Elogio ao Governo (mas mitigado)
DN. 100720. Por Ferreira Fernandes
Ontem lembrei o abuso das reformas dos administradores do Banco de Portugal: ao fim de um mandato (cinco anos), tinham-na. Campos e Cunha serviu seis anos como vice-governador, o suficiente para quando chegou a ministro, aos 51 anos, acumular o seu ordenado no Governo com a reforma que já recebia há três anos. O errado não era ele ganhar muito (porque o mérito dele também era muito), era um homem válido receber uma reforma aos 48 anos de idade.
Em 2006, o Governo acabou com essas reformas prematuras, que passaram a ser pagas só depois dos 65 anos. Em 2006 também foi fechada a Caixa de Jornalistas - que tinha estes abusos: os implantes dentários e as armações para óculos de marca eram pagos quase na totalidade.
Há injustiça minha em equiparar as benesses dos administradores do Banco de Portugal com as dos jornalistas, mas invoco estas porque era abuso pagar armações Armani num país com longas listas de espera nos serviços de oncologia. Foi útil ao País que o dinheiro público deixasse de pagar a reforma prematura de um administrador de banco central e a cremalheira de um jornalista branqueada na clínica do dr. Maló.
E quem vir nisto só um elogio ao Governo treslê, porque essas vitórias contra duas diminutas classes também iluminam o falhanço que foi querer (o que já não é mau) mas não saber nem poder (o que é péssimo) pôr na ordem os professores e os magistrados.
A Necrose do Frelimo
Há 5 horas
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