As notícias que nos chegam referem muitos acidentes graves em vários sectores de actividade da humanidade: explosão na central nuclear de Chernobil, explosão na plataforma petrolífera Deepwater Horizon no Golfo do México, espectáculo em Duisburgo na Alemanha, diversos acidentes aéreos, alguns acidentes ferroviários, múltiplos acidentes rodoviários, acidentes de trabalho, acidentes domésticos, mortes nas praias por afogamento, etc., etc. Casos de obesidade por erros de alimentação, diversas formas de toxicidade (álcool, HIV, tabaco, drogas).
Por outro lado, há a criminalidade violenta, com crueldade desumana, usando meios desproporcionais ao fim visado, e muitas vezes sem finalidades que, de qualquer maneira, possam ser explicativos ou atenuantes.
Se se tratasse de casos raros, ocasionais, seria compreensível como uma excepção à regra, uma anormalidade, estatisticamente irrelevante, mas na realidade, a quantidade é preocupante e leva a pensar numa causa comum, generalizada – a degradação do ser humano. Esta traduz-se na falta de respeito pela própria pessoa e pelos outros, na ausência de ética e de civismo, no desprezo pelo culto da excelência no desempenho das tarefas, de rigor, de sentido de responsabilidade. Muitos acidentes com máquinas (transportes, por exemplo) podem ser causados por erros da manutenção ou por falhas dos operadores.
As causas de tais situações desagradáveis devidas aos factores apontados mostram que, desde o paleolítico, o homem tem piorado no seu comportamento, perante tudo o que o rodeia, incluindo os familiares e amigos. Falta de ética e de civismo.
Já se apontam exemplos de animais da selva (ditos irracionais) que devem ser imitados pelo homem, na sua vida familiar e de grupo. Muitas lições comportamentais que nos dão merecem ser ponderadas.
Há que se remodelar, de forma estrutural, sistemática e persistente, a educação das crianças e dos adultos a fim de a humanidade não continuar a sua queda acelerada para o abismo fatalmente decisivo.
Para isso, dado o âmbito do problema e da falência dos Estados dentro das suas fronteiras para obviar a tal degradação globalizada, impõe-se que a ONU (Organização das Nações Unidas) mostre o que vale, se é que vale alguma coisa. Com efeito, não impediu a guerra Sérvia/Kosovo, a invasão do Iraque, a invasão do Afeganistão, etc. Seria bom que, agora fizesse algo a favor da revitalização da ética, do civismo, com recomendações à UNESCO e a outras agências onusinas, aos Estados, às associações desportivas e culturais, às empresas., aos sindicatos, à comunicação social, etc.
O conjunto de acontecimentos que afligem todo o mundo exige medidas rigorosas. É uma tarefa ciclópica, mas quanto mais demorar a aplicação da terapia adequada e eficaz, mais difícil será a recuperação e mais incerta será a qualidade de vida das gerações das actuais crianças.
É preciso começar já, com determinação.
Imagem da Net.
A Decisão do TEDH (396)
Há 13 minutos
13 comentários:
Caro João Soares:
Compartilho da sua preocupação e concordo que a falta de respeito pela própria pessoa e pelos outros, a ausência de ética, de civismo e do sentido de responsabilidade bem como o desprezo pelo rigor e pelo culto da excelência estão na origem dos males que relatou. Não penso, todavia, que as deficiências nesta matéria sejam maiores hoje do que o eram anteriormente. Acho até que a barbárie tem vindo a regredir. É possível adiantar muitas provas. O problema é que a barbárie não estará a diminuir o suficiente para controlar a bomba que hoje o nosso mundo é, um mundo muitíssimo mais povoado e interligado do que era há bem poucos anos.
Apesar daqula pequena discordância, vou, em termos práticos, chegar à sua conclusão e ao seu apelo, isto é, à necessidade de se reformular a educação, de pressionar todas as entidades governativas e de intervenção social no sentido de uma maior responsabilização individual e colectiva bem como na promoção de normas éticas, de civismo e de rigor de desempenho muito acima do que está a ser praticado. O risco de não se seguir esse caminho, e aí concordo mais uma vez consigo, é o abismo.
Um abraço.
Pedro Faria
Caro João Soares
Tenho por mim, que a palavra "criança" se encontra profunda e inalienavelmente ligada ao factor inocência.
Daqui, que apelidar de " criança ",nos tempos que correm, matulões e matulonas até aos 17 anos inclusivé (c.f. artº 1º da Convenção Internacional dos Direitos das Crianças) põe-me desde logo contra a organização que deu à luz - e mantem - tamanho abôrto: a ONU.
Daqui - e não vale a pena irmos mais longe, nomeadamente para o campo dos conflitos e subsequente actuação - que a minha consideração por semelhante organização (verdadeiro pool de inúteis)não passe do Zero absoluto.
Um abraço do
MG
Há uns anos ,frequentei um curso de jornalismo ,cujo professor era o Sr Joseph Lechner,homem de origem hungara e fugido para cá no tempo da 2ªGM.Com ele aprendi muito
O texto publicado pelo autor diz tudo,mas julgo que há um pormenor :
É a Educação dos povos,as ligações politicó-religiosas e ainda uma hegemonia do poder que não é aceite
na generalidade,já fora de uso.
Por outro lado ,essa hegemonia tem
ainda o poder de "utilizar" a ONU
para a formatação de uma civilização e/ou civilidades que não tem caracter geral em todos os países.
E sempre foi aasim ,tal como foi a SOCIEDADE DAS NAÇÕES,que deu origem à ONU...
Pensei muito neste assunto quando
estive agora cerca de 40 dias na República do Congo-Pointe Noire...
Vi o que os povos podem fazer...
Quando estava em PN ,o ponto escrito do correspondente ao nosso 12º ano,em Sociologia,foi apenas um
tema:" Por que é que a descolonização ainda não chegou às populações.???" E dá que pensar e é
por isso que pensei muito quando vi
a grande movimentação de pessoas chinesas...Fica, para continuar...
Do Fonseca dos Santos
Caro Pedro Faria,
É certo que sempre houve violência e maus comportamentos. Agora a globalização, em que a Internet transformou o mundo numa pequena aldeia, degradou muito a vida das pessoas até porque o lugar dos princípios e valores foi ocupado pela obsessão do dinheiro, pela ostentação, pelo consumismo, tudo ligado a um materialismo em que os sentimentos não são tidos em consideração.
É indispensável que as entidades responsáveis pela governação a todos os níveis, dêem o bom exemplo e usem todos os meios a começar pela educação para modificar as pessoas levando-as a terem em consideração o civismo, em todos os seus aspectos.
Um abraço
João
Do Miradouro
Caro Atila,
Realmente, a ONU não tem cuidado da sua imagem.
Transcrevo umas palavras do projecto de um post que espero publicar em breve sobre este assunto
«Embora a ONU se tenha responsabilizado por resolver certos problemas como o da Caxemira e o do Sara Ocidental, os anos têm passado sem haver solução. Há outros casos que exigem acção de um nível superior e que não beneficiaram dela, como Myanmar, Pirataria na Somália, Darfur/Sudão, Zimbabwe, etc. A ONU não conseguiu evitar a guerra Sérvia/Kosovo, a invasão do Iraque e a invasão do Afeganistão, chagas vergonhosas, com elevados custos em recursos e em vidas de inocentes de que a história há-de acusar a geração actual.
«O mundo está á Mercê do Conselho de Segurança onde imperam os vencedores da II Guerra Mundial (há mais de meio século), do G8 e do G20, constituídos pelos detentores de mais poder económico e financeiro. Ninguém destes detém sensibilidade para os problemas que afligem os países mais pobres, as populações mais exploradas e desprezadas.»
Um dos graves males da ONU +é genético e é visível na constituição do CS.
Um abraço
João
Do Miradouro
Caro Fonseca dos Santos,
Realmente, não se pode pretender que todos os povos passem a ter a mesma mesma forma de viver, pois há tradições que constituem raízes a respeitar.
Mas para possibilitar os contactos são necessárias normas semelhantes de respeito, civismo e outros valores. Nisso, o futebol e outros desportos dão o exemplo, pois só com as mesmas regras se podem disputar jogos e campeonatos.
Transcrevo algumas palavras do projecto de post que referi atrás:
«Para sentir a gravidade dos problemas que afligem os povos mais pobres, haveria conveniência em criar um Conselho para a Paz e Justiça Social Global, ou com outro nome parecido, que fosse constituído por 10 a 20 elementos eleitos pelos 50 países menos populosos e com menor PIB/capita.
«Com a intervenção de um tal Conselho, a ONU passaria a poder agir de forma mais humana, sem estar manietada pelos dominadores da economia mundial, sem olhar a meios.»
Cumprimentos
João
Do Miradouro
A ganância desenfreada e sem controlo leva-nos ao precipício, mas poucos se dão conta da gravidade da situação.Mudar de rumo? É difícil e vai ser contra a vontade dos poderes instituidos.
Cumps
Caro João Soares
Deixei um comunicado,mas não foi publicado...talvez tivesse colocado o botão no NÃO..
Mas dizia ,mais ou menos que nos Estados onde existem matérias primas devia ser paga uma quota para a Assistência social das populações que são exploradas pelos
negócios do petróleo,diamantes, ouro ,etc.Visto numa perspectiva mais real,o Hemisfério NORTE que explora as matérias primas do hemisfério sul DEVIA ser responsável pela AS das populações.
Deviam ser cobrados impostos nesse sentido e criar de facto uma comissão de " HOMENS HONESTOS E BONS" para capitalizar esses impostos na Assistência Social,Urbanismo,infraestruturas sanitárias etc,etc
Como disse estive no Congo Brazza e
reparo um profundo vale entre a riqueza dos exploradores e a pobreza do lado das populações ,sem esgotos,sem água ,sem luz ,etc...
Dentro deste conceito,os italianos que exploram o GÁS em PN ofereceram
uma cedntral electrica ,a gás,mas que pelas diminutas dimensões pràticamente a população fica sem energia.Não havendo energia ,não há água,etc,etc..
Como sabe não pode ser deixado ao
critério da ONU,sussessora da antiga Sociedade das Nações,por razões obvias...A ONU está mais comprometida em manter este status de desiquilibrio do que realmente
beneficiar as populações...
O meswmo aconteça para os países que constituem a charneira entre
o Ocidente e o oriente,ou seja neste caso por lutas mais politicóreligiosas e também sociais.
Parece que regressamos ou temos que regressar ao tempo dos países
CATARDS...Relembrar CARCASSONNE,NARBONNE ,PERPINGAN,etc
Um abraço amigo do Fonseca dos Santos
Caro Fonseca dos Santos,
O seu comentário tem uma riqueza extraordinária de pontos de vista, de sugestões, que merecem se meditados sem pressas.
O post, tal como outro mais recente sobre a ONU, é uma provocação, um desafio a colher comentários do género deste seu. Mas as pessoas não gostam de escrever e não estão para expor ideias com algum pormenor e lógica. É a preguiça dos tempos actuais!
E neste post o que me motivou foi a degradação das pessoas nos tempos em que vivemos e que se traduzem em criminalidade generalizada, multiplicidade de acidentes devidos a erros humanos, falta de sentido da excelência e de responsabilidade, com desprezo pelo valor da vida e por princípios que eram sagrados e serviam de pilares a um comportamento de boa convivência e respeito pelos outros.
A ONU nunca se mostrou eficiente e a sua carta é letra morta. Não poderá ser executiva de qualquer programa ou ideia consistente, embora algumas das suas agências tenham feito bom trabalho, mas que fica a meio, por falta de autoridade sobre os Estados.
De um comentário de Mentiroso no blog Do Mirante, extraio esta ideia que merece ser reflectida. Diz que há uma velhíssima lição sobre democracia de que todos parecemos estar esquecidos. Quando uns eleitos vão ocupar as cadeiras do Poder não se pode esperar algo de especial porque não estão motivados para tomar iniciativas, algumas podendo prejudicar o seu partido nas eleições seguintes. Para que a mudança possa acontecer é indispensável que a força venha de baixo, do povo que é a origem, a fonte, da soberania democrática. Os políticos não fazem ondas e só decidem quando forem pressionados, o que por vezes tem que ser feito de forma musculada. Não basta abordar senadores e entidades oficiais segredando-lhes ao ouvido. É o povo quem deve impor aos políticos e não o contrário, como está a acontecer em Portugal, em que o povo se mantém adormecido à espera que os políticos façam o milagre da ressurreição de glórias nacionais antigas.
O povo tem que pressionar os políticos para que reformam a Justiça, a administração pública, o ensino, a saúde.
A ONU, o que pode e deve fazer é enviar recomendações a 6todas as entidades de grupos grandes ou pequenos para se esforçarem a revitalizar a moral e a ética, tornando as tradições mais contributivas para um mundo mais harmonioso e pacífico.
Um abraço
João
Do Mirante
Caro Guardião,
No comentário anterior deixei uma resposta ao seu reparo. Não se pode esperar o milagre de os actuais políticos matarem a galinha dos ovos de ouro, secarem a fonte que os enriquece. Olhe para o combate da corrupção que já foi proposto pelo eng João Cravinho há vários anos e ainda não teve avanços visíveis. É isso que os atrai à política (Veja os casos de Oliveira e Costa, Sócrates, Dias Loureiro, Armando Vara, Vasco Franco, Isaltino, Jorge Coelho e muitos outros).
Para haver a mudança necessária é preciso que o povo os empurre para a rua e depois escolha indivíduos competentes em gestão e os obrigue a reformar com honestidade, devidamente controlados e inspeccionados de perto. O povo é quem mais ordena em democracia.
Um abraço
João
Do Mirante
A actual ONU não serve para aquilo que o meu amigo quer.
Aliás, já nem serve para aquilo que estudei faz anos na minha disciplina de introdução à política.
A ordem e disciplina de que necessitamos não será jamais imposta e controlada pelas actuais instituições.
Caro LFM,
«Desculpe qualquer coisinha», mas a dita Organização também não é aquilo que estudei no Curso de Direito Internacional Público com o professor André Gonçalves Pereira, em 1965-66, em que entre outras coisas tive que saber a «carta» de todas as formas.
Concordo consigo que nada de especial se pode esperar das «actuais instituições». Daí que o post seja uma provocação aos visitantes, para sugerirem algo de positivo, que seja o grito de partida «Por São Jorge, vamos a eles!». A ordem e a disciplina, tal como se verifica na vida de animais na selva, também é indispensável no ser humano que, outrora, era considerado um ser eminentemente social e sociável, isto é, vocacionado para viver em grupo.
Surja um pensador de prestígio que mostre o caminho e alguém que dê a ordem de avançar. Por agora o nosso povo segue outro lema «Não penso, logo existo!», Como o amigo bem apregoa, ao espicaçar dorminhocos que se recusam a acordar.
Um abraço
João
Do Mirante
Amigo João
Mais uma dica: Está assente que a ONU não é o organismo indicado para levar a efeito toda a ACÇÃO SOCIAL das populações abandonadas,mas sim uma organização do tipo ONG,com os chamados " Homens Bons " conceito dos romanos...
Quando cheguei a Serpa Pinto para Comandar a PSP,foi mais para montar a segurança do Campo de Trabalhos do MIssombo...Pensando ,revendo e conversando com um grande homem que
foi o Administrador DAVID CAMPOS e o Governador Cmdt Sousa Machado,verifiquei que a segurança do campo estava na ocupação dos tempos de ócio...e por isso fiz essa gente dedicar à agricultura e
artes e oficios,sendo mais tarde até implantada oficialmente essa ESCOLA.Mas o que me levou a isto foi que o abastecimento de viveres vinha de MOÇÂMEDES e eram t`^es dias de comboio ...Asssim logo que se produziu no MIssombo,e criada uma carreira de transportes ,o campo passou a ser autosuficiente e
a população passou a ter dinheiro para aquisição básica e passaram as casas do adobe para as de construção definitiva...
Já em 1972 ,a DGS resolveu transferir parte dessa população residencial imposta para o Campo de S.Nicolau...Foi a asneira crassa.As populações estavam bem lá e não havia hipoteses de sobrelevação por que elas tinham atingido um poder económico como nunca .
Por isso quando vejo auxiliar populações dando dinheiro ou haveres em vez de instrumentos de produção agricola...ACHO MAL..
No UÍGE,muita genge da etnia Congo
tinha roças de café e havia lá pessoal muito rico pelo trabalho...
É claro que por trás disto existem sempre os espertos dos exploradores
Por agora é tudo.Um abraço amigo . vou até à minha chitaca ver 800 macieiras raineta parda...
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