O procurador-geral da República, Pinto Monteiro, segundo notícia de hoje do DN, vaticina: a criminalidade violenta pode aumentar em 2009. Atribui o agravamento ao desemprego e à exclusão social. E evidencia preocupação face a um tipo de crime específico: o económico - como a corrupção, branqueamento de capitais, desvio de fundos, fraude fiscal ou peculato - aquele que considera o mais difícil de combater.
Quanto ao crime económico, para o qual a procuradoria está mal preparada, o PGR desafiou ainda os deputados a alterarem a lei, facilitando a colaboração entre o Ministério Público e os supervisores, e tornando-a mais estreita, de forma a que o sentimento de impunidade seja menor. Mas parece que esta «sugestão» não se sintoniza com as preocupações prioritárias dos deputados, como se deduz do tempo já decorrido desde que se começou a falar da gravidade da corrupção e sem haver ainda uma estratégia de combate eficaz.
Mas, perante a criminalidade violenta e o crime económico, não basta apontar o dedo aos deputados, haverá também que reflectir sobre o funcionamento da Justiça. Segundo as notícias, tem havido demasiada benevolência para os criminosos em casos de homicídio e outros de grande violência, o que não serve de dissuasor.
Segundo notícia de ontem, o bastonário da Ordem dos Advogados referiu que o novo sistema de nomeação dos defensores que a Ordem introduziu acabou com as nomeações de advogados através de "processos que geraram suspeitas sobre a isenção e os critérios de escolha" destes profissionais. E pôs fim às suspeitas de "favoritismo" ou "compadrio". E também fez duras críticas, nomeadamente à reforma da Justiça, ao novo mapa judiciário e ao "excessivo" poder dos juízes.
Os magistrados não gostaram das palavras de Marinho e Pinto que apelidaram de corporativistas, mas não mostraram consciência da necessidade de incrementar a eficiência da Justiça para fazer face à situação actual e previsível. Parece não haver dúvidas em espíritos bem pensantes independentes de que a permissividade e paralisia da Justiça, não acompanhando a evolução do crime tem sido um factor não negligenciável para a situação referido pelo PGR nas suas previsões para 2009. Parece ser urgente repensar o papel da Justiça perante os cidadãos honestos e tomar medidas convergentes para a máxima eficiência no desempenho desse papel.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
A Justiça está doente
Publicada por A. João Soares à(s) 10:17
Etiquetas: crime económico, criminalidade, justiça, PGR
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4 comentários:
Caro João,
A Justiça está "ferida de morte" pois premeia os malandros, os assassinos! Vejam-se as últimas notícias sobre casos a merecerem uma atitude de defesa dos cidadãos que não tiveram tais resultados pelas actuais leis vigentes!!!!É o caso do assassino que degolou e roubou uma senhora que não está preso preventivamente mas obriga a uma vigilância com custos diários enormes, é o caso do chefe de gang preso em flagrante que está igualmente solto a aguardar que lhe seja organizado processo para ir a Tribunal, etc., etc....
É de loucos!!!!!!
Amigo Luís,
Já me falta força para continuar a escrever sobre as realidades nacionais. Sempre procuro ser construtivo, optimista e com esperança num Portugal melhor. Mas a loucura de pessoas que era suposto serem impecáveis destrói tais intenções e retira as forças. Até parece que as minhas palavras soam a oco, a vazio, e que sou mais lunático do que pensava. É triste esta situação em que vivemos.
Abraço e votos de um Bom Ano Novo
João
Não se preocupem com 2009, estou a tratar de tudo!
Um abraço absoluto
Magestade,
Espero que trate bem e que use a pocilga dos leitões para servir de presídio para todos os que sejam ineficazes e tenham um desempenho demasiado negativo e sem utilidade prática. Depois de colocar estes na pocilga, deve mandar fazer uma desinfestação completa e rigorosa para deixarem de ser pisadas por calcantes calçados por pessoas menos dignas.
Um abraço e muitos êxitos em 2009
João
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