Durante toda a vida, familiarizei-me com o princípio de que «o chefe é responsável por tudo o que a sua equipa faz ou deixa de fazer». A autoridade pode ser delegada mas a responsabilidade não. Ora o Governo foi constituído com base em eleições democráticas e, ao tomar posse, jurou desempenhar com lealdade as funções que lhe são confiadas, isto é, governar. O chefe de Governo é, por isso, totalmente responsável pelo desempenho da equipe governativa, sejam quais forem as suas intenções ao decidir ou as pressões, mesmo as mais ocultas, a que se submeteu, ao decidir. Quer elas sejam de bancos e outras instituições financeiras, de construtores civis, de fornecedores de computadores, de «boys» amigos, ou de outros políticos.
É por isso estranho que o PM na Guarda, perante uma manifestação contra as portagens nas SCUTs, tenha procurado sacudir a água do capote e dito “os portugueses sabem bem que o Governo se esforçou para não ter portagens no interior do país e que resultou de um diálogo e um compromisso com o PSD o facto de termos portagens”. Mas então quem tem responsabilidade de governar? Quem está investido de poder para decidir?
A isso o PSD responde que a culpa é do “desvario” do Governo, a “razão pela qual os portugueses têm que pagar portagens nas SCUT é a mesma pela qual os funcionários públicos ficaram sem parte do vencimento, a mesma pela qual muitos portugueses perderam prestações sociais e apoios, pela qual o Governo socialista quer despedir sete mil professores de Educação Visual e Tecnológica e é a mesma razão porque se aumentaram os impostos”, e que “não é possível continuar a promover autoestradas sem custos para o utilizador porque a situação das finanças públicas portuguesas é desesperada”. «É lamentável. O primeiro-ministro, que governa Portugal há seis anos, é responsável pela situação a que o país hoje chegou»; José Sócrates «tenta sempre encontrar desculpas para os seus erros e má governação».
E de quem será a culpa de «Cortes salariais, desemprego, impostos... e agora juros altos»?
Imagem da Net
O almirante e o medo
Há 1 hora
2 comentários:
É urgente uma mudança, mas quem será capaz de segurar esta carroça em andamento, quem tem mãos para segurar estes cavalos(burros.
Não há solução, sem cortar gusduras, enquanto estivermos nas mãos dos capitalistas seremos sempre seus lacaios,"PS e PSD"nem juntos são solução.
estamos neste estado deploravel porque somos masuquistas.
Caro Amigo,
Temos realmente que sair deste masoquismo tradicional de tudo ir aceitando sem reagir, sem reclamar, mas as coisas não podem continuar nesta crescente exploração que nos deixa na penúria, para dilatar a obesidade dos tubarões.
É preciso podar os ramos podres da árvore, é preciso aplicar cirurgias para amputar os membros gangrenados que só prejudicam a vida e causam a morte a curto prazo.
Para isso convinha que o FMI nos viesse apoiar, como diz João Jardim.
João Jardim solidário com "Geração à Rasca"
Uma mudança, como aquela que se impõe é sempre traumática e é inevitável o confronto entre os lacaios do regime actual e os «revoltosos», mas quanto mais tardar essa solução, mais dolorosa ela vai ser. Falta um manifesto doutrinários bem apresentado, convincente, e um líder que coloque isto nos eixos, prometendo e comprometendo-se com um período de transição relativamente curto e eleições democráticas a seguir.
Sem um pulso forte e uma equipa patriótica isto não sai desta podridão. Mas é preciso controlar tal actuação na forma de actuar e na duração da mudança.
Um abraço
João
Sempre Jovens
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