Depois do post Empresário disposto a empobrecer um pouco, em que é referido o empresário António Lopes, proprietário da fábrica têxtil Fiper, no Teixoso, Covilhã, que deseja mais trabalhadores para a sua empresa, deparo agora com mais um exemplo de respeito pelos trabalhadores, com consciência de que eles são um importante pilar da empresa e, sem eles, nenhuma empresa pode obter rentabilidade do capital.
Transcreve-se o artigo hoje publicado no Jornal de Notícias:
Irmãos Luzias fintam a crise dando trabalho
Empresa familiar, que entrou em 2009 com solidez financeira, decidiu contratar mais três trabalhadores
JN. 090517. 01h03m. por TEIXEIRA CORREIA
Apesar da crise, a empresa Irmãos Luzias, em Beja, entrou em 2009 contratando mais três trabalhadores para as suas oficinas, que se juntam aos outros 21 e aos seis membros da família que laboram na firma.
Dedicada ao sector automóvel, máquinas agrícolas e industriais, combustíveis, gás e lojas de conveniência, a empresa começou a laborar em 1971, com o nome Auto Mecânica Central Aldenovense.
De investimento em investimento, mas com os pés bem assentes no chão, tem criado um grupo de empresas em redor da Irmãos Luzias, apoiado numa verdadeira família, onde cada empregado é visto como mais um filho, um primo ou um sobrinho.
Tudo começou quando os irmãos José e António Luzia, naturais de Santa Vitória, concelho de Beja, rumaram à Aldeia Nova de São Bento, em Serpa. A venda dos tractores David Brown, como sub-agentes, foi o primeiro negócio. Vinte e um tractores vendidos na Margem Esquerda do Guadiana levam o importador a nomear a empresa como concessionária local. Face ao grande potencial, em 1981 surgiu o convite para liderar o distrito. Nasce a Irmãos Luzias no centro de Beja. As vendas sobem para 25 tractores por ano.
Décadas volvidas - já sem o irmão, mas com a mulher como sócia - José Luzia, o fundador, começa a construir as actuais instalações, na Zona Industrial da cidade, concluídas em 2003, com 5000 m2, um investimento de um milhão de euros. Pelo meio, a nomeação como concessionário da Skoda, então ainda checoslovaca.
José Luzia passa agora a maior parte do tempo num monte perto de Baleizão. São os filhos, Vitor e Elsa, que gerem a empresa. "Sempre olhei em frente. Nunca tive receio de arriscar, mas sempre sem ir além das minhas possibilidades", afirma, feliz. Para José Luzia, o segredo do sucesso mede-se por uma palavra: "honestidade".
O facto de os filhos e respectivos cônjuges trabalharem na empresa é, para Luzia, sinal de "rigor e defesa dos próprios bens". Vitor, de 34 anos, e Elsa, de 38, assumiram a liderança da empresa e têm promovido um crescimento sustentado, apoiado numa "nova geração de profissionais responsáveis", segundo o mais novo dos manos. "A confiança nas nossas capacidades tem sido decisiva", justifica Vitor, para quem os trabalhadores, são gente "altamente competente e orientada".
Na empresa há 17 anos, Joaquim Afonso considera a empresa a sua "segunda casa", onde espera "chegar à reforma". João Canena, 37 anos de idade e dez na empresa, portador de uma deficiência ao nível cardíaco que não impede de ser o cobrador, assegura ser "acarinhado como um filho. Só tenho motivos de felicidade desde que aqui cheguei". A mais recente aquisição da empresa é Pedro Galvão, mecânico na casa há pouco mais de um mês. "Em boa hora mudei para melhor. Trabalhar aqui é como saltar à corda. É fácil", assegura.
A Irmãos Luzias tem, assim, um papel decisivo no emprego da região. Sem apoios exteriores e num sector difícil, facturou 7,8 milhões de euros em 2008. Há três anos, na suas "bodas de prata", a Câmara de Beja reconheceu o labor que a empresa atribuindo-lhe a medalha de mérito municipal grau prata.
Um rei debruçado sobre a lama
Há 5 horas
2 comentários:
Faltam muitos, mesmo muitos, como este caso para que o país avance.
Caro André Miguel,
É destes que Portugal precisa. São pessoas com este grau de civismo que merecem ser condecorados no 10 de Junho. Mas repare-se bem nos motivos que têm originado as condecorações em anos anteriores e vejamos o que se vai passar dentro de três semanas.
Será mais do mesmo, pagamento de favores feitos aos políticos. Lá estará a empresa que comercializa os Magalhães e outras que têm entregue dinheiro vivo aos partidos, isto é, ao partido actual detentor do Poder.
Um abraço
João Soares
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