Transcrição seguida de NOTA:
Um ministério "satisfeito"
Jornal de Notícias. 12-07-2010. Por Manuel António Pina
O Ministério da Cultura manifestou "grande satisfação" pelo pedido de demissão do seu director-geral das Artes. A ministerial satisfação resulta de aquele director-geral ser responsável por "sucessivos atrasos nos concursos", pela construção de uma "barreira" entre o "Gabinete da ministra e os agentes culturais" e por "ineficácia dos procedimentos".
Daí o sonoro "uff!" público soltado pelo Ministério mal soube que o homem pedira a demissão, pois, apesar de ele ser tão mau, o Ministério nunca se tinha lembrado de o demitir.
O pedido "vem permitir finalmente (um ministerial "hurra!") que a DGA se liberte de constrangimentos vários que têm vindo a dificultar a sua acção", pondo o Ministério em condições de "alavancar o sector".
Recorde-se que o "sector" anda em polvorosa (num processo que, no elegante português da ministra, é "muito liderado" pelo BE) em razão de cortes cegos feitos pela ministra e desfeitos pelo primeiro-ministro, bem precisando que o "alavanquem".
E, para quem acha que touradas são "cultura", nada melhor para o "alavancar" que umas boas bandarilhas públicas num ex-funcionário.
NOTA: De acordo com o autor do texto, o ministério foi incapaz de demitir o constrangedor director-geral mas, depois de ele se ter demitido, atirou-lhe pedras. Bater em mortos não dignifica quem bate. Teria sido mais ético fazer uma rigorosa avaliação do desempenho de todos os colaboradores e demitir os que tivessem menor eficiência, mas com a ética e a honestidade de usar critérios de interesse nacional e não de caprichos partidários ou pessoais. É para defender os interesses de todos os portugueses, de Portugal, que devem actuar os governantes. Será esse o critério do ministério da Cultura?
Imagem da Net.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Cobardia da incapacidade
Publicada por A. João Soares à(s) 07:47
Etiquetas: ética, sensatez, sentido de Estado
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2 comentários:
Caro João,
Não conheço o "homem" nem a sua acção no ministério por isso não posso julgá-lo. No entanto fica-me a dúvida porque não foi demitido e ser ele a demitir-se! Será que a confusão em que anda o ministério não teria sido o motivo que o fez trasbordar e sentir que nada podia fazer nessas circunstâncias? E realmente bater no "ceguinho", agora que ele saiu, não será forma do ministério tentar "limpar-se" das asneiras que faz???
Um abraço amigo e sempre alerta!
Caro Luís,
Não estou a julgar o homem, mas o ministério que, se ele era tão mau como agora dizem, devia tê-lo demitido. Mas não mostraram capacidade para isso, nem coragem. E depois de ele se ter demitido, estão a bater-lhe, o que chamo de cobardia.
Depois de ele estar longe, fora da acção disciplinar do ministério querem atirar-lhe com as bandarilhas, como refere o autor do artigo transcrito. Ridículos estes politiqueiros que sugam o nosso dinheiro sem qualquer merecimento.
Um abraço
João
Sempre Jovens
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