Manifestantes contestam junto Sócrates contra fecho hospital
Centenas de populares de Abrantes aproveitaram hoje a visita de José Sócrates para o vaiar, manifestando-se contra o eventual fecho do hospital local, uma medida que já foi negada pelo primeiro-ministro.
Gritando palavras de ordem contra o Governo, os populares, vestidos com t-shirts onde se podia ler «Abrantes sem hospital não», abordaram o primeiro-ministro, que havia inaugurado o maior açude insuflável do país, contestando o eventual fecho da unidade hospitalar.
«Defendam o hospital, senão não vale a pena viver em Abrantes. Está tudo a esvaziar-se», desabafou uma popular, enquanto cumprimentava José Sócrates que quis passear entre os manifestantes, garantindo que nenhuma das valências existentes irá encerrar.
«O Governo não tem nenhuma intenção de alterar o acordo entre os hospitais de Abrantes, Torres Novas e Tomar» sobre a distribuição das valências clínicas, prometeu José Sócrates, que considerou a manifestação «muito simpática».
Apesar de ter sido confrontado com vários insultos e acusações como «mentiroso», José Sócrates considerou que quem o abordou dirigiu-se a ele de forma «cordial e civilizada».
Aos políticos cabe responder com «fair-play» e «ouvir com um sorriso porque (este tipo de situações) faz parte da festa da democracia», disse José Sócrates, que negou qualquer intenção do Governo de reduzir os serviços clínicos da unidade de saúde, criada durante um Governo de Mário Soares.
«Era o que faltava que um Governo presidido por mim fosse alterar fosse o que fosse», afirmou José Sócrates.
Na visita, Manuel Dias, porta-voz do movimento cívico por Abrantes ProAbrantes, entregou uma carta ao primeiro-ministro onde manifestou a sua preocupação com o futuro do hospital local, já que uma redução das competência virá «desqualificar e comprometer a qualidade de vida» da população.
Até porque o hospital serve concelhos limítrofes que ficarão ainda mais longe das outras unidades do Centro Hospitalar do Médio-Tejo, refere ainda a carta.
No documento, os populares apontam ainda o receio que o círculo judicial de Abrantes, criado em 1986, venha a ser encerrado no quadro da criação nas novas circunscrições judiciais.
No entanto, o secretário de Estado da Justiça, Conde Rodrigues, que esteve na visita, garantiu à Agência Lusa que «não foi ainda anunciada qualquer decisão» do Governo sobre o novo mapa judiciário pelo que qualquer receio é «simples especulação».
Diário Digital / Lusa
16-06-2007
Segundo as notícias o açude insuflável inaugurado custou 190 milhões de euros e, segundo o presidente a Câmara local, terá utilidade para desportos náuticos, turismo, espectáculos culturais. Até parece que tudo isso é mais importante do que as condições de apoio à saúde, pois para o hospital não há dinheiro! Mas, tal como na Ota, em Vendas Novas e noutros locais do país, valeu a pena o povo manifestar-se e o problema vai beneficiar de um recuo do Governo. Ouçamos a palavra de José Saramago "é altura de protestar, porque se nos deixamos levar pelos poderes que nos governam e não fazemos nada por contestá-los, pode dizer-se que merecemos o que temos".
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