Nem tudo o que se passa na economia do País depende do Governo, mas é consensual de que o défice orçamental nas contas do Estado se deve a má gestão dos dinheiros públicos, à incompetência dos governantes. E desses erros acumulados resulta o aperto de cinto que temos vindo a sofrer. Quando digo «temos», refiro-me aos portugueses que no sector Público ou no privado vivem de salários controlados, que não esticam. Porque os outros, começando pelos políticos, não só não sofrem essas restrições como até se aproveitam delas para usufruírem de mais benefícios acumuláveis com os que já tinham.
O salário mínimo nacional (SMN) aumentou 5,7% do que ninguém discorda. Aceita-se que tal aumento não pode ser extensivo a todos os salários da função pública, que serve de referência para o sector privado, por tal não ser permitido pela capacidade de criar riqueza por parte do conjunto das forças produtivas. Houve da parte dos governantes o cuidado de desligar este aumento das outras despesas sociais, a que o seu valor servia de referencial.
Mas os mesmos governantes não se esqueceram, não se distraíram, de garantir os interesses dos partidos, mantendo o financiamento público dos partidos parlamentares amarrado ao SMN. Não se coloca a questão de os cidadãos deverem ajudar a financiar os partidos políticos, que são uma característica da instituição democrática. Porém, não é ético nem moral que os partidos se excluam do esforço dos cidadãos para o saneamento financeiro do Estado. Se aceitassem um aumento correspondente aos 2,1% do aumento dos salários públicos, em vez dos 5,7% (mais do dobro da inflação), a diferença não seria muito grande para o seu volume de negócios, pois, em vez de um aumento de 863 mil euros, em 2008 (com o SMN), receberiam 363 mil. Essa poupança de meio milhão de euros teria apenas valor simbólico nas despesas públicas, mas colheria altos dividendos em termos de cidadania. Teria grande efeito na opinião pública em relação ao conceito em que são inseridos os políticos como sugadores do dinheiro dos impostos.
Entretanto, os pensionistas reformados e os funcionários públicos que, há anos, não recebem aumentos e aqueles que têm visto o salário subir menos do que a inflação deparam-se com o sucessivo aumento do custo de vida e a consequente redução do poder de compra, como fica bem patente nos artigos de jornal a seguir linkados.
Alimentos e gasolina mais caros em 2008
Para que servem os bons exemplos
Subvenções aos partidos sobem dobro da inflação
Aumentos limitados à inflação para quase todos os reformados
Pão aumenta até 20% em 2008
Juros da casa a subir desde há dois anos
Viajar de Lisboa ao Porto custará mais 0,55 euros
A Decisão do TEDH (396)
Há 23 minutos
2 comentários:
Principalmente incompetencia e muita mediocridade!!!
Votos de um excelente 2008 para si e todos os leitores.
Um abraco do d'Algodres.
Al Cardoso,
Bem haja pelas suas palvras. Tem me dado muito alento para não desistir desta tarefa que me impus. Retribuo os seus votos que torno extensivos a toda a equipa dos seus blogs
Sejam muito felizes em 2008
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