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O pântano
Nos últimos tempos, a gente escuta, observa e dificilmente acredita: falta sentido de Estado aos nossos políticos. Que ventos sopram afinal em Portugal? Onde param as virtudes republicanas, ou monárquicas, ou as que quiserem? Para onde emigraram a nobreza e a dignidade?
Um ministro fala de papas Maizena; outro diz que aprecia "malhar" na oposição; um membro da oposição acusa a "mordaça"; o primeiro-ministro proclama "não é assim que me vencem" e, fazendo em congresso e pela televisão queixas de um canal televisivo e de um jornal de referência, põe vários jornalistas em tribunal; um conselheiro de Estado mente no Parlamento; este, aprovando uma lei execranda sobre o financiamento dos partidos, abre mais a porta à corrupção; o partido maioritário recusa criminalizar o enriquecimento ilícito que toda a gente vê; um autarca do partido no poder dificulta o acesso a documentos que poderiam descredibilizar ainda mais o chefe de Governo; o magistrado português nosso representante no Eurojust fica submetido a processo disciplinar sob suspeita de pressão sobre outros juízes... Ufa! Que mais será necessário?
"Ó Portugal, hoje és nevoeiro!", clamava o poeta.
A falta de sentido de Estado vem destruindo os alicerces de um país orgulhoso do seu passado, mal grado muitos erros. Quem nos salva destes miasmas putrefactos? Como se drenam os pântanos deste "Portugal dos pequenitos"?
J. Sousa Dias,
Oakville, Canadá
A Decisão do TEDH (397)
Há 45 minutos
2 comentários:
Amigo João,
Ainda bem que piblicou este texto do Sr.Sousa Dias... esta é a prova provada de que até os nossos compatriotas que estão fora deste país (eu seu bem dar o valor, o meu próprio filho também teve que leventar ferros, para ganhar a vida)sabem da podridão que está implatada em todos os sectores neste país.
Amigo, eu também não sei o que se pode fazer para limpar tanta porcaria, talvez só lá vá com medidas radicais...
Beijinho a ambos.
Fernanda Ferreira
Cara Amiga,
Recuperar Portugal é tarefa de todos os portugueses, mas tem que haver estímulos e empurrões para as pessoas mudarem pouco a pouco os seus hábitos, de civismo, de respeito pelos outros e pelo ambiente de racionalidade na gestão das suas vidas.
Ninguém tem o direito de cruzar os braços e esperar que Portugal fique socialmente mais evoluído.
Tenho consciência de que tenho feito o que posso nesse sentido, e espero que me deixem continuar.
Beijos
João
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