Alerta-se para que os dados referidos no artigo do Público que se transcreve referem-se à média estatística, o que quer dizer que à maior pobreza da maioria corresponde o enriquecimento dos privilegiados com «tachos dourados» e «reformas milionárias acumuladas» como circula em abundância pelos e-mails e vem ocasionalmente nos jornais, como as notícias referidas aos patrões do BPN do BPP e do BdP, além de muitos outros.
Portugueses perderam poder de compra entre 2005 e 2007 e estão na cauda da Zona Euro
Por Lusa, PÚBLICO. 11.12.2008 - 13h50
Estes dados não incluem este ano de forte abrandamento económico, em particular do consumo
Dados do INE elaborados com base no Eurostat
Os portugueses perderam poder de compra entre 2005 e 2007 relativamente à média da União Europeia e Portugal surge na cauda da lista dos 15 países da Zona Euro, com o pior poder de compra de todos, nos 76,2 por cento, segundo dados hoje apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC) elevou-se no ano passado a 76,2 por cento, face à média europeia, de acordo com as estimativas do INE que têm por base informação do Eurostat.
Esta avaliação não inclui os dados deste ano, onde se verifica uma deterioração acentuada das condições económicas das empresas e das famílias, dificuldades acrescidas de acesso ao crédito e o agravamento do preço dos produtos alimentares e dos combustíveis até, pelo menos, Outubro deste ano.
Em 2005, o poder de compra português correspondia a 76,9 por cento da média da UE (valor final apurado) e em 2006 era de 76,4 por cento, de acordo com as estimativas elaboradas pelo gabinete de estatísticas da União Europeia.
Trata-se da segunda queda consecutiva de Portugal no indicador anualmente calculado pelo Eurostat para avaliar o poder de compra dos países da União Europeia, com o objectivo de estabelecer comparações sobre a riqueza "real" (sem efeito da inflação) dos 37 países analisados.
O INE adverte, contudo, que "os resultados publicados devem ser analisados com alguma prudência, quer devido a limitações de ordem metodológica, quer a deficiências de homogeneidade que ocorram eventualmente na informação de base".
Os cálculos para a elaboração desta tabela do Eurostat são feitos com base nas estimativas da paridade de poder de compra (PPC), uma moeda artificial que tem em consideração os níveis de preços domésticos e as taxas de câmbio, permitindo tornar comparáveis alguns indicadores económicos e ajustar os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país.
Portugal surge no 22º lugar de uma lista liderada pelo Luxemburgo, país onde o poder de compra é mais de duas vezes (266,6 por cento) superior à média da UE, que assume o valor de 100 por cento.
Entre os 15 países da Zona Euro, Portugal é o país onde o poder de compra é mais baixo em relação à média da UE, seguido de Malta (77,4 por cento), Eslovénia (89,3 por cento), Chipre (90,8) e Grécia(94,9 por cento).
O PIB "per capita" expresso em PPC dos restantes dez países encontra-se acima da média da UE.
Este indicador da riqueza de cada Estado-membro varia entre 37 por cento na Bulgária e 267 no Luxemburgo.
O Estado-membro vizinho de Portugal, a Espanha, tem um nível de riqueza seis por cento superior à média comunitária.
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2 comentários:
Amigo A. João Soares
Como estamos perante médias haverá com certeza, uma grande maioria de portugueses, com poder de compra muito mas mesmo muito abaixo desta média (76,9%) e uns poucos que estão muito mas muito mais acima da referida média. São esses poucos que continuam a dizer que as politicas implementadas (por eles ou com a ajuda deles) estão a dar bons resultados, porque o seu poder de compra continua a aumentar, enquanto o da maioria baixa.
Porque é público refiro-me (como paradigmático) ao governador do Banco de Portugal, quando comparado com os seus homólogos na UE e EUA.
Vivem no Olimpo sem nunca descerem ao mundo triste de Hades.
Um abraço
Carlos Rebola
Caro Amigo Carlos Rebola,
O problema reside na discrepância entre os mais ricos e os mais pobres, com a agravante de que aquelas não conseguem nem querem saber como vivem estes. O enriquecimento raramente é resultado de mérito e honestidade, como acabamos de ver com os casos do BCP, do BPN, do BPP e do governador do BdP, mas há muitos outros exemplos de enriquecimento ilícito entre os políticos e os que vivem à sua sombra. Temos que acreditar que o engenheiro João Cravinho não estava louco quando propôs o combate à inflação e ao enriquecimento ilícito.
Mas o Governo e os deputados nada fizeram de sério e eficaz nesse sentido, para não matarem a galinha dos ovos de ouro!
Os jornais nada dizem sobre os «tachos dourados» nem das «reformas milionárias acumuladas».
Os donos dos jornais esperam beneficiar dessa colagem ao Poder ou, pelo menos evitar perseguições da parte deste.
Um abraço
João
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