Transcrição do Jornal de Notícias de 07.05.10
Participar no desenvolvimento (Link)
Por: Nuno Grande, Médico e professor universitário
O desenvolvimento de um país, de um continente e da Humanidade deve constituir uma preocupação de todos os cidadãos. Por isso, deve entender-se como um dever e um direito que se concretizarão de formas específicas de cada realidade e em função da natureza dos problemas e das diversas prioridades.
O desenvolvimento compreende os crescimentos económicos, intelectual, ético e cívico, pelo que implica a participação de cada um nas diversas expressões da problemática social.
O crescimento ético implica a permanente interpretação cultural dos valores morais e é por isso determinante das políticas relacionadas com o crescimento económico e a distribuição da riqueza e com o objectivo de garantir a todos as condições de uma vida vivida com dignidade.
O crescimento cívico significa a participação de cada cidadão e de grupos de cidadãos na implementação de soluções que corrijam as discrepâncias existentes entre cidadãos do mesmo país, cidadãos de países diferentes e cidadãos de continentes situados nos dois hemisférios.
Assim se impõe uma intervenção cívica que traduza a democracia participativa nas diversas culturas. Entre nós, o associativismo está regulamentado e deve ser implementado de forma a organizarem-se processos de intervenção cívica, sem atropelos nem competições desviantes do objectivo prioritário de contribuir para o desenvolvimento da cidadania de todos os que habitam no nosso país.
Um aspecto que assume grande prioridade nesta perspectiva é o de contribuir para o desenvolvimento dos países da lusofonia, que vivem projectos de vida colectiva à procura do desenvolvimento equilibrado dos diversos povos que constituem as realidades de cada país que se exprime oficialmente em Português.
A fraternidade que aglutina todos os povos lusófonos traduz o direito a uma solidariedade interventora justificada pelos saberes, valores e costumes que, em conjunto, construímos em séculos de história.
Participar no desenvolvimento é estar presente e actuante nas diversas iniciativas que se desenvolvem no sentido de dar resposta ao direito à contemporaneidade que não se verifica num imenso número de seres humanos.
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