Já em vários posts foi referida a tendência obsessiva de fazer promessas e anunciar intenções fantasiosas sem estarem devidamente estudadas. Os sucessivos recuos daí resultantes não dignificam quem deixou de «Pensar antes de decidir»
Segundo o jornal PÚBLICO, «Primeiro-ministro garantiu que Cosec nacionalizada estará operacional no Verão» , José Sócrates anunciou a sua intenção de nacionalizar a seguradora de crédito nacional, Cosec, e garantiu que possuía já o acordo dos accionistas. Esta informação foi avançada por empresários que estiveram reunidos com o PM que afirmaram ter ele garantido que, até ao Verão, o Estado estará à frente da concessão de seguros de crédito às empresas exportadoras. Um dos empresários presentes na reunião disse que "Garantiu que, nas próximas duas semanas, as negociações com os privados estarão encerradas e que, até ao Verão, o novo modelo de gestão da Cosec estará operacional". Outra notícia diz que «Seguradora que Governo quer comprar vale entre 32,5 milhões e 61 milhões».
No dia seguinte, a notícia «Accionista estrangeiro da Cosec recusa proposta de Sócrates para vender seguradora» diz que a empresa Euler Hermes, do grupo alemão Allianz, accionista estrangeiro da Cosec, que controla 50 por cento do seu capital, revelou não estar interessada em vender ao Estado português a sua posição na seguradora, vindo assim contrariar a afirmação de Sócrates.
Esta grande accionista deixou um aviso ao executivo português, ao declarar que "está presente em Portugal com uma perspectiva de longo prazo", razão pela qual "não está a contemplar vender as suas acções" na Cosec. E acrescenta que "está disposta a suportar qualquer solução que o Governo pretenda implementar, para ajudar as empresas portuguesas".
É significativa a dificuldade na concretização da promessa de Sócrates dado que a Euler Hermes partilha o capital da Cosec com o Banco Português de Investimento (BPI), que, por sua vez, tem como accionista a Allianz do mesmo grupo da Euler e o BPI ainda não se pronunciou, nem é previsível que se manifeste contra os interesses da sua grande accionista.
A Decisão do TEDH (396)
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