Transcrição de artigo, seguida de NOTA:Portugal “está em apuros”, diz Jorge Sampaio
Público. 04.03.2011 Por Lusa
Antigo Presidente aponta problemas que empurraram país para a crise
O ex-Presidente da República Jorge Sampaio alertou que Portugal “está em apuros”, apelando à “capacidade das principais forças partidárias para criarem uma plataforma de entendimento” mas rejeitando que a solução esteja “em actos eleitorais”.
Durante uma conferência que decorre no Porto - organizado pela Associação Portuguesa de Gestão e Engenharia Industrial (APGEI) e sobre o tema “Portugal e Europa: Algumas Incertezas e Desafios” - Jorge Sampaio explicou os motivos pelos quais considera que Portugal “está em apuros”. “A insustentável acumulação da dívida externa, privada e pública, o insuficiente desempenho da economia, o aumento do desemprego, a estagnação e mesmo diminuição do nível de vida dos portugueses, com cerca de 18 por cento da população em risco de pobreza e grandes desigualdades de rendimento, fazem com que Portugal - permitam-me a expressão - esteja em apuros”, justificou.
Segundo o ex-chefe de Estado, “a crucial importância política de 2011 não advém, assim, tanto de actos eleitorais que tenham ou possam ter lugar, mas sim da capacidade das principais forças partidárias em criarem uma plataforma de entendimento e de concertação para a próxima década”. “O que está em causa não é só um plano de austeridade para sanear as finanças públicas, como também não é só um plano de crescimento a médio prazo, para melhorar o desempenho da economia”, defendeu, acrescentando que Portugal necessita “de um plano para reduzir as desigualdades sociais e a pobreza”.
Apesar da situação difícil em que Portugal se encontra, Jorge Sampaio tem a convicção de que o país saberá “transformar estes desafios e incertezas em combates e metas a vencer”. “Por isso, importa, para além das clivagens partidárias, dos interesses sectoriais e particulares, dos cálculos eleitoralistas, do bota-abaixo derrotista e da vitimização fácil, consolidar a vontade nacional de ultrapassar a crise, potenciar talentos e capacidades e mostrar que somos capazes de nos organizar”, enfatizou.
NOTA: As gerações mais jovens, que irão viver as consequências na da actual crise, devem consciencializar-se da sua responsabilidade e interesse em deitar a mão a Portugal para que a crise não se agrave e não se prolongue indefinidamente. Não são precisos aventureiros, mas gente sensata que estude bem os problemas e procure soliuções seguras e adequadas para reestruturar o País. Têm sido apontados bons exemplos de governação vindos de países europeus evoluídos. Fazer Política é servir o povo e «reduzir as desigualdades sociais e a pobreza» como muito bem disse Jorge Sampaio.
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