segunda-feira, 6 de julho de 2009

Burocracia ou empatocracia?

Os trâmites que antecedem a efectiva execução da obra para reabilitar um edifício na baixa do Porto absorvem 30 meses (dois anos e meio) em burocracias que bem podiam ser aliviadas e reduzidas ao mínimo indispensável. Tudo isso é exigido por uma lei central que a Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) propôs à tutela governamental ser alterada para encurtamento dos prazos.

Perto de minha casa há situações semelhantes em prédios novos, cujos tapumes estão sinalizados com letreiros há anos, sem ver mexer uma palha. O espaço de onde foi retirada a praça de touros de Cascais está limpo para iniciar a construção de projecto urbanístico já discutido antes da demolição, há anos.

E apesar de tanto tempo para licenciar as obras a coisa sai torta e são precisas emendas, obras novas não previstas no projecto, etc. E, como a memória não é tão curta como os governantes chegam a pensar, ficamos espantados com a rapidez como o Freeport foi licenciado apesar de se encontrar em área protegida por efeito de defesa do ambiente. E daí não ser fácil convencer as pessoas de que não houve corrupção, ou no mínimo, ‘reconhecimento’ pelos favores com ‘atenções’ mais ou menos significativas e discretas!!!

Dizem que o melhor Estado é aquele que menos interfere na vida dos cidadãos. E que quando tudo se quer controlar, menos se controla efectivamente.

8 comentários:

Gisele Claudya disse...

Querido amigo,
Na verdade eu não tenho meod de blogues, não. É que eu não entendo nada de política ehehehe E quando sei que algo não vai bem, fico meio deprimida. Afinal, sabes que o Brasil tem muitos problemas de corrupção e desigualdades, né?
Mas admiro tua inteligência em semrpe postar temas tão interessantes.
Linda semana
Beijinhos,
Gisele

A. João Soares disse...

Querida Gisele Claudya,
Este post não tem nada a ver com política, mas apenas com a administração pública que a todos interessa porque a todos (com raras excepções) oprime. Quer queiramos ou não estes problemas existem, são reais e prestam-se a muitos crimes contra as pessoas e os interesses públicos, tal como a corrupção, o tráfico de influências, etc.

Beijos
João

Anónimo disse...

Em Portugal quem quiser fazer as coisas de forma a seguir e cumprir os trâmites legais vai simplesmente desesperar... E ainda nos acusam de pouco produtivos!

A. João Soares disse...

Caro André Miguel,

Não sei se o excessivo controlo resulta de desconfiança dos governantes em relação aos cidadãos ou se é propositada para criar oportunidades para a corrupção, principal fonte de enriquecimento dos políticos.

Talvez seja a segunda hipótese, dada a falta de vontade para combater a corrupção e o enriquecimento ilícito.

Um abraço
João Soares

Luis disse...

Caro João,
Colocaste o dedo na ferida estes atrasos todos só beneficiam a corrupção, senão vejam-se os casos da Freeport e outros do género que só aconteceram por causa dessa burocracia pois que quando aparece "dnheiro por fora" deixa de imediato de existir.Antigamente eram os fiscais das obras que ganhavam uns "cobresitos" agora são os autarcas que ganham uns "milhõesitos".
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Há quem diga que grande parte dos políticos, entram na política pobres e, passado pouco tempo estão milionários. Repara na rampa de subida do Oliveira e Costa, o Dias loureiro o Duarte Lima e tantos, tantos outros.

Abraço
João

Maria Letr@ disse...

Sim, mas quando um cidadão cheio de problemas económicos, fica a dever ao Estado uns míseros 50 euros, que seja ... acaba mal a sua reputação. Estou a falar do caso duma grande amiga minha ...
Maria Letra

A. João Soares disse...

Querida Mizita,
Tudo depende de que lado se está e da forma como as coisas forem feitas. Quem lá está dentro, enriquece em pouco tempo, sem problemas, como diz a Juíza Maria José Morgado.
Há dias vi um cartoon que em poucas palavras mostrava isto: um velhote e um rapaz estavam sentados em frente à TV, ele com um jornal na mão e este com uma cerveja. Este diz: Pai, vou para a criminalidade organizada. Resposta espontânea do pai: Do Estado ou privada?

Há anedotas que dizem muito a quem as quiser perceber.

Beijos
João