segunda-feira, 28 de março de 2011

Pugilismo verbal em vez de apelo à união

Num momento em que se pressente que Portugal está em colapso. É lamentável que os maiores responsáveis, dos partidos com mais peso na vida política, percam tempo e energias em actos de pugilismo verbal em vez de unirem esforços para evitar decisões precipitadas e mal preparadas. E o mais grave é que se trata de pugilismo praticado num tapete constituído pelos portugueses, por Portugal, que é desprezado como a relva dos estádios em dias de futebol ou o mexilhão, quando o mar bate na rocha.

Na troca de pedradas ou de murros, fala-se muito do FMI sendo rejeitado liminarmente por uns e aceite por outros mas sem serem explicadas as razões de cada um dos pugilistas, e deixando os cidadãos sem dados que lhes permitam apoiar, com conhecimento de causa, uma ou outra das posições. Como de costume, espremendo os discursos, os argumentos resumem-se ao habitua «porque sim».

Entretanto continua a decidir-se na continuação do agravamento das causas da crise, como se vê no decreto que permite o aumento do valor dos ajustes directos, vindo «simplificar» adjudicações e dando oportunidades a amiguismos, trocas de favores, tráfico de influências, corrupção e enriquecimento ilícito, pecados que há anos João Cravinho quis combater mas que o Poder tem permitido que continuem impunemente, e que têm dado grande reforço á crise que estamos a atravessar e que irá tornar a vida difícil às gerações vindouras.

E embora muito boa gente esteja de acordo em que «deve-se cortar na despesa e não aumentar impostos», continua-se com a obsessão de novos PECs, novos aumentos de impostos, novas alterações ao orçamento, sem surgirem sinais visíveis de reduzir a lista com dezenas de institutos públicos que podem ser extintos.

Há quem diga que o «FMI» é uma sigla que pode e deve ser aplicada internamente com urgência e sem aoio estrangeiros, pois resume-se a
F de fundações que devem ser eliminadas por sugarem o dinheiro público sem nada produzirem que justifique tais gastos;
M de ministérios, secretarias de Estado e outros gabinetes que devem reduzir as despesas exageradas com pessoal a mais e assessores que nada têm contribuído para eficiente acção governativa, como mostra o buraco em que fomos metidos;
I de institutos e instituições a encerrar por não terem finalidade definida e justificada, que apenas têm servido para albergar amigos, sem capacidade para sobreviver com o seu próprio valor, e que têm sido um sumidouro de grande calibre dos dinheiros dos impostos.

Este FMI parece desejável!!!

Imagem do Google

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