Na passagem matinal pela imprensa, encontrei três títulos que me sensibilizaram, principalmente depois de os relacionar, que ajudam a compreender muitas das preocupações frequentemente ouvidas aos populares.
No Jornal de Notícias, lê-se que, segundo a secretária de Estado adjunta da Reabilitação, Idália Moniz, as comissões de Protecção de Crianças e Jovens estão em risco de "continuar a ser entidades de fim de linha" onde os partidos colocam militantes, «boys» e «girls» quando já esgotaram os lugares disponíveis em assessorias e outros nichos dourados.
A vampirização partidária do Estado (Os vampiros em eles comem tudo, do poeta cantor Zeca) pelos partidos políticos do chamado "arco da governação", que é como quem diz fundamentalmente pelo PS e pelo PSD, é um dos problemas mais graves da nossa democracia. Qualquer colador de cartazes espera hoje uma sinecura à mesa do Orçamento mal o seu partido ganha umas eleições. Daí que o alerta da secretária de Estado deva ser saudado como um acto de coragem política, embora não seja de crer que tenha qualquer efeito.
A avidez das clientelas tem de ser moderada ou eliminada pelos cidadãos pois não é de contar que os próprios partidos o façam. Terão de ser, principalmente os jovens à espera do primeiro emprego a pressionar para que as colocações se façam por concurso público, com correcta avaliação dos currículos, e não por ligações familiares ou afectivas aos detentores do Poder que é ocupado em benefício de todo o País e não dos seus protegidos.
Esta tendência vampirista dos Jotas, desde os assessores aos lugares de menor remuneração fazem-nos compreender a necessidade de o Governo aumentar a carga fiscal em todos os sectores. Neste tema, outro artigo refere que a carga fiscal em Portugal foi superior à média comunitária para a gasolina e ligeiramente inferior para o gasóleo, no primeiro trimestre deste ano. Nesse período, a carga fiscal dos combustíveis representou em Portugal 63% do PVP da gasolina (61,5% na UE) e 53% do PVP gasóleo (53% na UE).
E enquanto os jotas, bem acomodados em cadeiras bem estofadas, a população vê a sua qualidade de vida cada vez mais deteriorada, como foi referido no Parlamento por vários deputados na Nação. O líder do CDS/PP pediu explicações sobre perda do poder de compra e acusou José Sócrates de estar a empobrecer os portugueses e apresentou 15 factos sobre a situação económica do País de que se destaca "a economia não está bem e o social foi para pior"; "o poder de compra teve a maior baixa desde 1984"; a poupança está a cair "de forma dramática", sendo o índice de poupança per capita de 480 euros, quando o PS regressou ao poder em 2005 e, hoje é de 260 euros; «o indicador do consumo privado também caiu", porque, como disse, "quem não tem por onde poupar, também não tem onde gastar";
Entretanto houve o aumento da pressão fiscal que subiu para 37% do produto.
Referiu também preocupação com a situação dos idosos, que acumulam "a perda da majoração nas pensões com a perda de comparticipação" nos remédios.
A situação das pessoas foi também referida por outros deputados, como Hugo Velosa (PSD) afirmando que o poder de compra "bateu no fundo", Helena Pinto (BE) sustentando que "20% da população vive abaixo do limiar da pobreza" e que há dois milhões de pobres", Diogo Feyo (CDS) salientou que "as pessoas não comem défice e não se pode estar a pedir sacrifícios para se ir construir a Ota."
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
2 comentários:
Concordo com o seu texto. A essa gente, costumo chamar-lhe a função pública do tacho, em oposição àquela que efectivamente nos presta serviços.
Mas note-se que não é exclusivo desses partidos do arco da governação. Todas as câmaras municipais têm desta gente e nestas há de todos os partidos...
Tem toda a razão. Anda há dia veio a público que o vereador da CML do BE tem «apenas» 11(onze) servidores da sua confiança política.
Por vezes a pressa na escrita presta-se a omissões e imprecisões, mas isto serve para salientar a vantagem do blog permitir interacção com os visitantes atentos.
Obrigado pela sua visita,
Um abraço
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