segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fundações serão cancro incurável???

Daquilo que há muito tempo vai aparecendo nos jornais, fica-se com a impressão de que várias fundações não passam de fantasmas em dança fúnebre e macabra de que não resulta qualquer benefício para os pretendidos beneficiários previstos nos estatutos e que vêm o património inicial cada vez mais depauperado pelos seus gestores. O Estado é prejudicado porque delas não sai o benefício previsto para os cidadãos, porque há quem à sua custa vá enriquecendo imoralmente, porque lhes são concedidos benefícios fiscais e outros e porque afectam a credibilidade geral da Instituição Fundação.

A notícia Governo mantém fundação que há 30 anos não cumpre objectivos é incrível por comprovar o estado de abandono em que paira um importante sector do país. É estranha a inocência, credulidade ou ingenuidade (ou coisa pior) de quem espera que os objectivos venham a ser atingidos em breve, se já passaram 30 anos sem tal ser conseguido. De que milagres estarão à espera?

Que forças maléficas impediram que a instituição de alternativa – Casa do Gaiato – tomasse conta dos activos legados pela viúva Maria Sardinha, por inoperância da administração da Fundação? Que justificação dará hoje António Costa pela decisão que tomou sobre o caso quando era ministro da Administração Interna?

Para melhor conhecimento do assunto leia-se a notícia acima citada em link.

Imagem da Net.

10 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Estas "Fundações" na maioria dos casos só têm servido de "TACHOS" e outras situações pouco confessáveis e não para o benefício da Sociedade!
No caso presente parece ser mesmo esse o caso! Fica a pergunta no ar: Porque não entregam à Casa do Gaiato estes fundos dado que esta Casa tem mostrado ao longo dos anos Obra bem meritória???
Um abraço amigo e sempre alerta!

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Houve há cerca de uma década uma fundação para a segurança rodoviária, que seria um vespeiro de «boys» a sugar os nossos impostos, mas houve o bom senso de a encerrarem pouco depois do parto!

Há quase 15 anos fui professor voluntário, sem vencimento, da «Universidade Internacional para Terceira Idade». Este nome pomposo não tinha sustentação. Houve anos em que o total das propinas atingia 30.000 contos, não pagava renda da casa, e para haver uma casa de banho com um mínimo de dignidade foi preciso uma aluna com conhecimentos na Câmara conseguir que esta a construísse. Teoricamente a «universidade» era de uma fundação criada pelo reitor, mas passados vários anos depois da criação não foram entregues nas finanças relatórios de actividade e nem sequer havia corpos sociais constituídos. O eng Miranda, dono e «reitor» desempenhava todos os cargos!!! O caso foi largamente denunciado, até pelos jornais e televisões, mas tudo continuou nas mesma fantasia.
Caro Luís, Com tantas cumplicidades, como podemos avançar para perto dos países evoluídos?
É impossível, antes de mudarmos radicalmente de procedimentos, deixar o lassismo e enveredarmos pelo rigor, controlo, honestidade, transparência.. Vê aqui os posts recentes sobre o amiguismo e a promiscuidade.

Abraço
João
Sempre Jovens

Pedro Coimbra disse...

Basta atentar nos casos de daus muito célebres, criadas aqui em Macau, e no relevante trabalho que têm desenvolvido.
Com o mesmo objectivo (promover as relações entre Portugal e a China/Macau) têm feito tudo menos isso.
Um abraço

A. João Soares disse...

Caro Pedro Coimbra,

A mentalidade de quem as criou, as gere e as financia é sempre a mesma. Servem de um covil de elementos do bando que vivem desse expediente. São boys inúteis parasitas da sociedade.
Lares ou asilos de incapazes.

Um abraço
Só imagens

Pedro Coimbra disse...

Sabem de onde vem a expressão tacho?
Tacho (deve ler-se tatcho), é um prato típico da cozinha macaenese, muito rico, semelhante ao nosso cozido à portuguesa.
Está tudo explicado, não está?
Um abraço a ambos

A. João Soares disse...

Caro Pedro,

São os vícios da cultura lusitana que, após os descobrimentos, correram mundo. Há quem diga que fomos os pioneiros da globalização e não faltará quem diga que fomos os causadores da actual crise económica e financeira!!!

O inconveniente de termos sido mais notáveis do que a nossa estrutura moral permitia.

Um abraço
João
Saúde e Alimentação

Luis disse...

Caro João,
Tens toda a razão, tenho para mim que o problema é mesmo o que referiste no último parágrafo...
Não soubemos ser humildes quando fomos grandes!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Sempre tivemos a mania de querer viver acima das possibilidades, das capacidades, competências, valores.
Repara que apesar de estarmos em crise, de o PR dizer que estamos numa «situação insustentável», ele não deixa de gastar fortunas do Estado em viagens a Cabo Verde, a Angola, etc. Para quê? O benefício que daí vem no imediato ou no estratégico (bem calculado) justifica toda a despesa?
Somos um país de faz-de-conta de perdulários, esbanjadores, inconscientes, que sabemos falar dos pobres e necessitados mas gastamos irresponsavelmente aquilo que lhes faz falta.

Um abraço
João
Só imagens

A. João Soares disse...

Do PÚBLICO de 100809 extrai-se a seguinte lista de artigos sobre o tema:


- Fundações: Ninguém sabe quantas existem nem o dinheiro que receberam do Estado
- Propostas estão a ser objecto de análise e consultas
- Principal benefício é isenção de IRC
"Estima-se que existam cerca de 1000 fundações"
- Principal benefício é isenção de IRC

J.Ferreira disse...

São estas e outras coisas que regam este jardim à beira mar plantado. Se "meterem" a lupa nestes e outros organismos públicos, descobrirão o "estrume" com que são alimentados.
Tema muito actual.
Abraço do
JF