vendidos que nos governam e seus lacaios as duras verdades que não gostam de ouvir.
No entanto, acrescentaria ainda, tendo este seu post como referência, que "quem não deve, não teme"!
Um abraço amigo
Caro amigo não tem que agradecer a indicação do seu blog como um dos cinco preferidos, por serem merecedores.
É certo que quem não deve não teme e temos que enfrentar os riscos. Viver é correr riscos, e é preferível arriscar por uma boa causa do que com maluquices na estrada!
Um abraço de amizade
Amigo A. João soares, de facto não se vislumbram bons tempos para a liberdade de expressão e outros tipos de liberdade. Não sei se reparou desde que a economia China emergiu na cena global os discursos sobre os direitos humanos foram progressivamente banidos e omitidos dos discursos oficiais dos politicos no ocidente, nem a igreja fala deles. As leis do trabalho tornaram-se liberais ao ponto de um trabalhador, como disse um politico num jornal, ter de percurrer 30 empregos ao longo da sua vida...será que já entramos na fase da chinização da cultura ocidental?
Um abraço fraterno
Antonio
Esse argumento ainda não está muito batido! Mas enquadra-se naquilo que já é admitido: a economia é o Poder. A ele tudo se subordina. Só que ela faz aumentar a riqueza daqueles que já são ricos, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres cada vez é maior. Enquanto a América tem baseado o seu poder nas armas, os chineses estão a apoiá-lo na economia o que lhes permite avançar sem conflitos, serenamente até impor as sua ordens ao mundo. Soube há tempos que as muitas lojas dos chineses nas nossas cidades estão dispensadas das burocracias, das licenças, dos impostos que são exigidos aos portugueses. Porquê? Será já essa hegemonia oriental?
Um abraço
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