A vida de um País depende da eficiência do Ensino, da formação desde a mais tenra idade, da preparação para enfrentar as realidades profissionais, da entrega aos alunos de ferramentas válidas para interpretar a vida e tomar as melhores decisões em cada momento perante qualquer dificuldade.
Por isso, comungo o sentimento de Ferreira Fernandes perante as conclusões do inquérito que refere e lamento que o ministério da Educação não mostre capacidade para motivar os professores em benefício do Portugal de amanhã, pelo contrário, está a obter o efeito contrário, como o inquérito demonstra.
Vale a pena ler o pequeno mas significativo artigo:
A MAIS DRAMÁTICA DAS SONDAGENS
Ferreira Fernandes
O inquérito a professores foi feito a 1100 pessoas, um "universo", como se diz na linguagem das sondagens, que torna as conclusões credíveis. O inquérito foi organizado por uma entidade ligada à Federação Nacional dos Sindicatos da Educação que não deve regozijar-se com as conclusões, logo dando ainda maior credibilidade. E o que diz o inquérito? Que 75% mudavam de profissão se pudessem. Que 81%, se pudessem, pediam a aposentação. Que 26% voltariam a escolher a profissão de professores. Do inquérito - uma das mais dramáticas sondagens que já li sobre meu país - eu gostaria muito de acreditar, apesar dos considerandos, que ele é falso. Que três em quatro professores o sejam porque não se podem safar disso, é dramático. Que mais de quatro em cinco professores partiria já para a reforma, é dramático (considerando, o que não me parece abuso, que 81% dos professores não estão na véspera do seu 65.º aniversário). Não sei se é culpa do país, não sei se é culpa dos professores. Sei é que são conclusões desesperantes. E, já que estamos no fim da linha, só me apetece dizer: olá, 26% dos professores! Só vocês me interessam.
Sócrates de novo
Há 49 minutos
6 comentários:
Meu querido amigo João
É realmente dramático o resultado do inquérito, mas não me surpreende muito.
As cenas a que temos assistido nos últimos tempos, depois duma progressiva degradação da profissão ao longo dos mais de 30 anos pós 25 de Abril, só poderiam conduzir a este estado de espírito.
E este governo tudo tem feito para acabar com o pouco de sacerdócio inerente e necessário ao exercício da profissão.
Que Deus ilumine os espíritos que andam tão nublados...
Beijinhos
Mariazita
Minha querida Amiga Mariazita,
Aqui em cima, do alto do Miradouro, nem diferencio bem os interesses de professores ou de outros profissionais! Mas o que me preocupa são os interesses de Portugal, isto é, da população em geral e esta está a sofrer e sofrerá ainda mais devido aos maus efeitos do ensino deficiente dos últimos tempos.
A Educação, a formação, é a base do desenvolvimento quer material quer cultural, científico e cívico. E os ministros desta pasta têm andado à compita para ver quem destrói mais e mais depressa.
É urgente que apareça alguém com preparação e senso que comece a dar a volta a isto. Mas, infelizmente, esta equipa, com o «famoso» Valter Lemos e o seu penteado à Marco Paulo de outros tempos, só tem estragado o pouco que ainda existia. Basta de brincar ao jogo de ministério contra professores. Estes têm que ser motivados a trabalhar com afinco e tem que ser-lhes prestada atenção, para ouvir o muito que sabem sobre os problemas do ensino e as soluções possíveis para o melhorar.
Beijos e Feliz Natal
João
Amigo João Soares:
Qual é o professor que não está desmotivado para exercer a função? Eu direi: TODOS!
Este (des)governo conseguiu que uma classe inteira, conseguisse desgostar da profissão...
Qualquer dia, acaba o Ministério da Educação e ficam só as NOVAS OPORTUNIDADES, e teremos (já hoje temos) analfabetos com o 12º ano...
Um abraço
Compadre Alentejano
Caro Compadre,
Essas capacidades com o 12.º ano, irão cada vez mais acima, a alguns tipos e engenheiros e outros licenciados e mestrados, feitos a pressa com professores amigos e «universidades que trocam favores com pessoas influentes.
Abraço
João
Olá, João :)
Fiquei “presa” à frase de remate do artigo: “26%, só vocês me interessam!”
Seria interessante conhecer a faixa etária desta percentagem, mas não dispondo destes dados, veio-me logo à ideia: “26% de optimistas na Educação do país … 26% que crêem ainda na sua própria capacidade em educar os outros”.
Embora não seja fiável (nem recomendável pelos entendidos) relacionar QI com optimismo/motivação, comecei a colocar-me algumas questões:
1) Não coloco em dúvida que o factor optimismo está sempre ligado ao da motivação e que esta, por andar escassa nos últimos tempos, tem provocado a debandada num sector muito importante ao futuro da sociedade;
2) O senso comum considera o verdadeiro Optimista aquele que segue em frente quando algo não vai bem e vai esperando por melhores dias;
3) Já o inteligente, apesar de ser definido no meu dicionário (sem acordo ortográfico), como aquele que tem capacidade mental para raciocinar, planear, compreender ideias e linguagens e aprender, é vulgarmente visto como aquele que entra em crises pessimistas, a que ele próprio chama de “realistas” porque “pensa demais”.
Então, pergunto-me: “26% de professores que são os que interessam”, são os optimistas/motivados ou os inteligentes? Ou são tudo isso?
A bem do país e parafraseando Séneca também afirmo: “Olá, 26%! Vocês merecem louvor!”
Manuela
Querida Manuela,
Na sua análise poderia ainda incluir a dúvida de os optimistas serem os incondicionais do PS que nem em pensamento querem discordar do mentor ou da mentora. Ou aqueles que seguindo a intenção de destruir o País, consideram que a bagunça criada pelos ministérios está no caminho que consideram correcto e eficiente para esse objectivo.
Porém, parece que qualquer pessoa preocupada com o futuro do País, seja qual for a óptica da sua observação, fica preocupada com a desmotivação reinante no corpo docente.
Para onde irá este País (esta população) que vai ficando desarmado, sem uma ferramenta que lhe permitiria encarar da melhor forma os problemas que se lhe depararão pela vida fora. Não me refiro ao recheio da memória, ao poder de papaguear o que lhes foi incutido na cabeça, mas na capacidade de raciocínio, de análise, com sólidas referências, para gerir a sua vida particular e profissional.
A China comemora agora 30 anos de progresso, de reformas solidamente estudadas e implementadas e o resultado está à vista de quem quiser estar informado. Nós estamos em vésperas do 35º aniversário da anarquia descontrolada, destruidora de valores que deviam ter sido fortalecidos e acarinhados. Pelo contrário, o lema passou a ser a ausência de valores e «quanto pior, melhor». Aonde chegaremos por este caminho tortuoso e escuro???
Algum político se preocupa com o futuro do País, nos intervalos de pensar apenas nos seus interesses pessoais e imediatos de aumentar a fortuna pessoal????
Beijos e Feliz Natal
João
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