quinta-feira, 8 de julho de 2010

Para onde vamos?

Transcrição seguida de NOTA:

O PS estará Vivo?
Jornal de Notícias 08-07-2010. Por Diogo Feio

Em semana de grandes discussões sobre a utilização da golden share do Estado na PT, o PS realizou as suas jornadas parlamentares. Estas são sempre um momento de reflexão e apresentação de propostas concretas por parte dos grupos parlamentares. As expectativas estavam ainda mais aguçadas quando se poderia conhecer o pensamento estratégico de personalidades tão relevantes como Mário Soares, António Vitorino, Santos Silva, Ferro Rodrigues, Paulo Pedroso ou António Costa.

Nada começou pelo melhor, pois ainda antes do início já se noticiava que existiriam contactos por parte de Ferro Rodrigues para encontrar um sucessor a José Sócrates. Após a corajosa assunção de vontade feita por um político preparado como António José Seguro, aparentemente começam a surgir movimentos que demonstram fatalidade e desânimo por parte das hostes socialistas. Mas ainda mais graves são as afirmações feitas pelas personalidades convidadas. António Costa afirmou que o PS não pode ter vergonha da vitória eleitoral; Mário Soares disse que falta debate interno num PS que vive a dificuldade de um governo minoritário numa altura de crise; e, por fim, Paulo Pedroso e Santos Silva discutiram a possibilidade de o PS ter entendimentos à Esquerda, assumindo o último orador, com a elegância que lhe é reconhecida, que a esquerda do PS corresponde ao andor da Direita portuguesa.

Tudo isto demonstra que o PS vive num labirinto estratégico. Se perante a falta crónica de parceiro à esquerda, se juntar o apoio envergonhado a Manuel Alegre, nota-se que o PS depende do colo magnânimo do PSD - que nunca recusa uma boa fotografia - e lá aparece a salvar os planos de austeridade, os aumentos de impostos ou as SCUT. Eu não sei se o PS precisa de parceiro à Esquerda, se tem de debater ou assumir com orgulho a maioria relativa. O que sei é que não aparece um rumo de Governo. É por isso que estranho que nestas jornadas ninguém tenha perguntado - afinal, para onde nos levas José?

NOTA: Qual o rumo? Uma boa pergunta, mas sem resposta. Falta aos governantes um método de preparação das decisões do género do que está descrito em «Pensar antes de decidir», o que começa por definir objectivos e uma linha estratégica, um rumo.

A interrogação faz recordar uma história passada num quartel no dia festivo do Juramento de Bandeira. O Comandante, com pouco tempo nesta unidade, estava interessado que a cerimónia decorresse com o maior brilhantismo. A assistência era numerosa e a festa era presidida pelo General Comandante da Região Militar. Mas parecia que havia um nervosismo generalizado e as falhas sucediam-se nos momentos mais críticos, desde passos trocados, engasgamento na leitura da fórmula do juramento, na leitura dos deveres militares e na actuação da banda.

O comandante, que era de educação esmerada e muito controlado no tom de voz e nas palavras que utilizava, não conseguia ocultar o seu mal-estar. No fim, o chefe da banda aproximou-se e, depois das formalidades regulamentares perguntou: Meu comandante, para onde vamos e o que tocamos? A resposta saiu inesperadamente com o uso de um termo caserneiro fora do uso habitual do comandante: Vão à m… e caladinhos.

Fica aqui uma possível resposta para a pergunta com que o autor termina o artigo!!!

Imagem da Net.

3 comentários:

Luis disse...

Caríssimo João,
Depois da tua nota e em especial o seu fecho nada mais posso ou tenho a dizer. Não podia ser melhor!
O pior de tudo isto é sermos nós que iremos à m....(que já estamos), e iremos também caladinhos...
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Em Democracia, cada País tem o destino que o povo quer. O povo continua a votar em candidatos que se propõem a governar-se. O regime não presta, enquanto não houver um Código de bem governar aprovado por todos os partidos, onde constem normas gerais definidoras de bons comportamentos. Já aqui em vários posts e comentários foram escritas algumas das normas que nele devem constar.
Nunca saberemos «PARA ONDE VAMOS» se não forem definidos objectivos de longo prazo e estratégias para coordenar todas as principais decisões. Passa-se a vida em avanços e recuos a desperdiçar recursos que fazem falta e que saem sempre do bolso dos mais necessitados.

Há muitos políticos que enriqueceram ilegitimamente como por exemplo, segundo e-mail agora recebido, «Dias Loureiro, a viver actualmente à grande e à fartazana em Cabo Verde, e que é o dono do maior Resort Turístico da Ilha do Sal... (... é aquela ilha, daquele país africano onde o BPN criou umas
"sucursais" e um banco mais ou menos virtual, com que se faziam umas operações de lavagem e fugas ao fisco, etc, etc...). Alguém dá por ele na nossa imprensa? O que nos leva a pensar tal esquecimento? Como vêem é fácil fazer esquecer um roubo superior a mais de 4 mil milhões de euros, quando se tem amigos... por todo o lado...»


Entretanto aumenta a quantidade de pobres e de pessoas que passam a pobres diariamente.
Caro Luís,PARA ONDE VAI ESTE PAÍS??? Até rima!

Um abraço
João

Luis disse...

Caro João,
Rima e é VERDADE!!!
Um abraço amigo.