Assim Vai o Meu País
A Assembleia da República
É palco de cena impúdica,
Que pode ver-se em TV.
O Português já não crê
E começa a criticar
Quem 'stá lá, em seu lugar,
P'ra defender seus direitos.
Os cidadãos, contrafeitos,
Vêm morrer seu país,
De caruncho na raiz.
Lá dentro, uma palhaçada
De gente, nada engraçada,
Brinca co'a boca do lobo,
'squecendo a força do povo
Que, cansado desta cena,
A sofrer, com muita pena,
Não acredita em conversas
De tendências bem diversas,
Do seu tema principal:
A injustiça social.
Porque esta farsa de estado,
No qual se sente afundado,
É composto de pessoas
Que são tudo, menos boas
P´ra governar Portugal.
Assim, será bem normal
Que se levante uma onda
De protestos que, sem conta,
Vão acabar por punir,
Quem insistiu em dormir,
Em vez de lutar com garra,
Contra esta gente, bizarra,
Que só pensa no seu tacho
E faz do povo um capacho.
Londres, Julho 2009
Maria Letra
NOTA: Este poema foi-me enviado agora pela autora, inspirado pelas notícias da demissão de Manuel Pinho e por outras que chegam que chegam com mais frequência do que as desejadas. Falta a ironia suave, discreta e literária de que nos fala Eça de Queiroz e as anedotas do tempo de Churchill.
terça-feira, 14 de julho de 2009
AR palco de cena impúdica
Publicada por A. João Soares à(s) 05:55
Etiquetas: civismo, dignidade, sentido de Estado
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Amigos,
Estão a aparecer novamente poemas de "intervenção" e ainda bem! São alertas para este povo amorrinhado que anda anestesiado há já muito tempo.
Espero que acorde a tempo de ver o ressurgir de Portugal!
Um abração a todos.
Caro Luís,
A nossa colega Maria Letra está de parabéns por este poema feito no aproveitamento de escassos minutos de espera no carro.
Tudo o que contribua para melhor futuro do País, com correcções do percurso e aperfeiçoamentos do sistema são úteis para mostrar ao povo que é preciso interessar-se pelo que se passa com o País, por aquilo que é feito pelos eleitos, pelos que juram cumprir com lealdade as funções que lhes são confiadas, e que devem ser para bem dos portugueses.
Devem pagar-se impostos mas é preciso saber-se o que é feito com o dinheiro e o merecimento daqueles que vivem à custa dele.
Um abraço
João
Por acaso, amigo João, não estava no carro, porque mo roubaram ...
Estava no átrio do colégio. A partir de 10 de Setembro, com o início do novo ano lectivo, vai saír um poema por dia. Será que terei inspiração para tanto? Mas não se preocupem, só passarei para o blogue uma meia dúzia, senão qualquer dia sou saneada.
Maria Letra
Enviar um comentário