Há pouco ouvi o Dr. Mário Soares, como velha raposa, macaco de rabo pelado, homem de cabelos brancos a quem a vida deve ter ensinado muito, dizer que no momento presente, mais do que criticar e destruir o que existe, é fundamental apontar novas soluções, propor novas pistas para construir um País mais rico e justo. As palavras não foram estas, mas foi esta a ideia que captei por estar sintonizada com o muito que aqui tenho escrito insistentemente. Entendo que criticar de forma positiva é isso.
Curiosamente, hoje o jornal gratuito «Global Notícias», traz na página 2 dois pequenos textos com muito interesse pela forma como tratam a crítica positiva. Aqui os deixo para consulta e apreciação dos visitantes.
DEFENDER A CULTURA DA RECLAMAÇÃO
Silva Pires
Reclamar é um acto legítimo que, para os portugueses, as mais das vezes se resume a uma discussão sem efeitos. Ir até às últimas consequências é trabalho a que poucos se prestam, seja por comodismo, seja porque a burocracia complica aquilo que devia ser simples.
Nos meses de Agosto e Setembro, 21 cidadãos reclamaram o reembolso de portagens de auto-estrada, sobretudo devido ao tempo de espera provocado pela realização de obras. Ninguém foi reembolsado. Ainda assim, é de louvar a atitude destes 21 automobilistas. Todos ganhamos com o simples facto de haver quem leve até ao fim o direito de se sentir mal servido.
Faltam mais pessoas assim.
CRÓNICA EM JEITO DE MANIFESTO
José Jaime Costa
Era uma vez a “choldra”, como dizem que dizia o rei barbaramente assassinado no Terreiro do Paço.
Era uma vez o país estreito dos “brandos costumes” que nunca o foram.
Era uma vez a feliz confusão do Abril inevitável.
Era uma vez o “bom aluno da Europa” que em vez de crescer inchou com os mesmos vícios de sempre.
Era uma vez...
Mas agora é a sério! A cabeça já bateu no chão!
Chega pois de choradinhos, corrupções descaradas e impunes e mitologias sebastianistas.
Chegou o tempo dos que são iguais aos demais, e nada têm a dever ou a temer.
Chegou o tempo de usar tudo o que ensinámos e aprendemos.
Chegou enfim o tempo de nos voltarmos a “inscrever” no mundo.
A Necrose do Frelimo
Há 3 horas
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