A Rainha do Reino Unido,Isabel II, apesar de dispor de uma elevada fortuna, dá um exemplo de sensatez na redução de gastos e ordena aos seus familiares e colaboradores mais próximos medidas de contenção de despesas. É um exemplo que deveria ser seguido pelos detentores do Poder cá no nosso pequeno rectângulo. Desde os gabinetes ministeriais, às autarquias, passando por todas as Instituições públicas, serviços públicos e empresas com dinheiros do Estado deviam pôr os olhos nesta decisão da casa real britânica.
Eis o artigo do DN que a isto se refere:
Rainha Isabel II pede à família real britânica para apertar o cinto
HELENA TECEDEIRO
Crise. Peças decorativas de Natal estão limitadas às 7,95 libras
Monarca comprou presentes na China para funcionários do palácio
Este ano, como é tradição, o Palácio de Buckingham vai ter uma árvore de Natal. Mas, como os tempos são de crise, a Rainha Isabel II impôs novas regras: as decorações que irão enfeitar o pinheiro não podem custar mais de 7,95 libras (pouco menos de nove euros). Preocupada com a crise económica mundial, a soberana pediu à família real para dar o exemplo e apertar o cinto.
Dona de uma fortuna avaliada em 320 milhões de libras, a Rainha Isabel II é uma das pessoas mais ricas do Reino Unido. Mas, nem por isso, deixa de se preocupar com a crise que ameaça o sistema financeiro mundial e já obrigou à nacionalização de vários bancos.
Em tempo de recessão, a monarca, de 82 anos, já começou a pensar em formas de poupar. Este ano, encomendou na China os presentes para os funcionários do palácio. Foram mais de mil caixas com bandejas revestidas a prata e vendidas a 20 libras o lote, que serão distribuídas pelos cerca de 400 funcionários nesta quadra festiva. "Ela poupou muito dinheiro com esta iniciativa", disse uma fonte do palácio, citada pelo Daily Telegraph. Este diário britânico garantiu que a soberana quer que a família real transmita a mensagem de poupança aos súbditos. "É pouco provável que voltemos a ver os príncipes William e Harry numa discoteca nos tempos mais próximos", disse à AFP Nicholas Davies, autor de vários livros sobre a monarquia britânica.
Conhecida por se preocupar sempre em manter as luzes do Palácio de Buckingham apagadas nas salas que estão vazias, Isabel II tem, inclusive, reduzidos os gastos com o guarda-roupa. Numa visita de Estado à Eslováquia e Eslovénia, usou um vestido criado a partir de um tecido de brocado cinzento bordado a ouro, que recebera numa visita ao Médio Oriente há mais de 20 anos. E, num passeio pelo centro de Liubliana, usou um conjunto vermelho que estreara em Abril. Esta forma de contornar a etiqueta é habitual na Rainha, mas nos últimos meses tem-lhe sido dado novo significado, relacionando-a com uma forma de mostrar a preocupação com a crise. Uma espécie de adesão à "credit crunch couture", como a classificou a imprensa.
Numa recente visita à London School os Economics, a Rainha, que não tem hábito comentar assuntos políticos, considerou a crise financeira "lamentável" e interrogou-se: "Como é que ninguém percebeu o que estava a acontecer?"
E se Isabel II pode ter dificuldade em convencer os netos a aderirem à austeridade, o marido, o príncipe Filipe é conhecido por continuar a usar aos 87 anos, calças que comprou há mais de três décadas.
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