Extraído do blog absolutamenteninguem, por se tratar de uma análise, aplicável, de uma forma geral, a cada partido ou organização política, embora tenha sido destinada apenas ao PP num momento especial.
Assim se vê a força do PP (Sinopse)
O político, nos tempos que vivemos, mente, é obrigatoriamente bom fingidor, tresanda a falso, constrói o seu caminho, na busca do poder, entre o favor e a intriga, conta espingardas e distribui cumprimentos e palmadas nas costas com o ar enternecido com que Judas beija Cristo, versão oficial da biografia de um político de outros tempos, qual Cristo multiplica promessas de pão e ósculos, um por pobre alma em versão católica e "bemzocas" e longe dos três dados em lojas de pedreiros ditos livres, distribuídos em feiras e mercados com um fervor quase sexual, com luxúria e com uma entrega inebriante que se compara apenas com o esbugalhar dos olhos e com a gravidade do semblante entregue ao interlúdio da defesa dos direitos dos antigos combatentes e dos oprimidos da lavoura. Na Corte da vida partidária organiza o seu séquito para o derradeiro golpe palaciano levado às costas pela mentira do combate sem tréguas ao Soberano de Casa adversária, pela patranha da oposição forte e da luta política feroz apregoada com pose de modelo na passerelle da efeméride em que se tornou a decisão do povo, desta democracia dita representativa, em que fazemos as nossas escolhas em montras, mais ou menos obscenas, chamadas televisão entre meia dúzia de números, de valor acrescentado apenas para alguns, com diferença de um dígito, medida da audiência, do que aparecemos e de como parecemos. Golpe consumado líder incubado e condicionado ao poder nesta admirável nova forma de escolher e, na sede própria, de novo Nosso Senhor Aparecido, para pagar a promessa de se opor ao Soberano, e voltam a sair ratos das entranhas da montanha de mentira que construímos e de candidatos a Soberanos passamos a Vassalos de Suseranos, que, neste absolutismo maioritário versão chamada Democracia , se dermos uma no cravo e outra na ferradura, ainda o povo obriga o Senhor a voltar a dar-nos os privilégios e os favores que a nossa falsa fidelidade pretendia. A legítima ambição de Paulo Portas volta a obriga-lo, neste triste contexto, a mentir com todos os dentes que tem na boca, e agora tem-nos todos.
El País
Há 14 minutos
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