quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Justiça, segurança, insuficiente

Tentei colocar aqui os links de alguns posts publicados neste blog acerca do tema Justiça, mas deparei com mais de vinte, pelo que sugiro aos interessados que façam o pedido de pesquisa, na parte esquerda da barra do blog.

Não vou, por isso, abordar o que já aqui foi publicado mas, apenas, as notícias alarmantes vindas a público nos dias mais recentes que dão um panorama muito preocupante da situação a que os cidadãos estão sujeitos, quanto à falta de segurança, à sensação de pouca eficiência da Justiça e à bagunça a que muitos já acham que é preciso pôr cobro com os próprios meios.

Vejamos então estes títulos: «Disparos voltam à Quinta do Mocho e impõem o silêncio», «Um morto e cinco feridos em tiroteio», na Quinta do Mocho em Loures, «PSP reforça presença no mercado semanal» em Viseu, em consequência de violentos confrontos entre duas famílias ciganas em Paradinha, «Pedido maior policiamento de bairros difíceis», «Ourives assassinado com dois tiros na cabeça», «Setúbal: Morreu ourives assaltado e baleado», «Sexagenário detido a assaltar carro de valores», «Armas com laser e explosivos em roubo a carrinha de valores», «Explosivo militar 'C4' foi usado para rebentar portas blindadas», «Bomba de gasolina assaltada em Almada», «Bomba de combustível da A5 assaltada após “carjacking”», «Centros de inspecção concordam com câmaras de vigilância», apesar de constituirem dano na liberdade e privacidade dos clientes; «Segurança Interna não suscitou dúvidas a Cavaco»; «PJ e prisões têm números diferentes de evadidos», o que é sinal de não serem utilizadas as vantagens do choque tecnológico e do simplex; Mas os «Agentes defendem base de dados única para todas as polícias»; «Base de dados conjunta só ajudaria a polícia»; «Polícia sem pistas que liguem suspeitos a outros homicídios»; Mas o «Governo não reforça segurança»; segundo ele as «Pulseiras electrónicas garantem controlo eficaz»; «Procurador limita poderes das polícias municipais»; «Juízes denunciam controlo político da magistratura»; «Regras de segurança à espera de clarificação»

7 comentários:

ANTONIO DELGADO disse...

Na minha modesta opiniao e para a maioria dos casos apontados nao será para a justiça/DIREITO/castigo que nos devemos virar mas para a JUSTIÇA SOCIAL. É COM ELA QUE NOS DEVEMOS PREOCUPAR. Trabalho digno e melhores condiçoes de acesso a ele e nao com publicidade enganosa. Melhor preparaçao académica e acesso à cultura, nao com acesso de alunos para se fazer estatisticas. Melhor saúde e acesso aos bens essencias e nao fazer da Saúde comércio privado. Tribunais isentos e que castiguem de igual modo ricos e pobres, politicos e nao politicos sem dó. Nao haver casos em que alguns nunca sao castigados e nós sabemos à partida quem sao. Valorizar o mérito nas pessoas e instituiçoes e nao o amiguismo entre muito mais. Talvez fossem estas coisas e muitas mais que nao apontei que se fossem encaradas de frente fizessem evitar os crimes que os linkes mostram. Alias, António Barreto, numa das suas crónicas do Público já advertia isso faz um par de anos. Nao é com demagogias, injustiças sociais e publicidades engonosas que se banam estas doenças da nossa sociedade. Mas para isso era necessário ter dirigentes que pensassem no país com olhos postos no futuro e nao na sua pessoa ou para a circunstância a estatística e a estratégia partidária do "nós fizemos" com que dizem aos adversários em tempo de eleiçoes.

Um abraço
António

Ps. escrevo com um teclado que nao me permite alguns acentos.

A. João Soares disse...

Caro António,
Concordo consigo, a criminalidade deriva, em grande parte da injustiça social, da falta de civismo, de valores que tornam mais humanas as relações entre as pessoas.
Mas, havendo criminalidade, há que enfrentá-la sem receios. Há gente desordeira que pertence a grupos numerosos cujos votos contam. Os juízes têm medo de levar encontrões como aconteceu em Vila de Feira. Foi aqui escrito por um contador que as assistentes sociais que vão aos bairros problemáticos ver se as pessoas continuam a merecer os subsídios fazem relatórios favoráveis a essas pessoas com receio de represálias. E depois, vemos pessoas com casas da Câmaras de rendas de poucos euros, que não pagam, mas têm Mercedes, plasmas, vídeos, DVD, playstation, a continuarem a receber subsídio de reinserção, salário mínimo, ou como se chama.
Qual o futuro que espera Portugal???
Abraço
João

ANTONIO DELGADO disse...

Caro A. João Soares,
concordo plenamente consigo e digo que fui vitima de um assalto, faz perto de quatro anos, em que me ocuparam um atelier e destruiram-me 20 anos de trabalho. Posso dizer que os ocupantes tinham vários carros (eu tenho apenas tenho um) e ostentavam vistosos ornamentos de ouro nas maos e pescoço. O problema na minha modesta opinião é que as penas que uma sociedade de direito deve de dar aos prevericadores nao sejam acompanhadas das medidas que falei e que os politicos estejam mais interessados nas estatística e na publicidade enganosa que no bem estar efectivo dos habitantes do país onde vivem e exercem a sua profissão. Infelizmente vemos por parte de alguns deles um verdadeiro desafecto para resolver os problemas sociais que verdadeiramente nos afectam. É evidente que os temas subjacentes à minha postagem de hoje nos Ecos e da sua " para que servem os partidos" podem ser uma das razões senao a principal para manter este estado de coisas. Esta é uma grande questão sobre a que todos deveriam de reflectir.
abraço
António

A. João Soares disse...

Parece que com a «eficiência» dos nossos governantes em nos garantirem segurança, eles estão a estimular o povo a ser religioso e visitar Fátima com frequência e fazer promessas, porque isto já parece endireitar-se apenas com milagres.
Valham-nos todos os santos.
AbraçoJoão

A. João Soares disse...

Do Editorial do DN de 080822:

Ontem foi dia de catarse. A polícia e o director do Observatório de Segurança, o general Garcia Leandro, assumiram que a criminalidade violenta é grave. Até o procurador-geral da República admitiu que existe um problema, só pelo facto de anunciar que vai falar sobre ele na segunda-feira. O único que ainda não se pronunciou foi o ministro da Administração Interna. Ao não o fazer está também a assumir uma questão sensível.

Tendo Portugal tomado consciência da situação, o passo a seguir costuma ser a tomada de medidas mais ou menos inúteis. Um exemplo? Quando houve incidentes com cães perigosos, o Governo apressou-se a anunciar leis que ainda não foram postas em prática por descoordenação ministerial. Sabendo que o crime é parte integrante da sociedade, é preciso algo diferente. Por exemplo, o fortalecimento moral e de meios da polícia e das suas acções, bem seguidas pela aplicação da lei pelos tribunais. Esta é uma questão transversal que tem de ultrapassar ideologias.

Carlos Rebola disse...

Amigo A. João Soares

Além do que foi dito nos comentários anteriores e concordo.
Penso o seguinte:

As forças de segurança (polícias) deveriam ser dignificadas e fortalecidas com medidas legais e meios adequados, que lhes devolvessem a autoridade que foi de certo modo delapidada pelos vários governos.
As leis penais que os tribunais aplicam deveriam ser mais inflexíveis para com os criminosos.
É claro que a criminalidade também tem, por fundo, debilidades ou fraquezas sociais que deveriam ser colmatadas.
O apelo inactivo e constante à sorte e ao divino, só agrava a situação, por falta de acções que parecem urgentes.

Um abraço
Carlos Rebola

A. João Soares disse...

Carlos Rebola,
Penso que há dois tipos de soluções a pôr em prática:
1. É fundamental a adopção de medidas para melhorar a justiça social, o civismo, a começar pelos políticos sugadores do dinheiro publico e responsáveis pelo fosso entre as «elites» e o povo anónimo e carente de meios. Daí resultaria melhor comportamento social em todo o País.
2. Como esta solução terá resultados muito demorados e é preciso melhorar já a segurança da população, é preciso tornar as polícias mais eficazes, com reforço do seu moral, formação e meios adequados, e, tornar mais rápida e correcta a acção dos tribunais, para darem imediata continuação à acção policial, com prestígio para as polícias, para a Justiça e servindo de desencorajamento dos crimes.
Polícias e Justiça tem de estar ao serviço de uma estratégia de segurança eficaz, o que hoje não se verifica.
Pelas notícias, verifica-se em cada dia, que há falhas inconcebíveis que mostram as incapacidades dos tão badalados programas do choque tecnológico e do simplex.
Não se pode estar à espera de milagres. A solução está nas mãos de bons ministros, se os houver...
Um abraço
João