domingo, 29 de agosto de 2010

Em defesa das pessoas

Estamos numa era em que o materialismo e o egoísmo com laivos de arrogância, ostentação, competição, etc. conduz ao desprezo pelas pessoas , pelo mais íntimo e válido do ser humano. A época de verão com os «festivais» da «rentrée» trazem evidências daquilo que faz correr os políticos.

Mas nem tudo é mau, secundário e desprezível, pois notam-se posições destacáveis, independentes de partidos situados em campos distantes no leque parlamentar. Por exemplo, Jerónimo de Sousa sublinhou o interesses que devem suscitar os mais carenciados, «é preciso mais solidariedade com aqueles que sofrem e que lutam». Referiu «a luta de quem se sente injustiçado, de quem é ofendido e agredido nos seus direitos, nos seus salários», considera necessário «defender os direitos dos trabalhadores, o direito a um salário mais justo», dispor de «serviços públicos de saúde».

Em concordância com tal preocupação com o focalização nas pessoas e na saúde, Paulo Portas dá prioridade à necessidade de «lei de bases para os cuidados paliativos», partindo de que «Portugal está infelizmente entre os piores países da Europa para se morrer com dignidade». Também se referiu ao emprego e disse “A primeira preocupação dos portugueses é o emprego” e “quem gera 90 por cento dos empregos são pequenas e médias empresas”. Refere também a educação e a segurança como temas de grande importância na vida social do Portugal de amanhã.

Mas, com uma óptica mais focada no umbigo, outros partidos dão menos importância aros temas nacionais e centram-se nas pequenas querelas de competição pelo poder., nas tricas de politiquice e nas palavras vazias de conteúdo válido, apenas destinadas à propaganda dirigida a maiorias pouco esclarecidas e que se movem como ovelhas atrás do odor do pastor.

Também o PR nos dá pretexto para meditação quando diz que «não espera instabilidade»
política. Mas pior do que uma instabilidade de desenvolvimento, como acontece na Natureza, será a estabilidade, a continuidade de uma situação patológica, pantanosa, de pasmaceira. Com efeito, a estabilidade saudável exige uma organização bem estruturada com objectivos racionalmente definidos, estratégias bem estabelecidas e uma coerência de regras, um código de conduta, e uma boa metodologia de preparação de decisões. Se a continuidade não seguir tais cuidados, Poderá acontecer que a história venha ligar o nome do PR ao naufrágio de Portugal, dizendo que a maior crise económica nacional ocorreu com um professor de economia na cadeira de Belém.

Imagem da Net.

2 comentários:

Saozita disse...

Olá boa noite João Soares. Este seu post, vem de encontro aos ultimos temas que tenho postado. Sem dúvida, vivemos numa sociedade cada vez mais descaracterizada e desvínculada dos valores que nos deveriam nortear.
A parecer pelo que se tem ouvido e visto, o Dr.Paulo Portas transformou o CDS num partido mais à esquerda que o PS, congratulo-me, que assim seja... embora não acredite, só mesmo vendo, mas já não me sinto capz de pagar para ver ( entenda-se votar ).

Relativamente ao PR, este nunca foi à minha missa desde os tempos de primeiro ministro, já não me engana, no entanto é sabido que como PR, nada mais pode fazer!

As crises económicas estão aí, e neste próximo ciclo económico mais crises irão surgir, porque na verdade já sofremos deste mal de forma crónica e como "não se fazem omeletes sem ovos", com uma indústria falida, sem novas ideias e investimentos, sem empresários capazes, dada a visão obtusa da generalidade dos patrões portugueses, sem criarmos produtos de valor acrescentado... e com polítiqueiros desonestos, digam-me aonde vamos parar?

Tenha uma boa semana amigo.
Bjs

Sãozita

A. João Soares disse...

Amiga Sãozita,

A referência a dois políticos de partidos «ideologicamente» afastados mostra o que tem sido referido por vários pensadores em relação a estar ultrapassado o tempo das ideologias, na medida em que os governos, vindos de qualquer sector devem procurar resolver os problemas reais da forma mais correcta, para bem do povo, dos cidadãos, sem olhar ao aspecto ideológico. O mesmo se deve passar com as religiões que devem procurar que os crentes actuem com moral e civismo, segundo os melhores ditames da ética.
Na Grã-Bretanha foi notável que Anthony Blair, sendo de esquerda, tomou medidas mais à direita do que tinha tomado Margareth Tacher, de direita.
Nesse aspecto julguei oportuno apontar posições parecidas embora em contextos diferentes, do Jerónimo e do Portas. Este tem-se evidenciado por variadas sugestões sensatas, patrióticas em benefício de vários sectores da vida nacional, muito afastado daqueles que perdem tempo com tricas de baixa politiquice, para conquista de votos.
Também o Louçã, embora de forma menos estruturada, tem dado ao país atitudes que obrigam a repensar muitas medidas, menos ponderadas, saídas do Governo.

Beijos
João
Do Mirante