Portugal é o maior esbanjador dos dinheiros públicos, daquilo que nos obriga a pagar em impostos. A notícia do jornal de negócios de hoje é elucidativa.
Víctor Constâncio ganha 250 mil euros por ano;
O seu equivalente americano apenas ganha 140 mil euros por ano.
Isso equivale a
Victor Constâncio ganha 18 vezes o rendimento nacional ´per capita’:
O seu equivalente americano apenas ganha 4,2 vezes o rendimento 'per capita' dos EUA.
Constâncio está entre os banqueiros centrais mais bem pagos do mundo
Rui Peres Jorge, rpjorge@mediafin.pt
Nunca, como no último ano, a opinião pública ouviu falar tanto dos governadores dos bancos centrais. Até há um ano, para a maioria das pessoas estes banqueiros existiam apenas como os gestores dos juros. Mas a actual crise veio colocá-los no centro da política económica, devido às suas competências de supervisão e de assistência a instituições em dificuldades. A importância que assumiram volta a colocar a questão: quanto vale um governador?
Para o Ministério das Finanças português, o cargo ocupado por Vítor Constâncio vale uma remuneração anual de perto de 250 mil euros por ano, cerca de 18 vezes o rendimento nacional 'per capita'. Já para a Administração norte-americana, o lugar ocupado por Ben Bernanke justifica apenas 140 mil euros anuais, ou seja, 4,2 vezes o rendimento 'per capita' dos EUA.
NOTA de AJS: Já há quase um ano circulou por e-mail um artigo extenso e pormenorizado que comparava sob vários aspectos Victor Constâncio e o seu equivalente, na época, dos EUA. A notícia de hoje, embora curta, é elucidativa da exploração dos contribuintes portugueses.
Outra notícia de hoje, do DN diz que Gestores de topo ganham 441 salários mínimos. Segundo ela, um estudo do Hay Group analisa ganhos nas 50 maiores empresas e conclui que, na economia capitalista, a chamada cultura do mérito conduz a situações como a dos rendimentos dos presidentes executivos das 50 maiores empresas europeias equivalerem a 441 salários mínimos da Zona Euro. Isto significa que um trabalhador com o salário mínimo precisaria de trabalhar 441 anos (!!!) para receber tanto como um desses gestores recebe em apenas um ano!!!
O capitalismo está assim, ele próprio, a confirmar as teses de Karl Marx (1818-1883), filósofo, economista, mas igualmente sociólogo, que, ao tornar-se o teórico de um socialismo que anuncia como científico, se interessou pelo processo de desenvolvimento capitalista e tentou revelar as suas contradições internas, insistindo particularmente nas oposições de classe, segundo ele, inelutáveis no seio da sociedade capitalista.
Realmente o mérito só é pago principescamente aos que detêm as rédeas do poder nas empresas e instituições, mesmo que usem de corrupção e actividades ilegais, como temos sabido acontecer em muitas empresas financeiras. Os trabalhadores num grau hierárquico afastado do topo podem ter muito mérito, muita dedicação, muita competência, muita produtividade, que nunca cheirarão prémios equivalentes. Mesmo que fabriquem uma peça que, se tiver um defeito mínimo, estraga toda a produção da fábrica!
Algo está mal na sociedade ocidental e que tem alastrado para os países em vias de industrialização. Talvez esta crise global abra os olhos aos explorados e os leve a influenciar a moralização e a equidade do sistema.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Portugal é o maior
Publicada por A. João Soares à(s) 07:54
Etiquetas: esbanjamento, injustiça social
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Amigo João,
Concordo inteiramente contigo - o Mérito a quem o mereça, mas de uma forma harmónica e socialmente justa.
Tudo o resto é injusto e anti-social e cria situações aberrantes que só levam ao consumismo desenfreado que temos vivido até agora!
Caro Luís,
A remuneração que Constâncio retira do Banco é injusta, escandalosa, pelo seu quantitativo exagerado. A comparação com o que ganha o seu equivalente americano torna Portugal num tipo de república de bananas. Mostra bem os maus governos que Portugal tem tido e continua a ter.
Merece ser esclarecido : as condições em que os administradores são admitidos, as condições em que ficam depois de saírem e os benefícios variados que usufruem enquanto estão em funções. Porquê tantos benefícios?
As diferenças entre os mais bem pagos e os que recebem quase nada é gritante. A vida entre uns e outros não deve ser tão grande que justifique tais diferenças de salários. A educação dos filhos também não deve ser tão diferente assim, porque as crianças não devem ser condenadas à nascença a ser discriminadas por não serem filhos de políticos privilegiados.
Deve haver uma diferença de amplitude que justifique o estímulo para estudo, formação e investigação, mas não é preciso criar meninos de oiro no meio de pedintes.
João
Enviar um comentário