A Democracia, como poder exercido pelo povo, foi idealizada em cidades gregas com a feição de democracia directa em que cada decisão da comunidade era tomada colectivamente em reunião dos cidadãos no largo principal da urbe. Com o aumento da complexidade das sociedades e o aparecimento do Estado como conjunto de cidadãos, politicamente organizados num território bem delimitado passou a não ser viável a participação directa nas decisões, pelo que surgiu a democracia representativa em que os cidadãos passaram a eleger livremente os seus representantes.
Por isso, nos dias de hoje, é suposto que em democracia, os cidadãos respeitem as regras e aceitem os eleitos em escrutínios previstos na Constituição. Idealmente, assim deveria ser, mas infelizmente a realidade é diferente. E, sem aceitação das regras democráticas, não pode efectivamente, falar-se seriamente de democracia e esta corre perigo de extinção.
Dois casos sintomáticos surgiram no último domingo: na Madeira e em França. Na Madeira, de entre vários candidatos, um arrecadou uma maioria absoluta muito confortável, sem necessidade de segunda volta, caso raro, a merecer rasgados aplausos por parte de verdadeiros democratas. No entanto, aqueles que mais falam de democracia logo começaram a emitir as mais estranhas críticas, suspeições, insinuações, receios, etc., evidenciando rejeição das regras democráticas.
Em França, os ditos «democratas» que desejavam legitimamente ver vencedora a sua candidata, insurgiram-se contra o resultado do escrutínio popular que deu a vitória ao outro candidato. Rebelaram-se contra a vontade do povo legal e livremente expressa. E o mais estranho é que, de forma antidemocrática e com absoluta falta de civismo, lesaram os interesses de cidadãos inocentes queimando carros, destruindo montras e saqueando estabelecimentos. Com tais actos antidemocráticos de autêntico vandalismo, estes indivíduos de esquerda estão a acabar com a democracia e a dar à extrema-direita força e motivo para defender a criação de regimes duros, com severos castigos para os desordeiros perturbadores da ordem pública. Estão a dar força à direita criando condições para o endurecimento do regime, com risco de os países descambarem para a ditadura indesejável. Será que se aplica o dito de que «os extremos tocam-se»?
Sócrates de novo
Há 1 hora
1 comentário:
Já morreu, acho.
Boa tarde e um abraço.
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