Transcrevo de «Democracia em Portugal?» o seguinte artigo, seguido de NOTA:
Professores da Universidade Independente vendem canudos no Brasil
A SIDES, empresa proprietária da Universidade Independente, apresentou uma queixa-crime contra sete professores da Universidade Independente, acusando-os de falsificação de títulos académicos, que venderiam no Brasil, com o apoio de um intermediário português, residente naquele país, e que enfrenta já um processo por burlas, envolvendo diplomas da Universidade de Coimbra. A VISÃO teve acesso a vários e-mails trocados entre uma aluna brasileira e um professor, que leccionava na Universidade Independente e na Universidade de Coimbra, em que se combinam as formas de pagamento de um mestrado em “Aconselhamento Psicológico e Desenvolvimento de Carreira”.A Universidade Independente explicou à aluna, a 3 de Abril deste ano, que esse mestrado, embora aprovado, nunca entrou em funcionamento, e que, na universidade, não existe nenhum registo com o seu nome. A aluna, que pagou 1 730 euros ao dito professor – a VISÃO viu a cópia do recibo verde, em seu nome – está desesperada.
Na sua posse, tem apenas um papel, com os logótipos das universidades de Coimbra e da State University de Nova Iorque, datado de 19 de Janeiro de 2007, com o que garante ser a assinatura do professor, e onde se pode ler que este atesta, «sob compromisso de honra, na sua qualidade de orientador», que a aluna da Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, «apresentou e defendeu com êxito a tese de Mestrado, na Universidade Independente de Lisboa (...). No final, o júri atribui-lhe a classificação de Aprovada com Muito Bom por unanimidade». No entanto, este papel de nada vale junto do Ministério da Educação brasileiro.
No último e-mail trocado com o professor, a 2 de Abril, este assegura-lhe que, apesar das «mudanças» na Universidade Independente, em breve resolverá «de outro modo, o seu problema»...
Democratizado por Tiago Carneiro
NOTA: Nem acredito!!! Não é possíííível !!!!!!!!! Nos tempos do fugaz governo de Sanyptana Lopes houve um ministro que afirmou publicamente ter Marcelo Rebelo de Sousa criado uma «cabala involuntária», o que me fez achar graça ao adjectivo pouco adequado ao substantivo que o precedia. Mas, agora, não me custa acreditar que haja uma cabala intencional para denegrir os principais organismos portugueses, desde o sistema político às universidades e às inovações que estão a ser implementadas, como é o caso do programa «novas oportunidades». Como é que estas poderão funcionar se forem desacreditadas as «universidades» que passam diplomas de licenciaturas e mestrados àqueles que, anteriormente como alunos, tinham sido incapazes de progredir. Com tal descrédito, estes ficarão privados das «novas oportunidades» de obter um diploma sem esforço.
Eu disse que nem acredito !!!, pois trata-se de uma grande maldade procurar denegrir uma universidade que tanto se tem sacrificado pelas novas oportunidades, com «exames» realizados em Agosto, mês de férias, trabalho ao domingo para passar diplomas, professores polivalentes a leccionarem várias cadeiras, exames feitos em casa e enviados pelo correio, etc. Todo este mérito e dedicação por uma boa causa merecia mais consideração.
Mas, se, eventualmente, os factos apontados pela brasileira são verdadeiros, isso é muito preocupante por fazer cair suspeições sobre amigos íntimos de políticos que estão e estiveram no governo e por levantar dúvidas sobre diplomas que, com «oportunidade», foram obtidos em universidades privadas a preço de oportunidade, ou de ocasião, ou de promoção conforme o termo escolhido de entre os utilizados na gíria comercial.
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