GAZETILHA
Por Ana Briz
Meu caro Pacheco Pereira,
Deixe que eu o avise:
Não é para dizer asneira
Neste período de crise.
Então, em vez de juntar
A voz aos do seu partido,
Ainda vai atear
O fogo já consumido?
Política de unidade
O PSD precisa.
Não é mostrar a vaidade
Quando o partido desliza.
É altura de juntar
Amigos e inimigos,
Para o PSD salvar
O País de tantos perigos.
Na língua tenha mais tento,
Não bata mais no ceguinho,
Não sabe como lamento
O seu comentário mesquinho.
Mude lá de residência
Para não votar no Santana,
O povo não tem paciência
Para tanta gente sacana.
NOTA: Este poema foi escrito por Ana Briz quando viajava de automóvel, com o marido, para casa de uns amigos, na província, onde ia passar o fim-de-semana, inspirada pelo comentário de Pacheco Pereira na rádio. Como não há computador em casa dos amigos, nem cibercafé na aldeia, telefonou-me, ditou-me os versos e pediu a sua divulgação com brevidade.
Logo o enviei por e-mail para os meus correspondentes e, agora publico-o aqui.
A autora, além de já ter publicado vários livros de poesia, tem o blogue Brizíssima, inteiramente dedicado à poesia, embora, infelizmente para nós, lhe dedique pouco tempo.
Da «Gazetilha» aqui publicada parece que Ana Briz é simpatizante ou militante do PSD (não é pela cor política que aprecio os amigos) e compreendo que se sinta ferida com as atitudes de muitos notáveis do partido que o têm transformado num «fragmentado», pulverizado, transformado num monte de brita ou de gravilha. Cada um deles sente o rei na barriga e procura impor a sua vontade, não havendo líder que, apesar de eleito, consiga agregar todas as vontades. Elegeram (escolherem o melhor, se são adultos conscientes!) Luís Marques Mendes e, logo a seguir, procuraram abatê-lo. A seguir, fizeram outra eleição (escolha do melhor, logicamente!) com voto secreto e escolheram Luís Filipe Menezes. Era esperado que seria o melhor, o aglutinador de todas as energias do partido, mas logo lhe aplicaram sentença igual à que apeou Marques Mendes e elegeram, também por voto secreto, Manuela Ferreira Leite, que, depois de tantos «erros» seguidos, foi uma esperança mas, depressa, veio a repetição do sucedido a Menezes e já é alvo de inúmeros atiradores.
O caso da candidatura de Santana Lopes para a Câmara de Lisboa, a que se refere o poema, é mais um exemplo dos egoísmos doentios dos barões do partido, que está mesmo partido em cacos. Não é um grupo ou uma equipa, é uma coisa indefinível.
Que futuro querem, para ele, os seus militantes?
Perante estas reflexões, compreendo e apoio Ana Briz e sinto o seu pesar pelo que está a acontecer. Por isso, satisfazer-lhe prontamente o pedido.
O regresso de Seguro
Há 53 minutos
2 comentários:
Bem o Diz amigo, que também não diferencio os amigos pela cor política, que o PSD, quer queiramos ou não, é o maior partido da oposição e devia sê-la na sua plenitude, mas sabemos que com os compadrios que se tem verificado dentro e fora deste (O Dr. Sá Carneiro, deve andar às voltas no Túmulo), minagens de vária espécie, depois é o resultado que se vê.
Eu não sou apoiante de nenhum, mas simpatizo, e o amigo sabe, com o PCP, e entristece-me ver as pantominices que se fazem uns aos outros só para ocupar a cadeira do poder, ou o tacho. Haja decência, e gente para trabalhar por Portugal.
Abraços do Beezz
Caro Beezz,
O mais grave de tudo é que os políticos consideram que POLÍTICA nada tem a ver com a ciência de governar um País, mas sim a táctica da intriga que leva à conquista do poder e à sua manutenção, o que inclui sacanices, mentiras, promessas falsas, partidos armados em agências de emprego para arranjar tachos para os boys à custa do dinheiro dos impostos. Para eles todos os métodos são válidos desde que tragam vantagem aos detentores do poder.
Boas Festas e um 2009 muito próspero
João
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