São necessárias soluções, medidas prática, honestas, aplicáveis, para resolver os problemas do País. É importante fazer o diagnóstico, mas isso de nada vale sem, depois, se aplicar a terapia adequada, a medicação eficaz, mas com verdade, sem promessas falsas, como tem acontecido. Interessante este artigo do Correio da Manhã.
Democracia doente
CM. 10 Maio 2009 - 00h30, por Eduardo Dâmaso, director-adjunto
Manuela Ferreira Leite disse ontem que a democracia portuguesa está doente por causa do "clima de medo" que alastra pelo País. Há medo de tudo: de falar, de ser escutado ao telefone, de recusar isto, de pedir aquilo. A líder do PSD recua no tempo, numa viagem espectral aos tempos da ditadura.
Percebe-se a intenção, mas o exagero é manifesto. É preferível que o PSD comece a falar de propostas concretas em vez de agitar fantasmas. Hoje em dia, a insegurança é grande, a crise ameaça o emprego, a juventude afunda-se nos recibos verdes, as universidades formam legiões de gente sem esperança, os pequenos déspotas de nomeação política que mandam em algumas áreas da Função Pública mostram todos os dias a soberba típica da mediocridade exibicionista. Mas, medo!? Medo daquele que encolheu um país inteiro por 48 anos!? Não, não é esse o caminho da seriedade.
O caminho da seriedade e da credibilidade que pode convencer alguém a mudar de voto está nas respostas concretas aos problemas, não na agitação de fantasmas. Se o PSD não disser o que muda na Justiça, o que faz nas periferias explosivas, como vai gerir a segurança, reformar a Educação e a Saúde, ou se é capaz de criar um modelo de protecção social que não seja tributário da velha e salazarista misericordiazinha, então, não haverá fantasma que lhe acuda.
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