Há dias publiquei aqui dois posts que focavam casos exemplares de empresários conscientes da importância do factor trabalho, mão-de-obra, imprescindível no funcionamento de uma empresa. Tratava-se de «Empresário disposto a empobrecer um pouco» e de «Empresário que respeita os trabalhadores».
É um tema que costuma ser conotado com a esquerda pelo que fiquei em risco de alguém duvidar da minha preocupação de isenção partidária e independência, mas hoje perdi esse receio ao ler que o líder do CDS-PP, Paulo Portas, escolheu o distrito de Aveiro para defender “o valor do trabalho”, destacando o mérito dos empresários que criam empregos numa altura em que a mobilidade social “está parada” no país. E defendeu “aqui neste distrito, a maioria das pessoas que tem hoje uma empresa começou por ser trabalhador. A maioria dos empresários começou por ser operário. E através do acesso à educação, conseguiram ter a ferramenta que lhes permitiu ir longe”.
Mas, felizmente, as notícias mostram que os políticos começam a colocar de lado as suas ideologias extremistas de combate eleitoral quando se referem aos grandes problemas nacionais. O tema que parecia ser apanágio da esquerda, foi abordado de forma social e didáctica pelo líder de direita sem deixar de o ser pela esquerda. Assim, o cabeça-de-lista do BE, Miguel Portas, aconselhou hoje o primeiro-ministro a discutir temas como o desemprego. E disse que «esta foi a semana em que Portugal atingiu meio milhão de desempregados, oficiais, estatísticos (porque na realidade são mais), e em que chegámos aos 200 mil desempregados sem subsídio de desemprego».
Jerónimo de Sousa, acusou o governo de ter mentido sobre os números do desemprego e manipular as estatísticas – e afirmou que o executivo vai falhar na promessa de criar 150 mil novos empregos. Jerónimo de Sousa sublinhou que o governo "viveu sempre da manipulação e até da mentira" sobre a questão do emprego criado. Sublinhou convicto que "o Governo do PS de José Sócrates não vai cumprir o que prometeu, porque chega ao fim destes quatro anos, não com mais emprego, mas sim com mais 895 mil trabalhadores mandados para o desemprego".
Porém, perante a situação grave em que a população se encontra, José Sócrates repudia o pessimismo dizendo que nunca viu um pessimista criar um posto de trabalho.
Mas não pode esquecer-se que um optimismo não apoiado em bases sólidas, que lhe dêem substância lógica e coerente, pode não passar de ilusão que, ao acordar, é substituída por amarga desilusão podendo ser fatal. Não é com ilusões que se vence uma crise, mas com estudos muito perspicazes que permitam dar passos seguros no sentido da melhor solução. É realmente indispensável pensar antes de decidir.
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