quarta-feira, 2 de março de 2011

Uso eufemístico das palavras

Duas notícias, aliadas a outras anteriores, suscitaram-me a reflexão que aqui deixo sintetizada em alguns extractos. O «PSD diz que Governo admitir novas medidas é «prova de desleixo»» e de «falta de rigor»», porque tal afirmação, num momento em que é preciso criar confiança e em que o Portugal está a ser cada vez mais pressionado pelos mercados, pode gerar ainda maior incerteza sobre a sua capacidade para controlar a evolução, em sentido positivo, das contas públicas».

Mas a falta de rigor e a frequente contradição faz recordar a posição contrária do PM em 19 do mês passado, expressa na notícia «José Sócrates: Números da execução orçamental são “um bom começo”». Para a «estabilidade» emocional das pessoas estes choques contraditórios, demasiado frequentes, não são saudáveis. Tais abalos são desgastantes de valores que devem ser considerados essenciais.

Mas os termos «desleixos e as faltas de rigor», leva a ponderar as palavras de Freitas do Amaral que, não se referindo a este caso mas a outro, «diz que é preciso impedir situações de «esquizofrenia»». Deste transtorno mental, que pode atingir diversos tipos de pessoas, sem exclusão de grupos ou classes sociais, segundo a Wikipedia, os sintomas são: alterações do pensamento, alucinações (visuais, cinestésicas, e sobretudo auditivas), delírios e alterações no contato com a realidade.

É capaz de não ter sido casual a frase escrita por José Luís Seixas em crónica recente, «Sócrates acredita ser verdade a mentira que profere…!»

Imagem do Google

2 comentários:

Zé Povinho disse...

Desleixo e falta de rigor, ou ainda esquizofrenia, talvez possam ser reduzidas a uma única expressão: falta de competência para governar, que é aliás extensível aos dois grandes partidos que nos têm desgovernado.
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Caro Zé,

Exactamente, falta de competência para governar. Meto todos os políticos no mesmo saco, com eventuais excepções, uns já mostraram o que não valem outros ainda não foram postos à prova. Mas não estranha, porque saem do meio do povo, sem serem excepção, sem serem uma elite. Antes pelo contrário. Normalmente são os menos capazes que se entregam a esta actividade que não é nada exigente, dá alimento à vaidade e à ambição de poder e de riqueza e beneficia de ilimitada imunidade e impunidade.
E assim se afunda um país que já foi muito grande no mundo.

Abraço
João
Sempre Jovens