Artigo publicado no DN de hoje, de Susana Pinheiro
Crise. Primeiro-ministro diz que o País precisa da intervenção do Estado já.
O primeiro-ministro, José Sócrates, quer "reforçar o investimento público" para relançar a economia do País de modo a que as "dificuldades que vamos enfrentar possam ser ultrapassadas". Durante a assinatura do contrato de construção do novo Hospital de Braga, Sócrates afirmou que "além de estabilizar o sistema financeiro e de ajudar as empresas, o dever do Estado é fazer tudo o que estiver ao seu alcance para relançar o investimento público". O governante assegurou ter mesmo condições para o fazer.
O primeiro-ministro avisou que "o ano de 2009 vai ser muito exigente e muito difícil para todo o mundo", defendendo, por isso, que este "é o momento em que o País precisa do Estado e só o Estado o pode fazer". Mais, reforçou: "Este não é um momento em que o Estado fique sentado à espera que a crise passe." Tem, sim, o "dever de responder a esta situação", pois "nem as famílias nem as empresas podem ou têm condições para potenciar e elevar o investimento que é essencial para fazer face às dificuldades".
"É no próximo ano que vamos ter dificuldades e é, por isso, que nos devemos concentrar em 2009 e reforçar todos os investimentos públicos que pudermos." Sócrates crê mesmo que disso poderá depender a manutenção de emprego ou a actividade das empresas.
O governante relembrou ainda que Portugal terá este ano "o menor défice do Estado da democracia portuguesa" - 2,2%, sendo "um dos poucos países a cumprir o objectivo do défice".
Quanto à ajuda do Estado à banca, explicou que, sem ela, as consequências seriam terríveis para a nossa economia". E repetiu, uma vez mais, que o fez "não a pensar em banqueiros, mas nas famílias e empresas que precisam de ir ao banco e ter a certeza de que os bancos têm dinheiro para lhes emprestar".
NOTA de AJS: Palavras de grande interesse quer me apraz ler. Sem dúvida que o momento presente é de avançar. Os portugueses não podem nem devem ficar deitados na rede a «ouvir crescer o capim». É preciso investir, dinamizar, movimentar.
MAS, ATENÇÃO! Também não é altura para esbanjar recursos, sendo necessário decidir com sentido de Estado e seguir regras semelhantes às referidas no post Pensar antes de decidir. Há que evitar investimentos faraónicos, só porque sim. É preciso escolher os investimentos que contribuam, MESMO, para o desenvolvimento do pais isto é, para melhorar as condições de vida da população actual e futura, e evitar obras cujo rendimento não as justifique ou que gerem custos de manutenção que constituam pesado encargo para os futuros cidadãos.
O objectivo de criar emprego, só por si, não justifica obras faraónicas de reduzida utilidade. Para isso, é preferível pagar salários sem nada fazerem, porque isso não acarreta despesas futuras, com a manutenção de património de discutível rendibilidade sócio-económica.
A Decisão do TEDH (399)
Há 36 minutos
4 comentários:
Será que o investimento público que ele fala é para apadrinhar TGV's, Aeroportos, Auto-estradas, Pontes,Rotundas,etc.? Se assim fôr já percebemos para onde vão esses dinheiros. Vão para a mão dos amiguinhos de sempre!!! Não nos esqueçamos que 2009 é ano de eleições e ele anda aflito com a hipótese de maus resultados...
Caro Luís,
Se ele for para esse lado, contraria a minha sugestão!
E, dessa forma, também não conseguirá muitos votos, por cada empreiteiro tem pouca capacidade de mobilizar eleitores E estes começam a pensar nos interesses gerais da Nação.
Veremos para onde vão os nossos dinheiros.
Abraço
João
O sr. Sócrates está a tratar esta crise, como se ela fosse benéfica para o seu plano de maioria absoluta em 2009. Mas, as contas devem-lhe sair furadas...Oxalá!
Um abraço
Compadre Alentejano
Caro Compadre,
Pela lógica da partidocracia que reina em Portugal, há vários anos, qualquer partido joga para ganhar votos e, se estar no Pode, usa essa condição para brilhar. O actual Governo preparou a sua governação criando dificuldades no início para no fim dar um bodo aos pobres para ganhar votos. Teve azar, porque a acrescentar às suas más decisões que causaram demasiado mal-estar houve a crise. Mas nem tudo está perdido para a sua ambição, porque a oposição não está com força para o derrotar, embora o possa impedir de ter a maioria absoluta. O PSD está de rastos. Na esquerda parece que o PCP, agarrado a preconceitos de há quase 100 anos, tem medo de se aliar formando um único inimigo ao PS,o que dá força a este.
Quanto ao investimento, para criar postos de trabalho, parece que o post está claro quanto às condições em que deve investir.
Um abraço
João
Enviar um comentário