segunda-feira, 5 de julho de 2010

Obras faraónicas para ostentação

Transcreve-se artigo que se refere a despesas faraónicas desproporcionadas para ostentação que acabam por ser um esbanjamento lamentável, sem o mínimo retorno aceitável. Mas, infelizmente não acontece só no futebol. Há pouco cuidado com a gestão do dinheiro público. Eis o artigo:

Depois da festa
Jornal de Notícias. 05-07-2010. Por Manuel António Pina

"Alguns destes estádios não vão estar em posição de cobrir gastos. Vão dar prejuízo", disse no passado mês ao diário "Mail & Guardian" o economista Stan du Plessis, da Universidade de Stellenbosch. Antevia já a ressaca económico-financeira dos 10 estádios renovados (quatro) ou construídos de raiz (seis) para a "festa" do Mundial de Futebol.

Segundo notícias ontem divulgadas, o governo da África do Sul terá investido cerca de 2,6 mil milhões de dólares (assim a olho, algo como 3 mil milhões de euros) nos estádios do Mundial, dois deles nas pequenas cidades de Nelspruit e Polokwane, que apenas receberam quatro jogos da fase de grupos, despesas que muitos analistas consideraram completamente insensatas.

Se substituirmos "Mundial" por "Europeu" e "Nelspruit e Polokwane" por "Aveiro e Leiria", "Faro e Bessa" ou outros nomes familiares, descobriremos que a História Universal da Insensatez se repete. E que governos a auto-propagandear-se e a alimentar amigos e empresas do regime à custa de obras faraónicas e inúteis a pagar pelos contribuintes não são, como poderia pensar-se, um exclusivo africano.

10 comentários:

José Lopes disse...

Nós sabemos bem o que aconteceu por cá...
Quem é que pede responsabilidades aos que gastaram rios de dinheiro nos estádios portugueses, e agora nos obrigam a apertar ainda mais o cinto?
Falta de memória!
Cumps

A. João Soares disse...

Caro Guardião,

A intenção do autor é mesmo relembrar os nossos estádios que vão ser demolidos por não justificarem os custos da sua manutenção.
A referência aos da África do Sul serve apenas de pretexto para abordar os casos portugueses, como quem não quer falar neles!!!

Um abraço
João

Pedro Coimbra disse...

O Poder gosta de deixar obra em toda a parte do Mundo, caro João Soares.
Aqui é rigorosamente a mesma coisa.
Ficam na História, ou acham que sim, e vão alimentando clientelas que lhes são próximas.
Abraço

A. João Soares disse...

Caro Pedro Coimbra,

A sua visão deste assunto é real. Os do bando do Poder preocupam-e-se menos com os verdadeiros interesses dos seus concidadãos do que com fantochadas espectaculares para fazer figura, mesmo que sejam estéreis, inúteis e de curta duração, como os estádios que pouco tempo depois são destruídos tendo servido para poucos pares de jogos.

São como as formigas salalé que para construírem um morro de excrementos, destroem tudo o que está nas suas imediações. São predadores dos recursos que podiam e deviam contribuir para combater a fome e a pobreza dos mais desprotegidos, recursos que são amontoados pelos elementos do bando, em enriquecimento ilícito que protegem e teimam em não querer combater alegando mil e um pretextos de direito (que eles criaram à sua medida e semelhança).
E são muitos e escandalosamente elevados os morros de salalé que se vêm nas sociedades corruptas.

Passa-se por todo o mundo mais atrasado. E, quanto a nós, devemos meditar nas palavras do nosso Hino Nacional. «Nobre povo, Nação valente e imortal, levantai hoje de novo o esplendor de Portugal». Ouçamos a voz dos nosso egrégios avós!!!

Um abraço
João

Pedro Coimbra disse...

Fica um cheirinho da política em Macau
http://devaneiosaoriente.blogspot.com/2010/07/politica-bolo-bolacha.html

A. João Soares disse...

Caro Pedro Coimbra,

A sua visão deste assunto é real. Os do bando do Poder preocupam-se menos com os verdadeiros interesses dos seus concidadãos do que com fantochadas espectaculares para fazer figura, mesmo que sejam estéreis, inúteis e de curta duração, como os estádios que pouco tempo depois são destruídos tendo servido para poucos pares de jogos.

São como as formigas salalé que para construírem um morro de excrementos, destroem tudo o que está nas suas imediações. São predadores dos recursos que podiam e deviam contribuir para combater a fome e a pobreza dos mais desprotegidos, recursos que são amontoados pelos elementos do bando, em enriquecimento ilícito que protegem e teimam em não querer combater alegando mil e um pretextos de direito (que eles criaram à sua medida e semelhança).
E são muitos e escandalosamente elevados os morros de salalé que se vêm nas sociedades corruptas.

Passa-se por todo o mundo mais atrasado. E, quanto a nós, devemos meditar nas palavras do nosso Hino Nacional. «Nobre povo, Nação valente e imortal, levantai hoje de novo o esplendor de Portugal». Ouçamos a voz dos nosso egrégios avós!!!

Um abraço
João

Saozita disse...

Estimado amigo, João Soares. Este problema das obras megalómanas, "elefantes brancos" têm sido constantes, nos sucessivos governos sem olharem a despesas e tão pouco aos problemas financeiros que daí resultam. Se as nossas casas fossem geridas de tal forma, imaginem o numero de famílias que estariam na bancarrota!
É de uma falta de ética atroz, o modo pedante,com que alguns governantes usam os dinheiros públicos, para satisfação do seu ego pessoal.

Tenha uma boa semana.
Bjs

PS: Na minha galeria de selos, encontrará um selo que lhe ofereço, como reconheçimento do seu trabalho em prol de valores de justiça e éticos.

A. João Soares disse...

Querida Sãozita,

Muito obrigada pelo selo que me oferece. Mas, por decisão desde o início não tenho ornamentado este blog, com selos e outras «homenagens».Agradeço a sua atenção.

Quanto a gastos abusivos do dinheiro público, há muitos exemplos lastimáveis. É pena que os políticos não possuam uma formação credível para não tomarem decisões ostentatórias de gastos sem o mínimo interesse. Isto vai desde as placas com o nome, que são cravadas nas paredes até aos estádios de futebol, ou a auto-estradas que depois não terão volume de trânsito que venha justificar o investimento inicial e os custos da manutenção.

Falta honestidade, rigor, competência, dedicação à função em benefício do seu povo. Os políticos não o são por currículo, por valor, por merecimento, não são uma elite nacional, antes pelo contrário. O regime que sustenta tal situação doentia, não pode durar muitos anos. O povo tem que se manifestar activamente contra tais desmandos.

Beijos
João
Só imagens

Luis disse...

Caro João,
Depois do artigo e ter lido os diversos comentários pouco ou nada há a acrescentar pois estou totalmente de acordo com tudo que foi dito e só posso dizer: JÁ NÃO HÁ VERGONHA!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Tens razão, mas o povo continua a aplaudir. Com o povo assim mentalizado, ou dementado, não se pode ir longe. Qual será o futuro da humanidade, para não me restringir apenas a Portugal?

Um abraço
João