“Queremos resolver a ‘crise’ ou queremos também ‘escutar’ a crise? É que do fundo do seu drama pode estar a surgir a voz que desafia todos, pessoas e estruturas, a porem-se a caminho, mudando em favor do homem, renovando-se em nome da família humana.” Isto foi dito por D. José Policarpo, no final do simpósio “reinventar a solidariedade em tempo de crise”, organizado pela Conferência Episcopal Portuguesa, conforme noticia o Público em Cardeal-patriarca de Lisboa diz que a chamada “crise” pode estar “a gerar uma nova consciência colectiva”.
Referiu o primado dos valores humanos sobre interesses materiais dizendo que “Foi assim com a consciência da dignidade dos trabalhadores na primeira revolução industrial” e “com o movimento de autonomia e independência dos países colonizados pela Europa, a partir da Conferência de Bandung; com o movimento de defesa dos direitos humanos...”
Sublinhou que estas “tomadas de consciência colectiva” são “dinâmicas, progressivas, atingem massas humanas cada vez mais numerosas e são irreversíveis nos seus efeitos de mudança da história”.
Alertou que, “a partir de certo momento, as ‘ideologias’, os mecanismos políticos e os sistemas económicos implantados tentam dominá-los, chegando mesmo a neutralizar-lhes a sua força inovadora e transformadora”. Mas é preciso manter “a chama renovadora no contexto de uma nova busca da harmonia da sociedade é desafio apresentado a todas as estruturas, religiosas, políticas, sociais”.
Admite que “a situação a que toda a gente chama a ‘crise’” pode estar “a gerar uma nova consciência colectiva”.
Disse «que ninguém queira aprisionar a história, em nome de ideologias, de interesses vários, de sistemas implantados. A humanidade grita por novas harmonias, que exigirão caminhos novos de governo da humanidade, caminhos de autêntico progresso humano». É preciso “pôr a pessoa humana, na sua dignidade, como prioridade absoluta da organização da sociedade.”
Um rei debruçado sobre a lama
Há 5 horas
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