No jornal de Notícias de hoje vem a notícia "Onde estão os desempregados?". que nos deixa perplexos pois, dando crédito à Comunicação Social, não será difícil encontrá-los nas filas dos centros de emprego a inscreverem-se para obtenção de trabalho, e nos CTT a enviarem cartas de resposta aos anúncios que vão aparecendo a pedir trabalhadores.
Mas, lendo a notícia, fica a saber-se que o grupo A. Silva Matos precisa de mais 80 operários especializados em metalomecânica e está com dificuldades em conseguir encontrar para já 15, entre serralheiros e soldadores.
Silva Matos, presidente do grupo empresarial com o mesmo nome, sediado em Sever do Vouga disse que "Este país não é composto só por desgraças e tem ainda uns loucos que resolvem transformar ameaças em oportunidades". Ao dizer isto está em consonância com o Primeiro-ministro que elogia quem arrisca em tempo de crise. Mas o caso de Silva Matos mostra que não há condições para um empresário «louco» arriscar porque a empresa é composta não só pelo capital e pela gestão, mas também e principalmente pelos operários, pela mão de obra competente e dedicada às suas tarefas.
Parece haver acentuada falta de vontade de trabalhar, agravada, provavelmente, por subsídios de desemprego mal aplicados e sem controlo, pelo que estamos a caminhar para ter apenas trabalhadores imigrantes enquanto os autóctones vivem por conta do Estado!!! Os responsáveis por este sector, a nível estatal, devem analisar cuidadosamente o problema e a complexidade dos factores que o condicionam, a fim de serem definidas medidas justas tendo em vista os interesses nacionais e a justiça social, que tem que basear-se numa economia saudável, mesmo que o ministro da Economia tenha de fazer muita publicidade a papas vitalizadoras e fazer consumo delas.
Curiosamente, segundo o Governo, no ano passado, o mercado de trabalho tinha condições para absorver 8600 novos trabalhadores de países fora da UE. Mas esta “quota não foi preenchida”, diz o secretário-geral da UGT, João Proença. Não deixa de ser curioso que, havendo tanto desemprego, sejam necessários tantos imigrantes.
O que se passa com os portugueses na sua maneira de enfrentar a necessidade de ganhar a vida dignamente? Que estudos são feitos para compreender o fenómeno e adoptar soluções justas e eficazes?
Entretanto, políticos mais mediáticos entretêm-se, com palavras ligeiras e sem argumentos convincentes, a falar de cortar na entrada de imigrantes, como a polémica entre Rangel e Basílio Horta e a infeliz intervenção de Manuel Pinho na publicitação de papas de uma farinha alimentícia da sua predilecção.
Precisamos de estudiosos ( e nas universidades devem abundar) que esclareçam a questão e apontem para as modalidades possíveis para uma solução válida a decidir pelos governantes e a implantar com inteligência e firmeza tendo por objectivo a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar dos portugueses.
Um rei debruçado sobre a lama
Há 6 horas
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