O Sr. ministro da Administração Interna sempre que fala pretende mostrar mais capacidade de desempenho e criar confiança da parte da população do que a real. Mas não consegue porque os factos falam por si. E as esperanças suscitadas não passam de fumaça e má propaganda.
O ditado antigo «mais vale prevenir do que remediar» continua válido através dos tempos e aplica-se também aos fogos florestais. Seria interessante avaliar os custos do combate aos fogos florestais (bombeiros, prémios e respectivos equipamentos, helicópteros, aviões) acrescidos dos prejuízos em património florestal, agrícola, habitações ou simples arrecadações, prejuízos na capacidade de recuperação dos terrenos, etc.
Obtido o total dos custos de um fogo e do que se gasta no combate e prejuízos produzidos, caberia ver o que seria possível fazer com tal verba na limpeza da floresta e abertura de aceiros. Em tal acção preventiva o Estado deveria financiar directamente ou com subsídios aos pequenos proprietários. E a remoção imediata dos produtos da limpeza para não ficarem a servir de combustível, devendo ser destinados a centrais de biomassa ou compostagem.
Não se pode esperar efeitos positivos de legislar a obrigar que os proprietários procedam à limpeza, porque em geral não possuem capacidade financeira para isso. Há meio século não era preciso investir na limpeza porque esta resultava da colheita de mato para as camas dos animais e fertilizante das terras agrícolas (hoje não se criam animais nem se faz agricultura em modos idênticos). Da mesma forma a rama dos pinheiros era esgalhada para o forno do pão, cozinhar na lareira, estacar as videiras, os feijões, as ervilhas, etc. (Tudo isso ou já não se faz ou recorre a outros processos). O resultado é que nessa altura se podia acender uma fogueira no pinhal para fazer ou aquecer o almoço, sem perigo de incêndio, enquanto hoje, um simples fósforo pode devorar vários hectares e causar grandes custos no combate.
Por isso é de estranhar que o MAI ainda não tenha contabilizado os custos provocados pelos incêndios e, com base neles, planeado investir a sério na limpeza das florestas, de forma controlada e fiscalizada, para que os «boys» não arrecadassem a maior fatia como aconteceu com os subsídios vindos da UE, destinados à modernização das nossas empresas que, por desonestidade, continuaram obsoletas enquanto os empresários modernizaram as suas luxuosas moradias com espaçosas piscinas, carros topo de gala e casacos de pele para a legítima e a outra.
Sr. ministro procure averiguar se nesta actividade «prevenir vale mais do que remediar».
Imagem da Net.
Almirante Gouveia e Melo (I)
Há 35 minutos
7 comentários:
Mais dois títulos de notícias sobre o mesmo tema. É urgente e imperioso que os «responsáveis» façam bem as contas e pensem na prevenção desta catástrofe que destrói Portugal:
- Bombeiros combatem mais de 350 fogos por dia
- Pânico durante a madrugada
Caríssimo João,
Tive o cuidado de ouvir uma reportagem na TV por um responsável pela Defesa Civil do Território em que ele disse que o problema dos incêndios devia ser tratado a "montante" para se evitarem os custos que os mesmos nos acarretam anualmente. A maioria esmagadora da floresta está desordenada em virtude de pertencer a particulares que nada fazem para evitar tal estado de coisas. A desertificação do interior levou a que ninguém se interesse pelas suas terras. Assim sendo seria conveniente fazer-se um levantamento sério do cadastro das nossas terras e obrigar a que às mesmas fosse dado o seu ordenamento de forma a minimizar os custos de vidas, meios envolvidos, que os incêndios acarretam, e gastava-se menos dinheiro!
Para isso poder-se-ia também aproveitar a mão-de-obra prisional para a limpeza e ordenamento das florestas. Era uma forma útil e educadora dos reclusos. Evitava-lhes vicios e dava-lhes a possibilidade de se regenerarem fazendo uma acção e formação civica!Já referi este assunto a propósito de um artigo de um Xerife nos EUA sobre a forma de tratar os seus reclusos.
Mas isto não dá votos... e por isso ninguèm se debruça no assunto!!!
Um abraço amigo.
Caro Luís,
Não se pode obrigar os pequenos proprietários das matas a fazerem a limpeza, porque isso tem custos que excedem as suas possibilidades. Mas o Estado também não tem credibilidade para tratar da limpeza, porque tem as suas matas também sujeitas a fogos. Os fiscais são propensos a fecharem os olhos. Repara como estão os passeios nas cidades, com falhas nos lancis, pedras soltas, enfim, situações propícias a acidentes que em idosos podem ser graves. O desleixo na costa, nas arribas das praias, etc.
O lema é «Não penso mas existo».
O povo tem que votar em tipos sobre quem recaem suspeitas, que não deixam averiguar, ver as contas, esclarecer, impedem o povo de conhecer a verdade e depois querem que o povo lhes dê o voto. E o povo, que não pensa, dá-lhes o voto, acreditando em propaganda de vendedores de banha da cobra.
Qualquer dia o MAI faz um «belo discurso» a dizer que este ano ardeu menos 2% do que no ano passado, como se isso fosse aceitável.
Mas interessa contratar helicópteros e aviões porque isso beneficia o que assina o contrato, e os que se passeiam nos hélis, como há anos o comandante dos bombeiros de Lamego!!!
País de gente que não pensa, não observa, não reage.
Um abraço
João
Do Mirante
Mais um título que faz pensar na inépcia dos governantes da área do MAI e no vazio das palavras optimistas que daí vêem com frequência:
Foi o Julho com mais fogos dos últimos cinco anos
Amigo João!
Cheguei cá tarde...mas cheguei!
Tinha-me falado neste post seu e eu prometido que o viria ler.
Aqui estou!
Infelizmente ou não, ainda não sei bem... tenho demasiados Blogs, muito trabalho para os manter vivos e naturalmente uma vida para viver. o que não me deixa muito o tempo livre necessário para todos.
Lamento amigo querido, mas esta é a mais pura das verdades.
Voltando agora "vaca fria", este tema é da maior importância, mas ninguém lhe liga patavina.
Vejamos, como e quem faz alguma coisa próximo da prevenção!!!
O Estado, através das autarquias, nada faz!
Disso sou eu testemunha viva, com olhos bem abertos e sempre atenta - Vi e vivi de perto, no terreno, o Limpar Portugal, ainda hoje sinto repulsa pelo que se passou no meu concelho.
Limparam-se 160 toneladas de lixo, mas ficou outro tanto que agora é mecha para atear mais um incêndio.
Na altura, quando falávamos nos ramos secos, no lixo orgânico, todos eram unânimes em dizer que esse era o menos perigoso, que a sua auto combustão o eliminaria, como se não soubéssemos todos que todos que TODOS OS ANOS, este país é devorado pelas chamas.
Estes resíduos são deixados nas nossas florestas pelos madeireiros, que carrega apenas os troncos, deixando para trás todos os ramos e galhas...
Não deveriam ser multados???
Não há leis que os obrigue a limpar tudo???
Há sim senhor!!!
Eu sei que sim!!!
Pessoalmente vivi uma situação dessas. Há meses atrás, aqui frente à minha casa, alguém veio cortar umas árvores num terreno da Junta de Freguesia.
Aconteceu o que descrevi anteriormente.
Dois dias após o acontecido, como o lixo não foi removido, telefonei para a Câmara Municipal e para a Junta.
Assunto resolvido!
Ganhei um inimigo, mas o problema foi resolvido no dia imediatamente a seguir à minha queixa.
Tudo isto, João, para lhe dizer, que a prevenção só é eficaz, se, primeiro for feita por quem tem esse dever e segundo se todos tivermos sentido cívico e nada temermos. Dedar o prevaricador é uma obrigação.
Finalmente, digo-lhe o que bem sabe, todos sabemos...
Enquanto houver interesses económicos nos incêndios e a lei estiver na mão dos mais criminosos de todos os criminosos, porque pactuam com tudo isto... e não só, o nosso país Verde passará a NEGRO!
Cheira a terra queimada no meu país.
Desculpe se me excedi.
Beijinhos
Ná
Amiga Ná,
Chegou quando chegou. Muito obroigado pelas suas palavras corajosas. O mal do País é o medo que as pessoas têm de falar. Provavelmente a maior parte nem pensa. O filósofo dizia «Penso, logo existo»; dizem que os portugueses dizem «Não penso mas existo». Não é pura invenção!
Como os políticos só agem sob pressão, é preciso que os cidadãos os pressionem, com a limpeza das matas e com tudo o resto que esteja mal. Depois das férias tenho alguns assuntos a comunicar à Câmara, e que são repetições!
Mas se o povo não refila, é porque não está contrariado, é porque tem o que merece.
Beijos
João
Sempre Jovens
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