Qualidade das praias
País à beira-mar plantado, tem o mar como recurso em que deve basear a sua riqueza e desenvolvimento. Vai longe a época dos descobrimentos, já está distante a época dos grandes transatlânticos, estiola a nossa frota comercial, e a pesca está quase limitada a métodos artesanais.
Resta um recurso natural que nos últimos anos tem representado um atractivo a turistas de várias origens, principalmente dos países nórdicos carentes de boas praias de águas tépidas e de sol bronzeador.
Temos aproveitado da forma mais conveniente esta fonte de riqueza? Há várias opiniões mas é mais ou menos unânime que muito se pode fazer de melhor para sustentar uma posição competitiva em relação a outros destinos de férias.
Agora, o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias trazem a notícia que nos informa de que a Quercus atribuiu ontem a Bandeira Dourada a 196 praias (incluindo fluviais), o que representa que, em comparação com 2006, este ano registam-se mais 16 praias com qualidade de ouro. Mas, por outro lado, mercê do facto de as praias continuarem vulneráveis à poluição, nomeadamente, por falhas no saneamento básico e problemas de gestão das bacias hidrográficas, que estão na origem das más classificações, a classificação de pior praia foi atribuído a 18, o que significa mais cinco praias que no ano passado. No entanto, tendo em conta que foi uma ano de seca, "os resultados foram muito satisfatórios".
Além da bandeira dourada que diz respeito apenas à qualidade da água baseada em repetidas análises laboratoriais, há o galardão da bandeira azul que, além da água, conta também com os acessos, a limpeza, a segurança e as infra--estruturas de apoio à praia. Não faltam referências quanto à qualidade das praias.
Verifica-se, assim, que os responsáveis estão atentos à qualidade das praias que são oferecidas aos veraneantes, mas é indispensável que se melhorem cada vez mais as condições higiénicas e de serviços disponíveis. Cada praia, apoiada pelas autarquias e pelos agentes económicos que dela beneficiam deve merecer cuidados permanentes a fim de serem reparadas com a máxima rapidez, pequenas deficiências que surgem ocasionalmente. O cidadão não está muito interessado em número estatísticos, mas sim no pequeno caso concreto que se lhe depara em qualquer aspecto de segurança, higiene, comércio, restauração, acesso, estacionamento, etc sem esquecer as águas de ribeiros e de saneamento que podem afectar a qualidade das areias e da água.
Façamos votos para que utentes e exploradores das praias cuidem delas para bem de cada um, de todos e do País, porque do respeito pelo ambiente todos viremos a beneficiar.
A Decisão do TEDH (397)
Há 2 horas
2 comentários:
os números são facilmente manipuláveis.
Se, das 196 praias "de oiro", 20 ou 30% forem de praias com baixa ou muito baixa taxa de utilização, e creio que serão, então a realidade é outra.
Das praias altamente frequentadas, quais são as de oiro? Isso é o que eu e quem as frequenta gostaríamos de saber.
Os acessos e a limpeza dos areais, bem como a qualidade dos serviços prestados pelas estruturas adjacentes (bares, restaurantes, lavabos, postos de socorro, banheiros, guardas e vigilantes)melhoraram assim tanto?
É que, há uns 10 anos atrás, as diferenças entre as nossas "praias da moda" e as espanholas, por exemplo, era abissal no que respeita a essas infra-estruturas, e disso posso ser testemunha...
Oxalá que sim, que ao menos aí o país tenha caminhado em bom sentido.
Um abraço.
Jorge G.
Caro Jorge,
Parece que não há muitas razões para optimismos. Quis com o meu texto alertar para a necessidade de encarar a situação com realismo a fim de a única origem válida de divisas ser encarada a sério para não a deixar secar e, se possível, intensificá-la.
Um abraço
A. João Soares
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