A greve é um direito constitucional dos trabalhadores por conta de outrem, mas pelos prejuízos que causa à população utente dos serviços ou Instituições, em vez de prejudicar apenas a entidade patronal, devia ser utilizada apenas em caso extremo, tal como a bomba nuclear o seria em guerra. Mas os estrategas são mais conscientes do que os políticos, os directores e os sindicalistas.
Usam e abusam dessa arma letal por motivos menores. E o povo soberano e inocente é que sofre as consequências.
Tratando-se de pessoas supostamente inteligentes e amantes dos interesses nacionais, que o mesmo é dizer do povo em geral, procurariam dialogar, negociar soluções com seriedade, isto é, com disposição para fazer algumas cedências de uma parte e da outra a fim de chegar a um consenso. Se aos lixeiros de Lisboa falta capacidade de diálogo para conversar e negociar, é muito estranho que entre o Estado e os professores, os juízes e os médicos não haja tal possibilidade.
Nos jornais de hoje encontrei estes três títulos:
- Magistrados do Ministério Público sugerem greve
- Procuradores admitem partir para a greve
- Médicos ameaçam com greve em luta pelas carreiras
Até se dá o caso de os juízes serem considerados órgão de soberania (não democrático porque não são eleitos!), mas já houve um caso em 1975 de um governo ter entrado em greve ! Porém o que choca é a falta de diálogo com as tutelas, o que parece não ser muito adequado a um regime democrático. Mas estes senhores de topo da administração pública ficarão em semelhança de situação com os lixeiros do concelho de Lisboa, igualdade muito desejada por muitos revolucionários do PREC, mas que já podia ser esquecida, como em muitos outros sectores. Até podia ser um exemplo muito positivo para as classes menos privilegiadas, ensinando-lhes formas mais civilizadas de solucionar diferendos sem usar a «bomba atómica»!
A Necrose do Frelimo
Há 3 horas
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